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02 dezembro 2014

[KOKYO] Especial - Mangás Brasileiros

Mangás brasileiros. O que vem a ser? Na verdade, como todos sabem, mangá é o termo dado a história em quadrinho (hq, gibi, etc) feito no Japão. Os mangás brasileiros são quadrinhos nacionais com o estilo, como o nome já diz, mangá. Antes de mais nada, devo dizer que o mercado de mangás brasileiros ainda está em andamento, crescendo aos poucos. Recentemente a obra brasileira Over The Rainbow ficou em segundo lugar no MICC, eventos de mangás no Japão.

Geralmente os mangás são achados pra baixar na internet ou comprar com o dono. Recentemente a editora Lancaster lançou uma nova revista chamada Ação Magazine ( HYPERLINK “http://acaomagazine.com.br/” http://acaomagazine.com.br/), 100% brasileiro só com histórias brasileiras a la mangá. Foi apenas depois do ano 2000 que tivemos relatos de mangás brasileiros, através da internet.

Muita gente não sabe dessas coisas porque não há muita divulgação, mas é só procurar na internet pra achar. Entrando mais a fundo nesse universo, vamos ver alguns mangás brasileiros que valem a pena conferir.
Vou começar falando de Mercenário$ ( HYPERLINK “http://www.mercs.com.br/” http://www.mercs.com.br) A história envolve guardiões, elfos, ladrões, reinos, mercenários (dã), e por aí vai. As HQs são divididas em três tipos: série, especial e pocket. Quatro “pessoas” diferentes formam um grupo de mercenários que fazem de tudo por dinheiro, mas também querem aproveitar a vida. Com um humor sarcástico, conseguiu conquistar os fãs. Vale lembrar que o grupo já apareceu no Holy Avengers, que é considerado um marco para os quadrinhos brasileiros. Petra Leão e Fran Briggs são quem escreve a história, enquanto Denise Akemi faz a arte e Claudia Medeiros fica com a capa. No site dá pra ver outras pessoas envolvidas. O mangá chegou a ser publicado pela editora Talismã. Infelizmente foi descontinuada por problemas autorais, mas dá pra ler online o que já foi feito.

A série é a saga principal, no estilo aventura, numa história envolvendo até conflito familiar.
Os especiais contam outra história, também de aventura, porém com mais humor.

Os pockets são pequenas tirinhas cômicas, sem ligação com as sagas. É um guia prático de como se tornar um mercenário, por assim dizer.

Agora falando do Digude ( HYPERLINK “http://zinedigude.blogspot.com.br/” http://zinedigude.blogspot.com.br). A história diz que a 4000 anos a.C., as almas de cinco animais lendários adormeceram dentro de cinco esferas, que se espalharam pela Terra. Daí surgiu um jogo muito famoso, o jogo das bolinhas de gude. O personagem principal é Di, um garoto que recebe um fragmento de um meteoro, o que dá a ele a capacidade de fazer uma jogada lendária com bolinhas de gude. Então ele começa a competir com outras pessoas. Dá pra ler um preview online de cada edição lançada, pela editora Tesouro Laser. Quem escreve e desenha tudo é Vinicius de Souza.

Uma empresa que merece destaque é o Studio Seasons, estúdio brasileiro especializado em mangá. A equipe já fez vários trabalhos oficiais. Há mangás disponíveis online também. Confira os três:

O primeiro é Laser Boy. Roteiro de Montserrat e arte de Sylvia Feer. A história se passa no ano 2057, onde humanos e myskawayhs vivem em conjunto, já que em 2027 a Terra se dizimou e os humanos foram salvos por esses seres alienígenas. Somos levados ao planeta Hochland, o planeta mais diversificado de todos, onde várias culturas vivem entre si. As coisas mudam quando o governante Tchar-Mak-Djar faz uma aposta com o humano Kelligan, onde seu filho vai aprender a governar tudo, senão ele sai do poder e Kelligan entra. O problema é que seu filho é o pior aluno do colégio de naves. E a história começa por aí, e aos poucos vai evoluindo, num tom bem humorado.

O segundo é Crônicas de Edo. Roteiro de Montserrat e arte de Simone Beatriz. A história se passa em 1771, em Edo, Japão. Nessa primeira história é sobre o samurai Kimura, que, durante sua viagem para Osaka, vai a um vilarejo onde ocorre um crime: cinco crianças haviam sumido. Ele então decide investigar. No Japão existe uma estátua que se dá o nome de tokuratou, representando a criança morta. É a partir dessas estátuas que o samurai vai em busca do misterioso assassino. Essas estátuas representam garotos de três anos. O clima é sério.

O terceiro é Contos de Sher Mor. Roteiro e arte de Montserrat. A história envolve elfos. Nessa primeira história há um mar chamado Su Na Tog, o Lago das Borboletas, onde quem nadar nele vira uma, ou seja, morre e volta no corpo de uma borboleta. Toda a história é sobre a passagem da vida pra morte e renascimento, tudo contado através de simples diálogos e uma pequena surpresa no final.
Agora vou falar do Mangá Pride ( HYPERLINK “http://www.mangapride.com.br/” http://www.mangapride.com.br/), grupo bem famoso. A revista que fazem possui, além das histórias, matérias de jogos, animes, etc. A edição zero (disponível online) reúne alguns one-shots, pequenas histórias feitas para caso façam sucesso se tornem uma série. Veja a seguir.

Angel X Demon nos mostra de um jeito humorado a tentativa de uma “demônia” fazer com que um anjo peque.

Super Fighting Heroes mostra a história do boxeador Spike em busca da vitória.

Inusitado fala sobre uma mulher que está num programa de amor mas não faz idéia do que está fazendo lá.

Mind Collegium fala sobre a chegada de um novo aluno a um dos colégios mais cobiçados do Rio.

Belial’s Contract é sobre o estudante Rafael conversando sobre sua situação escolar com sua amiga Bianca.

Black Lighting nos remete a um mundo devastado pela guerra, onde terroristas dominaram o mundo e podiam fazer o que quiser.

E agora, uma que também merece destaque, apresento-lhes a revista digital Nanquim ( HYPERLINK “http://www.digitalnanquim.com/” http://www.digitalnanquim.com/), que reúne várias histórias e já fez até parceria com a Mangá Pride. Há também outras matérias relacionadas ao Japão.Vamos conferir as histórias das duas primeiras edições, já que há séries e histórias únicas.

A primeira é Tools Challenge. Num universo, as pessoas nascem com ferramentas. A história é sobre Raion, que possui uma ferramenta da série ouro e por isso não pode ficar mais de 15 anos longe dela, senão ele morre. O problema é que ao nascer sua ferramenta foi roubada e ele está com 14 anos. Tudo parecia perdido até que ele descobre o Tools Challenge, um torneio ilegal, onde ele também descobre que o campeão está com a sua ferramenta. Uma história séria com muita luta e um toque de drama.
Pirates! conta pequenas histórias ‘aventurescas’ de uma pirata e sua tripulação, sempre com muito humor. Apesar de parecer tira, as histórias continuam uma a outra. Bem divertido.

Egoman, o Inofendível Herói. Douglas Santos era um garoto qualquer até que uma misteriosa nuvem o atinge com um relâmpago. A partir daí ele ganha o poder de ser imune a qualquer tipo de ofensa que os mortais sofrem. Logo na primeira história Egoman tem que enfrentar “grandes pesadelos”, como suportar uma banda de rock colorida e impedir um magnata que quer dominar o mundo através de fofoca. Diversão na certa, sempre com bom humor.

Blood Crystal. A Terra foi dividida em seis partes, sendo que cada parte possui um cristal que a deixa dentro de órbita. Para que nada ocorresse, seis guardiões decidiram proteger os cristais contra os seres da parte sombria. Tudo ia bem até que os seis cristais foram roubados. É então que os guardiões decidem ir atrás dos cristais. Há os momentos mais tranqüilos mas também há os momentos mais sérios.

Wild Busters. Dois garotos, Wild e Fox, querem ir para ElDourado, mas no caminho acabam indo para um vilarejo e matam um gigante. Sem saber de nada, eles são convidados pra um banquete. O problema é que tudo é uma armadilha pra matá-los. A história em si é bem humorada, até mesmo nas cenas de luta.

Best in Best!, história completa. Sara Colins é a melhor aluna do colégio, admirada pelos garotos e odiada pelas garotas. Lá ela acaba fazendo amizade com outros garotos, como o Mario. A história é de comédia e se aproveita pra criar momentos diversos, como o Mario caindo e puxando a saia da Sara e a Sara tentando matar o Mario com um robô gigante. Dizem que quem briga muito acaba… você sabe.

Gun Bounds, baseado num jogo, onde um garoto vai parar num mundo desconhecido e nem ele sabe o que está acontecendo.

Meu Personal Assassin Boyguard. Tomás é um garoto do ensino fundamental que sempre apanha no colégio. Ele decide ligar para um grupo de agentes que dizem resolver seu caso. De forma divertida e muito engraçada, a história mostra a tentativa de Tomás e a “agente” acharem os dois “valentões”, mas as coisas vão mudando aos poucos.

Amor Invisível. Dain Chan está no último ano do colegial e quer aproveitar, mas tem que aturar a sua irmã. Ele decide fazer uma aposta com outro garoto pra ver quem arranjaria uma namorada primeiro. O perdedor ia ter que sair com um garoto.

Meu Melhor Amigo É Um Super Vilão. A história fala de amigos do colégio que na verdade possuem identidades secretas, mas o problema é que um é vilão e a outra é heroína. Pra piorar, a heroína é fraca e nunca vence, contrariando a frase de que o bem sempre triunfa. As coisas ficam mais sérias após ambos serem raptados por um velho tarado, que quer a garota como futura esposa.

Algai. A muito tempo os deuses criaram o mundo Mohraiz, dando para cada ser vivente ali o dom da magia. O problema é que alguns começaram a usar para o mal. Um ser maligno chamado Nerdregos obteve a essência e nenhum deus pode vencê-lo. Então os deuses se uniram e conseguiram prende-lo até que alguém que fosse capaz surgisse para continuar a luta.

Há muitas outras histórias, cada edição traz novidades. Há uma inclusive, que está na edição 3, que esteve na edição zero do Mangá Pride, só que agora como uma série. É a do arrebatamento, onde um advogado dá a um estudante o direito de entrar no Paraíso, já que ele foi esquecido na Terra, mas pra isso precisa deixar que o diabo tome seu corpo e assim juntos invadam o Paraíso quando chegar a hora.

O termo mangá brasileiro não era pra gerar controvérsias, mas algumas pessoas simplesmente não aceitam que mangá é hq e que mangá também é um estilo de desenho. Enfim, não devemos ligar pra quem diz o contrário. Mangá brasileiro é a história em quadrinhos brasileira que segue os traços dos mangás, ou seja, uma história em quadrinhos feita no Brasil mas seguindo o estilo da história em quadrinhos feita no Japão.
Para terminar, não podia deixar de fora um clássico brasileiro. Apesar de não ser mangá, segue o estilo e merece participação nessa matéria: Turma da Mônica Jovem. Amada por várias pessoas e odiada por alguns, os gibis vendem bem e sempre trazem surpresas, numa versão adolescente da Turma da Mônica. Há diversos tipos de histórias, desde histórias de ficção a histórias do cotidiano, tudo sem perder aquele jeito da turminha. Claro, algumas coisas mudam, mas no fundo todos continuam sendo a turma. Durante essas várias edições, tivemos inúmeras referências a várias coisas, seja videogame, seja anime, seja jogo, seja personagem de algo, seja conto, seja o que for.

Quem se lembra aí a paródia de Death Note, que ficou “O Livro do Riso”, onde quem tivesse seu nome escrito no caderno tinha um ataque de riso? E o Anjinho dando uma de Sephiroth, ou melhor, Céufiroti? Independente das críticas, Maurício de Souza sempre buscou homenagear e fazer uma versão diferente. “Como seria se fosse com a Turma da Mônica”?

Há também o especial em duas edições que levou décadas para se concretizar, um crossover com os personagens de Osamu Tezuka, o pai do mangá, com os de Maurício de Souza. A idéia surgiu nos anos 70, mas engavetou nos anos 80 após a morte de Tezuka. A história mostrava o encontro de alguns personagens da Turma da Mônica, como a Mônica, o Cebolinha, a Magali, o Cascão, entre outros, com três grandes personagens de Tezuka: Astroboy, Safiri (de A Princesa e O Cavaleiro) e Kimba, o leão branco. A história abordava sobre o desmatamento e algumas outras coisas, mas sem ficar naquela monotonia educativa, tinha vários momentos e cada momento aproveitava a situação. Apesar de não ser uma história tão séria, o tema é, mas independente disso é uma aventura imperdível para os fãs.

Há muitos outros mangás brasileiros. Comente nos comentários quais você conhece. Espero ter aumentado a curiosidade e incentivado para que vocês leiam mangás brasileiros.

~Postagem originalmente publicada no portal Kokyo em 8 de janeiro de 2013~

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.