~ publicado originalmente em redes sociais ~
~ apenas uma análise de base, sem aprofundamentos ~
Oficina do Diabo (2025)
O primeiro filme da Brasil Paralelo. Uma ficção inspirada em obras clássicas da literatura, principalmente em um livro de C S Lewis, que inicialmente venderam assim e depois de uma polêmica voltaram atrás. Como citam, "propaganda é a alma do negócio". Isso serve também pros próprios com o marketing descaradamente apelativo elogiando sua própria produção e criticando o cinema brasileiro, como se estivéssemos diante de algo inovador. [E o Paulo Kogos chamando de melhor filme nacional de todos os tempos? haha] Mas tem que vender, né. Nisso até a Sony já chamou Venom de filmaço. Mas deixemos de lado. Sigamos.
Sabem aqueles filmes gospel de baixo orçamento com lição de moral e tudo mais? Acho entediante. Um saco de ver. O que temos aqui é algo parcialmente parecido, só que, e isso acaba sendo um mérito, melhorado. A Brasil Paralelo sabe fazer um audiovisual chamativo. Trazendo uma pegada mais interessante pra batida história de desafios da vida, a trama acompanha dois diabos, um novato e outro experiente, tentando conquistar a alma de um homem que se sente fracassado na vida após não conseguir alcançar seu sonho e voltar a morar com a mãe religiosa.
Em suas desnecessárias mais de duas horas de duração, o longa explora métodos de como o diabo tenta, seduz, manipula as pessoas a se tornarem perdedoras. Seus poderes não são atacar as pessoas diretamente, e sim plantar sementes aqui e ali que terão impactos duradouros futuramente. Criticando o mundo atual, as filosofias de pensadores clássicos e tudo o que supostamente afasta as pessoas de Deus, o filme é uma jornada sobre recomeço, perseverança e fé. Um papo muito batido para alguns, porém muito envolvente para outros. Sinto que fiquei em algum meio de caminho. Esperava uma bomba completa, mas vi até o fim e fiquei "é, ok, brega, poderia ser melhor, mas... ok". Apesar da péssima fórmula "Deus Não Está Morto" de colocar ateus como os chatos que zombam de alguém que acredita em Deus ser usado aqui, pelo menos não colocam os cristãos como perfeitos.
Realmente, tem potenciais aqui e ali, momentos interessantes, uma tentativa de falar da essência humana e de criticar atos que fazemos que nos prejudicam, por baixo das questões religiosas, além de levantar alguns pontos reflexivos (sobre como ter fé, sobre livre arbítrio, etc), embora nem sempre respondam (deveriam? talvez), mas muitas vezes esticam as cenas que, junto a uma trilha repetitiva e a momentos por vezes melosos, acaba cansando. [Nem consigo criticar tanto o uso excessivo da música lá de Israel porque eu também gosto dessa música (rs)]. Mas uma coisa que senti que ficou devendo foi o impacto das mudanças do protagonista terrestre. Faltou mais peso nos ocorridos. Soam vagos, aleatórios. Até mesmo alguns dos acontecimentos. Quanto a atuações, não sou técnico nessas coisas, achei ok. É um dos filmes já feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário