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07 junho 2022

[JAM STATION] O dia em que eu decidi conferir a franquia O Chamado (Ring)

 [Publicado originalmente em 2018]

O dia em que eu decidi conferir a franquia O Chamado (Ring)

Carnaval. Período de festividade. Enquanto muitos pulavam o bloco de carnaval, eu abria o bloco de notas para fazer anotações. Após excluir acidentalmente os filmes que levei no celular para viagem, comecei a procurar filmes para assistir no YouTube (pois é, e olha que nem sei o motivo de fazer isso, visto que tinham outras plataformas para tal). Acabei por encontrar uns filmes antigos de Ring, os japoneses mesmo. Nunca havia conferido, tava sem nada para fazer e pensei "To sozinho em casa... Tá escuro... Melhor ver My Little Pony... Bah, bora ver O Chamado mesmo.".

E não é que em poucos dias conferi todos os filmes asiáticos antigos da franquia? Foram ao todo seis, sendo cinco japoneses e um sul-coreano. Posteriormente, recentemente vi os dois estadunidenses (ou americanos, para os mais populares rs) e um curta. Minha intenção aqui não é falar sobre cada filme e detalhar os personagens, mas sim dar uma visão geral sobre ela.

Mas a franquia desSAMARAvilha é tão boa assim? Hum... Nã... Digo, depende. Eu não sou chegado em filmes de fantasmas e afins, então tive uma visão totalmente diferente sobre a franquia. Na verdade achei os filmes de ruins a medianos (a maioria medianos) e, após pesquisar as notas públicas, a diferença foi maior ainda. Então porque decidi continuar? Por que decidi conferir? Vamos por parte.

O comum entre os filmes

Eu só conhecia a franquia pela fita VHS amaldiçoada, a garota saindo da TV e o telefone tocando, mas isso é um resumo raso de tudo. Na verdade algo raso para franquia do Japão, porque a dos EUA é basicamente isso mesmo rs Como é uma franquia famosa e que sempre ouvi falar, e como no momento não queria fazer nada, acabei por conferir. Como sou o diferentão, decidi começar pelos filmes originais e, caso curtisse, prosseguiria. 

Basicamente temos um(a) personagem investigando o caso de pessoas que morreram após ver uma fita amaldiçoada. O/A protagonista acaba por ver também, pegando a maldição e precisando encontrar uma forma de não morrer em uma semana, geralmente contando com a ajuda de um amigo que também viu a fita achando que a pessoa tava ficando doida. O/A protagonista tem um(a) filho(a) que tem sua importância na trama. A fantasma se chama Sadako/Samara e sua mãe tem importância na trama também, assim como seu pai.

A franquia japonesa

Inicialmente Ringu surgiu como adaptação de uma saga de livros. O primeiro filme, de 1995, baseado no primeiro livro, foi Ring: Kazenban. Coitado, esquecido no tempo. A franquia começou mesmo com a adaptação de 1998, Ring. No mesmo ano, saiu a continuação Rasen, baseado no segundo livro, que acabou sendo um fracasso e foi ignorada (suspeito que o público do cinema rejeitou pela franquia inserir ciência no sobrenatural assim como os livros). Em 1999 então saiu Ring 2, com uma trama inédita. Não fez o mesmo sucesso. Em 2000, sem ter para onde ir (na época, porque hoje em dia já foram longe rs), lançaram Ring 0: Birthday, baseado num conto do quarto livro, servindo como um prelúdio sobre a adolescência de Sadako.

[PARÁGRAFO DE OPINIÃO] O primeiro que vi foi o filme de 98. Um suspense dramático. Premissa boa, acontecimentos bons, ritmo lento, investigação que parecia não sair do lugar. Mas boa trama. Filme ok. Para os fãs do gênero, uma maravilha. Para os fãs de susto barato, uma porcaria. Pensei em parar nele, curiosidade satisfeita, mas o gancho final me deixou tão curioso que tive que continuar.

[PARÁGRAFO DE OPINIÃO] Isso me levou a Rasen, que, pelo que vi, é o filme mais mal falado desses primeiros japoneses. Hum... Discordo muito. Como sou o diferentão, curti a premissa e considero como possivelmente o melhor da franquia, apesar de, para mim, estar no mesmo nível do anterior. Continuando, vi Ring 2, que odiei. Começa bem, mas prossegue nada demais e o final é muito fraco. Decepção ignorarem algo bom e substituírem por... isso. Então vi Ring 0, o filme mais diferente da lista, como um drama romântico. Foi bacana de ver.

[PARÁGRAFO DE OPINIÃO] Eis que, após encerrar a trilogia, fui conferir Kazenban, a primeira adaptação, e quase dormi de tão chato que foi. Ok, é a mesma trama e tal, mudando detalhes, já vi gente dizendo que é a melhor adaptação e a mais fiel ao livro, mas a narrativa e o estilo da gravação me desanimaram bastante. Não deu. Quem sabe reveja futuramente (improvável).

O filme sul-coreano

Em 1999, a Coreia do Sul decidiu fazer sua versão, criando The Ring Virus, um remake do filme de 98. Pesquisando, vi que alguns consideram até melhor que a versão japonesa e mais fiel ao livro, apesar da mudança de nacionalidade.

[PARÁGRAFO DE OPINIÃO] É... lá vem o diferentão de novo. É ok, tá no mesmo nível do outro para falar a verdade. Mesma trama, mudando detalhes, mas tá bem feito, só que não senti ser melhor (só nas atuações, óbvio). Não curti algumas mudanças e prefiro o clima do de 98.

A vez dos estadunidenses

Em 2002, os Estados Unidos decidiram fazer sua própria versão (como sempre), lançando The Ring, remake do filme de 98. Fez muito sucesso na época e popularizou a famosa franquia nesse lado do mundo, embora muitos sequer saibam da existência dos filmes japoneses, infelizmente. Em 2005, lançaram The Ring 2, continuando a trama com uma história inédita. No mesmo ano lançaram um curta chamado Rings, que servia como prelúdio do segundo filme (todo o começo do filme é o fim do curta).

[PARÁGRAFO DE OPINIÃO] Esse é um dos casos em que os estadunidenses/americanos não estragam a obra original num remake, fazendo jus a sua base. Arriscado dizer que supera o japonês, mas a versão americana é mais "mastigável", com um ritmo muito mais dinâmico e uma trama que flui bem melhor. Entretanto, fica visível a preocupação nos sustos gráficos (e nem dá susto, talvez desse na época). Exageram demais no cgi, tirando toda a realidade das cenas. A investigação também não possui o mesmo peso do original. A Samara mais parece uma versão leve da Sadako. Mas é um bom remake e mostra como duas culturas podem contar uma mesma trama. O remake acerta em criar elementos originais na trama mesmo seguindo o original, o que o torna diferente mesmo sendo semelhante. Isso deveria ser seguido pelos remakes, tornando-os válidos ao invés de mais do mesmo.

[PARÁGRAFO DE OPINIÃO] Posteriormente vi a continuação, que descobri não ser tão bem aceita quanto. Pois é. Entendo que deixaram de lado o clima do primeiro e se focaram mais no visual e sobrenatural, mas ainda assim considerado um filme genérico com boa premissa. Apesar de totalmente desnecessário, criam conteúdos válidos para a franquia, acrescentando mais acontecimentos e buscando explorar um outro lado. Só faltou um roteiro melhor.

Inspiração para estudo

É curioso notar que Ring Kazenban, Ring, The Ring Virus e The Ring contam exatamente a mesma história, mas cada um ao seu modo de acordo com seu país e sua cultura. Um fã mais aprofundado da franquia poderia facilmente montar um paralelo sobre os filmes, indicando as diferenças culturais dos três países e suas representações cinematográficas. Olha aí uma dica para um futuro TCC. Quem fizer, não se esqueça dos créditos de inspiração (he).

Futuro

Não tenho curiosidade suficiente de conferir os filmes dessa década por enquanto, apesar de se passarem nos dias atuais, onde o VHS nem existe mais e temos internet e afins. Isso empolga, mas os filmes atuais são muito mal falados. Talvez eu veja algum dia, mas não agora. Achei os antigos medianos demais para prosseguir. Atualmente a franquia japonesa se foca em crossovers com outras franquias (como O Grito), após dois fracassos em 3D que tentavam continuar a história (o primeiro inspirado no quinto livro), enquanto a americana lançou um terceiro filme recentemente.

Gostaria mesmo de ler os livros da saga. Parecem ser realmente bons. Pelo menos os quatro primeiros, formado pela trilogia e pelo livro de contos que conta antes, durante e depois desses livros. Aliás, daria uma boa série de TV se seguissem os livros. Curiosamente, os japoneses chegaram a adaptar os dois primeiros livros em série em 1999.

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Sobre Mim

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.