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07 junho 2022

[JAM STATION] [CRÍTICA] Black Mirror: Bandersnatch

 [Publicado originalmente em 2018]

Black Mirror: Bandersnatch

"Em 1984, um jovem programador começa a adaptar um romance fantástico para videogame e põe em questão a própria realidade. Uma história alucinante com múltiplos finais." [Neflix]

'Bandersnatch', considerado o primeiro filme de Black Mirror, é interessante, "diferente", divertido, mas nada inovador como tem gente pensando ser. Filmes (ou semelhantes) interativos não são raros. A própria Netflix já lançou outros antes desse, como Gato de Botas e Minecraft. Mas enfim.

"Um sucinto tutorial, específico ao tipo de dispositivo de reprodução, explica ao espectador a como tomar decisões. É ofertado um tempo de dez segundos para decidir o que há de ser feito, ou uma decisão randômica é sobreposta. Ao final da jogatina, o espectador tem a opção de retroceder e mudar o que foi escolhido. A exibição tem, em média, 90 minutos, mas caso o caminho escolhido seja menor, tem duração de 40 minutos. No total, são 150 minutos de episódio divididos em 250 segmentos." [Wikipédia]

Apesar de tentador, a ideia de decidir o destino da trama esconde 'problemas'. O filme dá uma ilusão de escolhas e ironiza a si mesmo ao oferecer tantas opções e caminhos. Uma ótima sacada, aproveitando a própria ideia a seu favor. Curiosamente, percebi que muita gente não entendeu essa questão. Pensei que tivesse ficado bem claro. Em alguns caminhos deixam explícito, com direito a quebra da quarta parede. Tem até citação direta a Netflix.

Entretanto, as poucas e reais mudanças acabam limitando o longa. Ora, são apenas 5 finais (com direito a um pós-créditos quase secreto [pesquisem sobre e irão parar num site de jogos]). Em poucas horas dá pra ver todos os finais e todas as opções. Porém, reforçando o que foi dito anteriormente, a impressão que dá é que esse limite foi proposital. Ou não? Estamos mesmo controlando o produto da Netflix ou o produto é que está nos controlando?

"O termo "bandersnatch" é originário de uma criatura fictícia do romancista Lewis Carroll, que aparece nos poemas "Jabberwocky" e "The Hunting of the Snark", ambos de 1870. A empresa Imagine Software havia planos de criar um jogo com o mesmo termo. Apesar dos inúmeros projetos trabalhados pela organização, o jogo Bandersnatch nunca foi lançado devido à falência da empresa, em 1984. O videogame era tido como um easter egg do terceiro episódio da série, Playtest. Adicionalmente, a história contém elementos dos trabalhos do escritor norte-americano Philip K. Dick, cujo romance, Ubik, é visualmente referenciado no filme. Ademais, Bandersnatch contém elementos de terror, ficção científica e uma ambientação da década de 1980." [Wikipédia]

O 'especial' de Black Mirror não é de 'explodir a mente' igual parte dos episódios da série costumam fazer, mas cumpre muito bem sua função. Em questão de roteiro deixa até a desejar de tão simples que é. Ainda assim tem vários momentos interessantes, como as cenas do protagonista indagando estar sendo controlado, tentando resistir, etc. Muito bom. Por isso o que mais conta nisso tudo é a experiência. Muda a percepção do produto.

Devo destacar o cuidado com alguns detalhes. Embora os finais não possam ser mudados, dependendo das suas ações, ao voltar para o passado para escolher outras ações, o protagonista pode ter uma espécie de deja vu, como se já tivesse vivido aquilo. Achei válido. Tudo faz sentido na perspectiva da história. Bandersnatch é uma interatividade curta, mas funcional. Vale a curiosidade. Soube de cenas secretas, mas até o momento não vi ninguém descobrindo. Para mim já deu. Esperarei as revelações por terceiros caso sejam reais.

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.