Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

09 janeiro 2019

[GEEKABLE] Um breve resumo sobre k-pop para geeks (ou não)

[Repostagem temporária de algumas matérias que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Um breve resumo sobre k-pop para geeks (ou não)

Já faz um tempo que eu quero trazer novidades lá daqueles países daquela região do canto da Ásia, mas me deparei com a necessidade de introduzir algum assunto e acabei escolhendo inicialmente o k-pop, visto o crescimento que o gênero obteve nos últimos anos. Outro problema foi: Como explicar k-pop para geeks? Um assunto relativamente conhecido e, a princípio, tanto quanto nada a ver com a área. Será mesmo? Após elaborar algumas ideias, veio a questão do formato. Percebe-se um linguajar mais elegantemente descontraído, diga-se de passagem, por parte de quem vos escreve. Por isso a coluna foi ideal para isso. Acabei por decidir escrever sobre a formação dos grupos de k-pop e a história do gênero, algo mais voltado para o lado "técnico". Então bora pro mundo além do passinho do cavalo. Para os preguiçosos, relaxem que o tamanho da matéria parece grande graças aos vídeos OPCIONAIS que ajudam a entender melhor algumas informações, mas fora isso o texto não é tão longo. Aproveitem.

O que é k-pop, como funcionam os grupos e estrangeiros no mercado

K-pop é um gênero musical sul-coreano que engloba ritmos ocidentais com o coreano, logo podemos encontrar tanto pop quanto rock, eletrônica, hip-hop, r&b, dance, reggae, folk, jazz, ballad, entre outros. O gênero é um grande resultado audiovisual, pelo menos atualmente, onde não só a música e a dança estão unidas, mas também toda a questão da imagem.

Outro ponto marcante é a grande presença de grupos, principalmente ou de homens ou de mulheres. E vão desde grupos com apenas quatro integrante até grupos com quinze. Geralmente os artistas entram em empresas e treinam por anos até estrearem. Com tanta gente querendo ser artista num país que tem até universidade para isso, não é difícil imaginar como é possível uma grande quantidade de pessoas em cada grupo. Para a economia do país, isso ajuda bastante. Não só espalha a cultura como também atrai turistas e vende produto. K-pop: Uma verdadeira fábrica de ídolos e dinheiro.

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Os grupos possuem diversos estilos, podendo até mesmo adotar qualquer um para si a cada retorno. Não é estranho um grupo estar num conceito fofo e no seguinte voltar com algo mais sensual, ou estar num conceito sério e no seguinte algo mais humorado. Ou até mesmo misturar. Claro que os grupos seguem padrões, podendo variar em ocasiões especiais ou após certo período, mas não é regra.

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Há também a existência de subgrupos, que podem ser criados para aproveitar parte do grupo seguindo a mesma tendência do grupo completo ou para explorar uma outra área.

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Os nomes dos grupos costumam ser exagerados de natureza. São chamativos e geralmente siglas de verdadeiras frases. As coisas vão desde nomes como 2ne1, trocadilho com to anyone (para ninguém) e twenty-one (21, se referindo ao século), e Sistar, junção de sister (irmã) + star (estrela), até coisas como BAP, abreviação de Best Absolute Perfect (Os Mais Perfeitos e Absolutos), e Teen Top, acrônimo para teenage emoboy emotion next generation talent object praise (algo como 'adolescentes emotivos objetos de elogio da próxima geração de talento', sei lá). Não estranhe, tem coisa mais bizarra. Alguns são inusitados para nós, como Spica, mas isso é detalhe. Outros parecem datados, como Super Junior. Até que esse nome soa bem, ou eu que me acostumei. Agora você já pode brincar de inventar nomes de grupos de k-pop.

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Uma coisa que muitos que não sabem desse universo pensam é que todos no k-pop são coreanos. Na verdade não. Em meio aos grupos há muitos estrangeiros, podendo ser chineses, japoneses, tailandeses, taiwaneses, americanos, canadenses, australianos, etc. O que acontece é que muitas das vezes eles possuem descendência coreana, mas também não é sempre. Quando ver um olho puxado no k-pop, cuidado, pode não ser coreano. E não diga que é tudo japonês, isso é considerado ofensivo, por mais que para nós, brasileiros, não soe. Recomendo essa matéria que identifica várias nacionalidades dos ídolos do k-pop.

As músicas costumam ser misturadas com algumas palavras em inglês, ato comum no mercado de lá. Pode ocorrer o caso de outras línguas, mas é mais raro. O que acontece normalmente é do grupo cantar tudo em outra língua. Japão e China são os dois mercados mais investidos, recebendo tanto versões traduzidas quanto músicas originais.

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Por outro lado, os covers estrangeiros, que ocorrem frequentemente em eventos e afins, costumam ser em inglês. É possível encontrar músicas em português também, visto que vários já passaram por aqui e sempre que possível fizeram covers.

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Para quem não é k-popper, pode estranhar tudo o que foi citado, além dos visuais extravagantes (embora hoje nem tanto) e o jeito dos artistas, principalmente em relação a homens afeminados e mulheres com rostos infantis. Acabam deixando de lado um detalhe: Assim como existem esses tipos, existem o contrário. É uma outra cultura, outro estilo de vida, outro pensamento. Sabiam que a Coreia do Sul é o país que mais consome maquiagem masculina? Pois é. Infelizmente esses casos acabam gerando o famoso preconceito homofóbico, independente dos caras serem ou não gays, como se isso importasse em algo. Nem preciso citar que no rock, ritmo considerado "de macho", tem artistas assumidamente gay e que nada disso influencia na qualidade nem define a sexualidade de quem ouve. Mas esse não é o foco do texto. Vamos prosseguir.

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Um resumo da história e evolução do k-pop

O considerado primeiro grupo de k-pop no estilo que revolucionou o mercado musical coreano foi Seo Taiji & Boys, em 1992. Tudo aconteceu quando Seo Taiji, rockeiro que havia terminado de sair de uma banda de heavy metal, decidiu juntar um pessoal que soubesse dançar e cantar para formar um grupo com um novo estilo musical. Influenciado pela música americana e japonesa e estudando o mercado coreano, ele acabou misturando uns ritmos como pop, rock e hip-hop e assim surgiu o k-pop. Basicamente isso. O grupo acabou quatro depois, mas foi o suficiente pra iniciar a tendência.

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Em 1996, mesmo ano que o grupo acabou, surgiu o grupo H.O.T, o primeiro de vários outros que vieram logo depois, como Shinhwa, g.o.d, Sechs Kies, Baby V.O.X, etc. Depois de um começo reservado e incentivado a buscar outros países (lê-se: China e Japão) no final do século graças a crise da Ásia de 1997, o k-pop começou a se espalhar após a virada do século, com surgimento de grupos que ditariam o novo k-pop. Indo além da estreia da artista solo BoA em 2000, poucos anos depois até o fim da década vieram grupos como TVXQ, Super Junior, Girls' Generation, Big Bang, Kara, SHINee, Wonder Girls, 2ne1, etc.

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A virada da década, considerado por muitos a Era de Ouro do K-pop (2009-2012), foi importante para a popularização do gênero graças a internet. Foi também o período em que o foco no Japão começou a dividir foco com os Estados Unidos (ainda existia um equilíbrio antes de desmoronar e os EUA sair vencedor). Foi a expansão da Hallyu Wave (Onda Hallyu), nome dado para o ocorrido, onde a cultura coreana começou a ser exportada com força, não só na música, mas no entretenimento geral. Em 2009, a música Nobody, do Wonder Girls, entrou para a Billboard Hot 100, sendo a primeira música de um grupo sul-coreano a entrar na lista. Em 2012 tivemos Gangnam Style, do PSY, contagiando o mundo e quebrando o contador do YouTube. Para se ter uma ideia, pouco antes desse período, a "onda" já estava resultando em grandes lucros internacionais. Depois aumentou absurdamente.

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Hoje em dia, com o k-pop extremamente em alta, grupos como BTS e Twice recebem destaque. Eles pertencem a nova geração do k-pop, a geração atual, que vem crescendo cada vez mais. Ora, antes o gênero estava iniciando e mesmo depois ainda não existia toda essa conexão com o mundo como existe hoje. É natural que grupos atuais façam mais sucesso, até porque os antigos ou estão acabando ou tentam se manter nesse novo mercado totalmente mudado. Mamamoo, GOT7, GFriend, EXID, EXO, Red Velvet, entre outros, estão aí fazendo sucesso também.

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Além do k-pop

Uma das áreas que cresceu com o k-pop foi o dorama. Vindo da palavra japonesa para novela, os doramas (ou dramas) são uma espécie de novela/seriado. Na Coreia do Sul, eles costumam ter entre 16 e 20 capítulos, com mais ou menos 70 minutos cada. É uma temporada e acabou (quase sempre). Como se fossem uma mistura de série americana com novela mexicana, as obras de resultados mais variados que os conceitos do k-pop sempre contam com trilhas sonoras e até artistas do meio do pop coreano. Mas isso será assunto para outra matéria. O cinema também. E de forma mais específica em vez de geral.

Acréscimos

Ainda há muito o que falar sobre k-pop, mas o foco da matéria foi apresentar o funcionamento do k-pop e sua história. Para encerrar, deixo esse vídeo sobre como o k-pop está brincando com o aspect ratio (aquelas faixas que vemos nos filmes e afins):

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Recomendo bastante esse texto que analisa diversos exemplos.

E fiquem longe dos k-poppers treteiros. Toda a ideia de fã-grupos e ídolos realmente mexem com as cabeças desses seres. Mas isso é normal em qualquer lugar que se passe a cultuar algo fanaticamente. A realidade e a utopia se mesclam como a verdade e a mentira. O resultado é quase uma distopia. Não parece aqui porque não expliquei o mundo das apresentações musicais que tem todo dia, mas tem gente que leva as competições bem a sério.

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No mais, encerro a coluna dizendo que o k-pop poderá ser revisitado algumas vezes, mas através de temas específicos. Quem sabe algo como referências a cultura pop nos videoclipes?

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Sobre Mim

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.