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09 janeiro 2019

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Power Rangers

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Power Rangers

Go! Go! Power Rangers! Mighty Morphin Power Rangers! A franquia americana da Saban "inspirada" (pra não dizer parcialmente copiada com autorização) na japonesa Super Sentai já existe a mais de duas décadas e, após mais de 20 temporadas e alguns filmes, finalmente retorna para os cinemas americanos numa releitura mais "adulta". A versão sombria busca trazer boa parte dos elementos da primeira série num universo repaginado, buscando agradar ao público que cresceu assistindo ao programa.

A nova versão é dirigida por Dean Israelite (Projeto Almanaque) e conta com uma equipe de roteiristas por trás: Ashley Miller e Zack Stentz (X-Men: Primeira Classe), Burk Sharpless e Matt Sazama (Deuses do Egito), John Gatins (Kong: A Ilha da Caveira), Max Landis (Poder Sem Limites), Shuki Levy (roteirista de algumas temporadas de Power Rangers, incluindo as primeiras) e Haim Saban (o próprio produtor da franquia).

Analisar um longa do tipo se torna uma tarefa complicada. Não digo por ele se sustentar pelo fator nostalgia, pois isso felizmente é só um complemento. A questão é em relação a supostos "spoilers". Quem quer se surpreender deve evitar tudo, mas quem acompanha notícias ou simplesmente viu o trailer e tem boa percepção, já percebe elementos sobre o filme que estão visíveis demais. O filme também já começa revelando alguns dos supostos "spoilers", ou seja, não é spoiler, resumindo-se apenas a diferenças e elementos não contados nos materiais de divulgação (e acredite: as confirmações por parte da divulgação são muito mais spoilers que as obviedades). Para evitar reclamações, tentarei não entrar em alguns detalhes.

Na trama, Zordon (Bryan Cranston) enterra as moedas do poder afim de que um novo grupo de rangers encontre-as futuramente. Milhões de anos se passam até que cinco jovens encontram as pedras num campo de mineração. Eles são o ranger vermelho Jason (Dacre Montgomery), a ranger rosa Kimberly (Naomi Scott), a ranger amarela Trini (Becky G), o ranger preto Zack (Ludi Lin) e o ranger azul Billy (RJ Cyler). Ok, mas e o verde? Pois então, a moeda verde está com a vilã do filme, Rita Repulsa (Elizabeth Banks). Zordon e Alpha 5 (Bill Hader) começam a treinar esses adolescentes para impedir que Rita destrua a Terra.

Logo na abertura do longa já é possível reparar nas grandes mudanças em relação ao clássico. Já deixam claro que o que está por vir é algo diferente, que pega a trama de Power Rangers, seus elementos e personagens, e cria uma versão inédita seguindo o mesmo molde, mas em outro estilo. Deixam mais "realista". Uma das mudanças foi ignorar aquele padrão utópico de adolescentes certinhos e colocar rebeldes revoltados (embora nem todos sejam) para ser os rangers. Outra mudança foi o visual. Os rangers se parecem mais com trajes do Homem de Ferro, o Alpha com um alien e a Rita com sei lá o que. O ambiente em que Zordon convocava os rangers era uma construção no meio do deserto, mas agora é uma nave alienígena enterrada embaixo de um portal embaixo da água entre precipícios onde nenhum humano vai. E esses são apenas alguns exemplos. A essência continua, mas repaginada.

Tanto a história quanto o humor possui referências a série 'original', como na cena do trailer em que o personagem asiático se torna o ranger preto e o personagem negro fica confuso. O longa ainda tira sarro de questões como o fato dos humanos escolhidos serem adolescentes despreparados em vez de alguém com mais "experiência". Numa das cenas, Alpha 5 faz piada comparando a variedade de etnia do elenco com as cores dos trajes. Mas o humor do longa não se resume a referências, claro, possuindo alívios cômicos válidos em determinados momentos.

Apesar do humor, o filme possui um tom bastante dramático. São adolescentes excluídos da sociedade, que sofrem preconceitos por algum motivo, que possuem problemas diversos. Eles acabam se unindo de forma involuntária e recebem uma missão de alguém que não conseguem confiar. O longa explora bem cada personagem. Isso acaba fazendo a história durar "mais", até por ser um filme de origem, e, por consequência, para alguns, pode cansar. Não que seja ruim. Para quem espera muita ação, vai se decepcionar bastante. É realmente um longa de drama de adolescentes rejeitados, mas muito decente. É um novo olhar sobre Power Rangers. A experiência é curiosa.

A pouca ação do longa é empolgante, mas fica devendo em alguns aspectos. Por um curto momento temos os rangers enfrentando os seres de pedra igual nas séries, de forma tosca mesmo (mas sem soltar faísca), mas no filme há um sentido para ser assim, não inseriram de qualquer jeito. Quem rouba a cena mesmo são os zords, ao som da música tema clássica. Mesmo se desviando de algumas partes do esquema padrão, a batalha final segue semelhante, com direito a monstro gigante e megazord. E isso não é spoiler.

A nova versão de Power Rangers criou um universo realista e sombrio para a franquia, trazendo elementos da série clássica e adaptando para algo cabível nesse novo formato. O resultado é interessante e pode agradar aos fãs da franquia por não fugir das origens. A continuação já foi confirmada e ainda tem muito o que explorar e com mais liberdade, ainda mais depois de um filme completamente de origem. Fiquem para a cena no meio dos créditos, aguardemos os próximos longas e é hora de morfar!

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.