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09 janeiro 2019

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Sharknado 5 - Voracidade Global

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Sharknado 5 - Voracidade Global

Em 2013, a Syfy, famosa por filmes toscos e de qualidade duvidosos, lançou Sharknado, um filme com a premissa de tornados com tubarões. Foi tão ruim e inusitado que caiu no gosto do povo (por algum motivo está com 82% de aprovação no Rotten Tomatoes). No ano seguinte, uma continuação veio com a mesma premissa. E assim a franquia continua até hoje. Adotando a zoeira a partir do terceiro filme, a franquia passou de filmes mal feitos propositalmente para filmes mal feitos propositalmente com diversão. Se antes seguia um estilo "sério", apesar dos pesares, agora abraçava o cômico para ir além e expandir seu universo. Sim, Sharknado evoluiu ao seu próprio universo.



O terceiro longa trouxe novidades para a franquia e deu indícios do rumo que ela tomaria, principalmente ao final, com tubarões indo para o espaço e referências a Star Wars. A cena inclusive foi revelada por David Hasselhoff, que atuou no filme, antes mesmo do lançamento do mesmo. Se isso não é prova do nível que estavam tomando, então não sei o que pode ser considerado como tal. O quarto filme, que considero o melhor até o momento, só confirmou. Nele, diversas tecnologias são criadas para estudar e combater sharknados. O problema é que os sharknados começam a mudar, ganhando outros elementos, como areianado, fogonado, águanado e tudo o que tem direito. Agora, em seu quinto longa, a franquia infelizmente deixa quase tudo de lado para criar uma infestação global de sharknados.



A trama se inicia com Nova (Cassandra Scerbo) descobrindo uma caverna. Ela chama Fin (Ian Ziering), protagonista da franquia, que estava junto com sua esposa ciborgue April (Tara Reid), também protagonista, e seu filho Gil (Billy Barratt) visitando a realeza britânica. Quando ele chega no local, os dois veem desenhos que supostamente relatavam que os sharknados sempre existiram. Eles então pegam uma pedra misteriosa e o caos mundial começa. Diversos sharknados começam a surgir ao redor do mundo e a destruir tudo. Depois de um tempo de destruição e referências, o filho do casal é sugado por um sharknado e fica preso por lá. Como? Ele está usando um capacete de proteção contra sharknado. Sério. Depois de salvar o Palácio de Buckingham, o casal parte em busca de ajuda.



A premissa do longa é se passar em vários países. Isso é resolvido de forma "simples": O sharknado que Gil está preso possui um vórtice que transporta os protagonistas de um país a outro. Basta pular dentro dele e pronto. Como só os protagonistas são sugados para lá e vão parar em outro país, enquanto o resto é apenas morto ou destruído e seu filho continua preso... talvez a pedra que pegaram na caverna tenha culpa nisso. Ela atrai o sharknado, justamente o que o garoto tá preso, e cria um vórtice no meio. Muita coincidência.



Dentre os diversos países, temos a Austrália, onde a Ópera de Sydney é transformada numa base secreta armada. É muita viagem e criatividade. Temos até mesmo uma passagem memorável no Brasil. São minutos de puro filler que trazem um pequeno e dispensável arco pra trama, onde a pedra do Sharknado é roubada e uma perseguição é iniciada. O que vemos são mais bizarrices num lugar que não lembra nada o Rio de Janeiro e ainda mistura placas em português e inglês. Nem mesmo o Cristo Redentor escapa.



Na parte do Brasil temos a participação especial de um youtuber brasileiro do Parafernalha. Aliás, há diversos famosos e pseudos, como a franquia costuma fazer. São tantos que fica difícil identificar todos. Tem atores, cantores, esportistas, celebridades, etc. Para os olhos mais atentos e conhecedores, se torna uma divertida busca de easter-eggs. Para os cinéfilos de plantão, o filme também é repleto disso em relação a filmes. O início do longa, por exemplo, é parte inspirado em Indiana Jones (com direito a fonte idêntica no título) e Missão Impossível. Na primeira devastação, no Reino Unido, tem um integrante da banda Poison que participa de uma pequena cena fazendo uma tosca referência ao último Mad Max.



Analisar Sharknado é uma tarefa difícil. O filme não é feito para ser levado a sério e, sabendo disso, se utilizam da mais completa zoeira para criar momentos absurdos e propositalmente toscos. Furos de roteiro, forçações de acontecimentos, quebra de continuidade, falta de noção de tempo e espaço, ações exageradas e outras viagens (problemáticas ou não) são propositais. Criticar algo do gênero pode ser complicado, mas, tendo noção do que está sendo criticado, é válido. O longa possui o padrão da franquia, mas deixa de lado diversos elementos, justamente os melhores (em especial os apresentados no quarto filme) em prol de uma franquia onde cada filme se foque apenas em uma diferenciação. Mas, como acabei de dizer, ainda mantém o padrão. Como diz a popular frase: "É tão ruim que é bom". Ou "Filme ruim é bom demais". Isso é Sharknado. E, como os últimos longas, acabam por deixar um gancho para o próximo. Que venha o sexto filme! Promete ser grandioso, na medida do possível, com viagens no tempo.

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.