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09 janeiro 2019

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Tom & Jerry - Willy Wonka e A Fantástica Fábrica de Chocolate

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Tom & Jerry - Willy Wonka e A Fantástica Fábrica de Chocolate

Em 1971, lançava o que viria a ser conhecido no Brasil como "A Fantástica Fábrica de Chocolate". O filme, baseado no livro de mesmo nome, trazia uma história sobre Charlie Bucket (Peter Ostrum), um garoto humilde que morava com sua família e desejava compra uma barra de chocolate do famoso e misterioso Willy Wonka (Gene Wilder), que estava abrindo sua fábrica para aqueles que achassem cupons dourados em seus produtos. Sem dinheiro, ele via crianças birrentas ganhando e se entristecia, até que finalmente conseguiu. Entretanto, ao entrar na fábrica com seu avô, ele descobriu que Wonka não era nada do que imaginava.

O longa foi um musical marcante, sendo bastante elogiado. Exceto pelo escritor do livro, que odiou e proibiu que seus livros fossem novamente adaptados (talvez por isso nunca tenha tido continuação). Mas quem se importava? A crítica e o público amaram o que viram. Hoje é considerado um dos melhores filmes já feito. Gene Wilder imortalizou a imagem de Willy Wonka e seu mundo fantástico de "pura imaginação". O curioso é que o filme também ficou conhecido por ser um tanto quanto perturbador, principalmente na cena em que os personagens atravessem um rio de chocolate dentro de um túnel.

Apesar da proibição de adaptação, a Warner conseguiu em 2005 permissão para um remake, dirigido por Tim Burton e com Johnny Depp no papel de Willy Wonka. Com um visual mais atual, é o que mais passa na televisão atualmente. Felizmente não é dele que falarei aqui. Não que seja ruim, longe disso.

Em comemoração aos 45 anos do lançamento do longa original e em homenagem a Gene Wilder, falecido ano passado, uma versão animada do longa começou a ser produzida. Não uma versão qualquer, mas sim um encontro de Tom & Jerry com o filme. Os dois personagens clássicos dos desenhos da Hanna-Barbera (atualmente pertencente a Warner) já estrelaram diversos longas e alguns encontros, como com O Mágico de Oz e Sherlock Holmes. Dessa vez, estavam estrelando um longa com A Fantástica Fábrica de Chocolate.

A ideia de unir Tom & Jerry com A Fantástica Fábrica de Chocolate nem de perto parece boa (quem pensou nisso?) e sequer parece fazer sentido, mas no resultado é perceptível um cuidado com o filme original. Conseguem cumprir o objetivo. Não que isso signifique que o resultado seja bom. Grande parte do longa soa como uma versão resumida animada do original, com direito a enquadramentos, diálogos, músicas, etc, idênticos ou semelhantes. A grande diferença fica pela inserção de Tom & Jerry na trama, cuja influência se torna duvidosa, resultando em novos acontecimentos que servem apenas pro propósito da animação, que é criar um encontro entre as duas franquias. Os dois personagens possuem seus bons momentos, mas não é sempre.

O primeiro encontro entre os personagens ocorre durante as comuns brigas entre Tom e Jerry. Charlie está entregando jornais até que vê um gato prestes a comer um rato e acaba batendo no gato. Tom sempre se machucando. Charlie dá um pão pra eles e o outro leva para casa. Durante o filme eles sempre se encontram em algum momento, tanto dentro quanto fora da fábrica. Isso gera mudanças opcionais na trama, apenas detalhes de acréscimo. Sem mudar os acontecimentos do original, o longa insere momentos que apenas esticam o ocorrido, mas o resultado final é o mesmo.

A animação tira proveito de alguns elementos do filme original para desenvolver o encontro das franquias. Há fillers que nada acrescentam na trama, como a de Tom e Jerry roubando uma caixa de chocolates e devolvendo depois e a deles indo atrás do avô de Charlie porque ele esqueceu o bilhete dourado em casa. Apesar dessas cenas, há outros fillers que trazem novidades: No filme original é citado que Wonka tem um rival. Na animação isso cria uma trama adicional onde Tom, Jerry e um rato Oompa-Loompa são perseguidos dentro da fábrica por esse rival e por um cão policial que está traindo Wonka. Na cena do túnel, ironizam a questão dele ser considerado assustador no original. Numa das cenas de perseguição entre os personagens, máquinas da sala de invenções são usadas em meio a briga. E por aí vai. Existe um aproveitamento de ideias, tanto boas quanto ruins.

Ao fim, a animação serve mais pra apresentar o longa original para as crianças e é uma forma para os saudosistas relembrarem a trama, embora eu prefira muito mais rever o original. Descartável, mas não ruim, por mais que tenha sido execrado pela crítica, como se fosse uma ofensa ao original. Não é, o original continua lá para ser visto e revisto. Pelo menos tentaram resgatar a obra com algum diferencial.

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.