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09 janeiro 2019

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Resident Evil 6 - O Capítulo Final

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Resident Evil 6 - O Capítulo Final

Depois de quase 15 anos, a franquia de filmes Resident Evil chega ao seu sexto e último longa. Inspirado nos jogos de mesmo nome da Capcom, os filmes sempre buscaram uma história própria, com uma protagonista exclusiva, algo que dividiu opiniões. Por parte dos críticos, a franquia nunca surpreendeu, mas por parte do público foi um sucesso. Já para os gamers, há quem se sentisse ofendido com a adaptação, enquanto outros considerassem apenas bons filmes de ação.

Com direção e roteiro de Paul W. S. Anderson, que roteirizou toda a franquia, não dirigindo apenas os segundo e terceiro filmes, O Capítulo Final chega a com a proposta de encerrar as aventuras de Alice no mundo pós-apocalíptico e responder a todas as perguntas deixadas nos filmes anteriores. Diferente do que aconteceu no quinto filme, que continuava exatamente de onde o quarto parou, no sexto a história avança no tempo, mostrando Alice (Milla Jovovich) lutando sozinha para sobreviver após ter sido traída por Albert Wesker (Shawn Roberts). Antes, porém, Alice conta a origem do t-vírus e o envolvimento da corporação Umbrella, responsável pelo fim do mundo, relembrando também a franquia de forma bem rasa. Continuando a trama, Alice descobre através da Rainha Vermelha (Ever Gabo Jovovich Anderson) que existe uma cura escondida no subsolo da Umbrella, mesmo local que se passa a história do primeiro filme. Após ser raptada pela Umbrella, ela foge em direção a Racoon City para seu objetivo.

As cenas de ação estão no nível dos longas anteriores, sempre empolgantes. Dessa vez ainda conta com armamentos pesados por parte da Umbrella. Com 48 horas para o extermínio total da humanidade, Alice corre contra o tempo, rendendo um filme dinâmico quase sem tempo para respirar, como se fosse uma longa e única cena de ação (parcialmente semelhante ao quinto filme nesse quesito). As cenas de luta, porém, se dividem, principalmente em relação aos zumbis e outros infectados, com uma edição grosseira e uma câmera tremida que não propõe visão total do inimigo nem dos movimentos. Para piorar, nos ambientes escuros chega a ser difícil enxergar o que está sendo mostrado. Já as cenas de suspense, algo que a franquia havia deixado de lado, retorna de forma bastante falha. O resultado é o mesmo de filmes de terror feitos apenas para assustar, com um incômodo efeito sonoro agudo para qualquer coisa que aconteça. Qualquer coisa mesmo. Chega a ser irritante e não transmite o clima desejado, ainda mais num filme de ação.

Aproveitando o gancho dos zumbis, o grande e único destaque vai para a horda da Umbrella, que chama a atenção em todas as cenas que aparece. De resto, o filme dá lugar a seres monstruosos aleatórios e nada marcantes. Aleatórios também são os novos personagens. Com respostas nada convincentes, o diretor disse em entrevistas que os outros morreram e que os novos foram inseridos para atrair público. O filme simplesmente insere tais personagens e não os desenvolve, sendo usados apenas a favor da protagonista. Trocar personagens já inseridos e desenvolvidos, alguns até vindo dos jogos, por outros exclusivos e inéditos totalmente aleatórios é o melhor a se fazer para atrair público? Certeza? Como se não bastasse, até mesmo alguns personagens antigos que retornaram foram deixados de lado, como a Claire (Ali Carter) e o próprio Wesker. Exatamente: O vilão é deixado de lado e sequer é aproveitado, estando presente apenas por estar. Quem ganha destaque é o Dr. Alexander Isaacs (Ian Glen). A mudança gera rumos interessantes, apesar de resgatarem o cansativo elemento de clonagens (que estava esquecida desde os filmes antigos), mas deixa um incômodo pelo fato da franquia não trabalhar seus personagens como deveria.

Felizmente, em meio aos clichês, o filme consegue apresentar algumas reviravoltas interessantes, resgatando tudo o que foi apresentado na franquia e usando ao seu favor, embora isso gere furos de roteiro em relação os filmes antigos que simplesmente ignoraram. O longa toma uma aparência nostálgica, mas com a pegada dos novos filmes. Os acontecimentos levam a um desfecho duvidoso para um último filme, porém aceitável. Conseguem encerrar todo um arco.

O 3D, diferente dos utilizados nos quarto e quinto filmes, não marca. Enquanto nos anteriores os efeitos podem ser considerados uns dos melhores já feitos (principalmente no quarto), aqui não há nada demais e o máximo de destaque na tela não vale a pena o ingresso mais caro. Quando um filme é lançado em 3D, ele deve fazer parte da experiência. A queda de qualidade é absurda. Mas deixando o efeito de lado, o filme em si está no mesmo nível dos anteriores. Talvez pior que alguns, talvez melhor que outros, a verdade é que a franquia nunca foi realmente boa, conquistando mais o grande público. Deixaram a desejar nesse suposto encerramento, mas cumpriram o que prometeram. O impacto que a franquia causou só o tempo dirá. Um reboot futuramente seria bom, com uma pegada mais puxada para os jogos. As animações comprovam.

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.