Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

25 setembro 2021

Comentando sobre Neon Genesis Evangelion

 Reuni aqui postagens que fiz em redes sociais sobre o anime Neon Genesis Evangelion. Segue.

- Anime e longas originais:

Animaço. Gostei bastante. Ouvia falar muito, só que sempre enrolava pra ver, tinha outro pensamento do que seria e acabou que me surpreendeu. Pensei que seria um mecha qualquer, mas não, esse troço moldou o mercado, carregado de um teor filosófico marcante pra época.

Tem lá suas várias batalhas de "evas" contra "anjos", mas muito é ocupado pelos conflitos pessoais de seus personagens traumatizados, e isso meio que reflete na própria forma como as coisas acontecem, visto que, mesmo com toda a tecnologia humana, ainda há muita dificuldade em se manter de pé. Cada ataque tem um problema na luta e no combatente.

Até tentam trazer alguns pontos mais pé no chão pra trama pós apocalíptica ter uma base na realidade, tipo gastos de energia, porém os mesmos se contradizem em outros momentos, mas dá pra relevar. Há uma inserção de humor em diversos momentos, o que funciona bem na maior parte, entretanto, conforme o tempo passa, o peso de viver se sobressai e sufoca a todos.

NGE não é perfeito e tem seus problemas, e reflete seu tempo e sua cultura. Os momentos extremamente duvidosos de fetiche adolescente típicos de animes estão presentes aqui. O final também é bem questionável e reciclável. Apesar desses detalhes, a obra não se resume a isso. Todo o contexto, a trama, os personagens, os acontecimentos, o clima, a maior parte do que compõe o anime, chega a ser marcante demais, e por isso pode ser considerado uma obra-prima.

Quanto ao primeiro longa, "Death (true)²", que resume o anime até o epi 24, vou ser o do contra. Como resumo achei falho. Serve mais pra recapitular mesmo, apresentando arcos em ordem cronológica, mas ainda assim indo e voltando no tempo pra apresentar demais arcos. É tipo trocar seis por meia dúzia. As cenas adicionais não são importantes. Não vi nada de confuso no anime que aqui pudesse explicar, até porque é a mesma coisa.

Quanto ao segundo longa, "The End of Evangelion", também serei levemente do contra. É um final mais "digno" pro anime. Melhor que os dois últimos episódios (até por contar o que se passou antes e durante eles, algo que o anime "cortou"). Não por isso menos enrolado ou menos confuso rs Por vezes senti que se estendeu tanto quanto antes. Curioso que o filme foi sendo mais aceito com o tempo, mas não ignora o fato de que é mais um festival visual que tudo, já que de resto é mais do mesmo do que já foi visto no anime, só que muito mais exagerado. Vai de um show insanamente violento até um drama meloso depressivo.

- Rebuild:

O que começou como um remake da luta entre "evas" e "anjos" e da história de um protagonista ferrado da cabeça, se tornou algo próprio. Embora inferior ao material original, é uma boa versão alternativa.

"1.11 Você (não) está só" ~ Basicamente uma união dos primeiros episódios do anime só que refeitos com visuais atualizados e mudanças em detalhes, além de um ritmo levemente acelerado. Trocam alguns ambientes (mantendo o contexto do ocorrido), ocultam alguns acontecimentos e desfazem qualquer mistério. Fora isso é a mesma coisa. Se tivessem relançado o anime nesse formato como remake eu veria de boa.

"2.22 Você (não) pode avançar" ~ Pegaram quase todo o anime e refizeram uma releitura, mudando a forma como ocorre alguns acontecimentos, acrescentando personagens e melhorando visuais (e descartando boa parte dos eventos nas entrelinhas), até chegar a um ponto em que se muda completamente do que já foi visto. Não busca ser um resumo do original, e sim um filme próprio, tanto que não há clima nem preparo para um fim, mas sim uma aventura que segue avançando de forma normal até que inesperadamente o caos apocalíptico se torna inevitável.

"3.33 Você (não) pode refazer" ~ Aqui começa o totalmente inédito, como uma continuação alternativa após o fim do anime. É bem diferente dos anteriores, e, grosseiramente falando, a trama é bem inferior ao original, mas é uma boa animação. Há um novo ambiente onde o protagonista fica mais deslocado do que nunca e, nessa nova realidade não tão interessante assim (o que dá um mérito pelo que conseguiram com o resultado), vemos sua adaptação, que tudo tem a ver com a mensagem passada de que a vida continua.

"3.0+1.01 A Esperança" ~ Com a nova realidade já apresentada, temos uma inserção de nostalgia e retorno de antigos personagens. Não sendo apenas fanservice, a narrativa faz bons e importantes usos dos elementos. É como um recomeço e uma conclusão pra franquia. A parte da ação entretanto é a mais fraca dos longas, e isso pesa querendo ou não. Um agradável filme e seu encerramento creio eu talvez tenha sido até mais ousado que no original dentro de seu contexto.

[RASCUNHO] Polícia Federal - A Lei é Para Todos

~ Publicado originalmente em redes sociais. ~

~ Apenas um comentário, nada aprofundado. ~


Polícia Federal - A Lei é Para Todos 


Um filme feito no calor do momento que, mesmo atual e com sua trama ainda acontecendo na vida real, hoje soa parcialmente datado devido a acontecimentos e revelações posteriores, mas que resume bastante, porém infelizmente de forma bem rasa, o começo da polêmica operação Lava-Jato. Bom pra adentrar no tema.

O que era pra ser o primeiro de uma trilogia (vai sair mesmo o segundo?) se vende como um filme investigativo, tanto que seu núcleo de personagens principais envolve a Polícia Federal (que dá nome ao filme). O problema é que a narrativa se agarra demais ao modelo de resumo (prejudicada pela curta duração) e não passa aquela sensação de investigação como deveria, justamente o que era proposto. Tem, mas não o suficiente, faltando impacto maior. O ritmo entretanto é bem dinâmico e empolgante com o passar do tempo, a ponto de deixar claro que funcionaria melhor como série que longa.

Fingindo ser imparcial, há boas sacadas sobre não escolher lados, mas é visivelmente claro que escolhem sim. Não só uma ironia com a vida real como também um reforço de que uma história contada sempre escolhe um lado, e não necessariamente há algo errado nisso, dependendo dos fatores.

Colocam uma pequena subtrama totalmente desnecessária do protagonista policial com sua família que nada acrescenta na trama geral, servindo como uma tentativa frustrante de envolver o público ao personagem, sendo que ele em si, ignorando tais detalhes adicionais, possui tanto desenvolvimento quanto qualquer um dos demais da equipe, ou seja, quase nada. Ora, os lados são por vezes caricatos, tanto do policial herói quanto do político criminoso.

A Lei é Para Todos como filme pode ser um passatempo ok e uma porta de entrada pra pesquisar sobre o tema, ainda mais numa época em que o povo se divide em lados e adota políticos de estimação a ponto de desanimar qualquer um que não se encaixe nessa realidade. Ao mesmo tempo, não deixa de ser um potencial desperdiçado.

[RASCUNHO] A Menina que Matou os Pais / O Menino que Matou meus Pais

~ Publicado originalmente em redes sociais. ~

~ Apenas um comentário, nada muito aprofundado. ~


A Menina que Matou os Pais / O Menino que Matou meus Pais

O Caso Richthofen enfim ganha sua adaptação cinematográfica. O resultado porém acaba ficando na média. Os dois filmes, cada um contado por um ponto de vista (da Suzane Von Richthofen e do Daniel Cravinhos), se foca em contar a relação dos envolvidos e suas motivações para o crime. Nada além disso. É como ver uma dramatização dos depoimentos. Não há investigações, não há julgamentos adicionais, nada. No máximo uns jornais durante os créditos de abertura e uma frase de sentença antes dos créditos finais. Se preocuparam tanto em ser fiéis aos depoimentos, inclusive, pelo que pesquisei, mantendo diálogos sem uma alteração sequer e até repetindo jeitos, que as produções se tornam como parte de algo incompleto. Pra um conjunto de longas que contou com a participação da criminóloga Ilana Casoy e do escritor Raphael Montes, era de se esperar um roteiro mais completo. Mas enfim, a proposta era apenas contar as duas versões mesmo e o público se questionar e decidir a verdade. A sensação é de que deveria haver um terceiro longa mostrando os demais lados. Quando se lê sobre o caso, é visível o quanto de detalhes deixaram de fora. Há livros sobre isso, mas a página na Wikipedia sobre o ocorrido possui muitas informações também, com direito a fontes.

A atriz que fez a Suzane mandou bem pra caramba, de longe a melhor atuação dos longas. Só as cenas dela no tribunal é que soaram artificiais, como um cosplay bem caricato da acusada. Os demais também mandam bem. Quanto ao peso do filme, espero que pelo menos abra portas pro gênero "true crime" (crime real) no Brasil, assim como está ocorrendo nos documentários. E é de rir pra não chorar que desde o marketing até no próprio filme tenham que esclarecer que obras do tipo não são feitas pra vangloriar criminosos.

Apesar dos resultados dividirem opiniões, a justificativa de duas versões é válida e um filme complementa o outro muito bem. São poucas as cenas iguais, visto que na maioria as cenas semelhantes mudam o ângulo do ocorrido, alguns detalhes de objetos e os diálogos do momento, isso fora cenas que mudam até os envolvidos na ocasião. Há também cenas que se interligam por acontecer antes ou depois de outra cena da versão oposta. É uma boa experiência como entretenimento, mas se quiser saber melhor o caso tem que pesquisar.


[Devido aos adiamento da pandemia, os filmes foram lançados na Amazon].

Sobre Mim

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.