Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

25 janeiro 2025

Quantos filmes vejo em um ano

~ publicado originalmente em redes sociais ~

Em 2024 não vi tantos filmes assim, mas ainda mantive minha média. Foram 116 vistos pela primeira vez. Por via de curiosidade, consultei meu Filmow, que tem registros desde 2011, e vi o quanto de filmes vejo em um ano. Vou compartilhar o resultado. Não são números exatos, mas dá pra ter noção. Considerei apenas longa-metragens.

Vejo mais de 100 filmes por ano. 130, 150, 180, varia. / Recorde registrado: 232 em 2023.

Vejo uma média de 50 filmes lançados em seu ano. / Recorde registrado: 68 em 2014. A conta é maior se considerar as datas de lançamento brasileiras. E viva os fansubs.

Vejo geralmente mais de 20 filmes no cinema. / Recorde registrado: 35 em 2023.

Vou considerar uma média de 10 filmes brasileiros, mas varia. / Recorde registrado: 23 em 2022.

Não vejo muitos filmes brasileiros no cinema. / Recorde registrado: 4 em 2012 e 2023.

[Até gostaria de fazer com livros e quadrinhos, mas nunca anotei tudo rs]

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Dados brutos: 2012 a 2024 (números aproximados):

Filmes vistos no ano: 154 205 177 193 137 135 151 137 122 187 232 157 116

Filmes do ano vistos no ano: 50 55 68 53 55 59 48 56 39 65 64 66 67

Filmes vistos no cinema: 26 28 24 18 27 29 20 21 7 13 12 35 26

Filmes nacionais vistos no ano: 6 9 13 9 4 8 1 11 13 13 23 16 19

Filmes nacionais vistos no cinema no ano: 4 3 0 0 0 0 0 3 1 1 3 4 2

[RASCUNHO] Arca de Noé (2024)

 ~ publicado originalmente em redes sociais ~

Arca de Noé (2024)

Sing versão Arca de Noé na suposta maior animação brasileira. Quem achou o Noé do Aronofsky herético, vai infartar com esse e encontrar Jesus ou o diabo no mesmo dia. O que os dois tem em comum na real é que ambos tem apenas uma inspiração no conto bíblico, e não são adaptações deles. A enorme diferença é que o outro é bom e tenta se usar de licença poética, enquanto esse... Só pega a base mesmo e que se dane o resto. Na real, essa animação é inspirada em poemas do Vinícius de Moraes, que, junto a Tom Jobim, são homenageados no longa. É um filme bem infantil, com músicas bem infantis e roteiro bem infantil.

Eu nem veria, não só por não ser o público-alvo, mas também porque achei o trailer ruim demais, porém... Teve polêmica, vi boicote, vários textões copia e cola provando que muitos sequer viram o longa, então decidi conferir. É... Meio que é tudo ou boa parte verdade por parte das acusações, mas a noção de realidade e contexto passou mais longe demais. Algumas das reclamações que fizeram foi a indagação do porque Deus não escolheu famílias lgbtqia+ na arca, o uso de pronome neutro, Noé sendo um pateta, Deus dizendo a Noé "se vira, caboclo", coisas assim. Tem tudo isso mesmo rs Em momentos únicos de frases únicas, mas tem sim.

Os protagonistas da trama são dois ratos, mas a neta de Noé ganha destaque também. A trama remendada estica no que pode pra render um longa. A premissa de um concurso musical demora a ocorrer, porque até lá tem outros poucos acontecimentos. O vilão é o leão, que se acha superior e cria uma divisão no local, ameaçando a todos. Tem um arco de um buraco que surge na arca também. O uso de gírias atuais é constante e faz sentido, então do nada tem referências e piadinhas e coisas como "dá um like" e "isso é fake news". Quando abre um buraco na arca, os animais de fora ficam falando "Titanic!" (rs). Achei criativo no começo, os animais impacientes zoando a enorme demora que os filmes brasileiros são pra começar de verdade por conta das dezenas de marcas que aparecem na abertura. Tire todas as polêmicas e terá apenas uma animação bobinha e caricata pra garotada. Chato, mas, novamente, não sou o alvo disso.

[RASCUNHO] Lobisomem (2025)

 ~ publicado originalmente em redes sociais ~

Lobisomem (2025)

A nova versão do Lobisomem é um drama familiar sobre a convivência com um ente querido com doença degenerativa. É isso. Pelo que pesquisei, o próprio diretor falou sobre tais inspirações. Ainda tem seus momentos de terror, muitos momentos de suspense também, mas é principalmente um drama, reimaginando o clássico personagem numa pegada do terror moderno que busca fazer analogias/metáforas a alguma questão social e/ou humana.

O filme até acerta em sua proposta e entrega um resultado ao meu ver aceitável, mas também escorrega em si mesmo. É o famoso "não fede nem cheira". Não souberam onde parar com os momentos dramáticos, esticando sempre que possível. É aquela sensação de algo estar indo muito bem, envolvente, criando um vínculo entre o público e os personagens, mas daí passa do ponto e começa a cansar. E o ciclo vai se repetindo. E justamente por ir melhorando, a sensação de quando piora é esquecida e lembrada apenas quando enfim volta a ficar morno. Por outro lado, os momentos mais terror e gêneros afins chamam a atenção e dão uma renovada, seja pela ambientação do campo e da floresta, seja pelo clima do mal estar bem ali com eles, seja pela ação no calor do momento pela sobrevivência. O arco dentro da casa resume bem demais tudo isso, entregando os pontos mais altos e mais fracos do longa.

Há uma inspiração também em A Mosca, confirmado pelo diretor, mas a transformação de homem para lobo parece carecer de um impacto visual maior, tendo peso mais pelo seu contexto. Há algumas cenas que buscam mostrar as coisas pelo ponto de vista do monstro, o que de começo achei interessante, mas depois ficou genérico. O clímax não é grande coisa. Toda cena de ataque o roteiro ajuda os personagens. Ainda assim é um filme com mais pontos positivos que negativos, mais cenas boas que fracas, e vários momentos envolventes, seja na questão familiar, seja no perigo. Faltou mais Lobisomem no filme do Lobisomem? Faltou. Mas é detalhe (rs). Tentaram uma outra proposta com uma ideia muito boa, mas com um resultado que, mesmo com seus altos, poderia ser melhor.

[RASCUNHO] Parasite Eve

 ~ publicado originalmente em redes sociais ~

Parasite Eve

Um drama sobre luto e experiência científica. Creio que a mídia mais famosa de Parasite Eve seja sua franquia de jogos, porém tudo nasceu com um livro, que depois foi adaptado em filme. Enquanto os jogos seguem como uma "continuação espiritual", o filme busca ser mais fiel ao livro. Pelo menos é o que pesquisei, pois não li nem joguei (rs).

Falar sobre a trama é quase que um spoiler, visto que, apesar das duas horas de duração, o conteúdo narrativo do longa se resume em sua própria sinopse. Um cientista que está estudando o poder das mitocôndrias perde sua mulher num acidente. Em paralelo, um médico busca um doador de rins pra salvar uma paciente. Os dois se cruzam e o cientista descobre que as mitocôndrias são inteligentes e tem consciência própria.

Até aí já foi mais da metade do longa. É um filme lento, que começa como um romance e se torna um drama e culmina numa ficção científica com pegada de horror. Mas o drama romântico e meloso permanece. Diz o diretor que foi obrigado a seguir por esse caminho. Ele queria fazer um filme com uma pegada mais voltada ao terror e não deixaram. Provavelmente teríamos visto uma mistura boa de ambos na tela. Mas falando do resultado, temos algo competente na maior parte do tempo. Sem preocupação em acelerar as coisas, a trama bate na ideia de luto e do biólogo tentando superar as coisas e estudando seus casos. Acaba se estendendo mais do que devia, mas tem um clima envolvente.

No ato final acaba deixando a desejar, como se prometesse muito e entregasse pouco. Não sei qual foi o orçamento, mas parece ter sido baixo. Apenas arranham possíveis potenciais de um horror e talvez uma ação, destoando um tanto do que foi visto até ali, mas o drama volta a prevalecer. Soube que aliviaram o filme em relação ao final original do livro. É um filme curioso.

[RASCUNHO] Oficina do Diabo (2025)

 ~ publicado originalmente em redes sociais ~

~ apenas uma análise de base, sem aprofundamentos ~

Oficina do Diabo (2025)

O primeiro filme da Brasil Paralelo. Uma ficção inspirada em obras clássicas da literatura, principalmente em um livro de C S Lewis, que inicialmente venderam assim e depois de uma polêmica voltaram atrás. Como citam, "propaganda é a alma do negócio". Isso serve também pros próprios com o marketing descaradamente apelativo elogiando sua própria produção e criticando o cinema brasileiro, como se estivéssemos diante de algo inovador. [E o Paulo Kogos chamando de melhor filme nacional de todos os tempos? haha] Mas tem que vender, né. Nisso até a Sony já chamou Venom de filmaço. Mas deixemos de lado. Sigamos.

Sabem aqueles filmes gospel de baixo orçamento com lição de moral e tudo mais? Acho entediante. Um saco de ver. O que temos aqui é algo parcialmente parecido, só que, e isso acaba sendo um mérito, melhorado. A Brasil Paralelo sabe fazer um audiovisual chamativo. Trazendo uma pegada mais interessante pra batida história de desafios da vida, a trama acompanha dois diabos, um novato e outro experiente, tentando conquistar a alma de um homem que se sente fracassado na vida após não conseguir alcançar seu sonho e voltar a morar com a mãe religiosa.

Em suas desnecessárias mais de duas horas de duração, o longa explora métodos de como o diabo tenta, seduz, manipula as pessoas a se tornarem perdedoras. Seus poderes não são atacar as pessoas diretamente, e sim plantar sementes aqui e ali que terão impactos duradouros futuramente. Criticando o mundo atual, as filosofias de pensadores clássicos e tudo o que supostamente afasta as pessoas de Deus, o filme é uma jornada sobre recomeço, perseverança e fé. Um papo muito batido para alguns, porém muito envolvente para outros. Sinto que fiquei em algum meio de caminho. Esperava uma bomba completa, mas vi até o fim e fiquei "é, ok, brega, poderia ser melhor, mas... ok". Apesar da péssima fórmula "Deus Não Está Morto" de colocar ateus como os chatos que zombam de alguém que acredita em Deus ser usado aqui, pelo menos não colocam os cristãos como perfeitos.

Realmente, tem potenciais aqui e ali, momentos interessantes, uma tentativa de falar da essência humana e de criticar atos que fazemos que nos prejudicam, por baixo das questões religiosas, além de levantar alguns pontos reflexivos (sobre como ter fé, sobre livre arbítrio, etc), embora nem sempre respondam (deveriam? talvez), mas muitas vezes esticam as cenas que, junto a uma trilha repetitiva e a momentos por vezes melosos, acaba cansando. [Nem consigo criticar tanto o uso excessivo da música lá de Israel porque eu também gosto dessa música (rs)]. Mas uma coisa que senti que ficou devendo foi o impacto das mudanças do protagonista terrestre. Faltou mais peso nos ocorridos. Soam vagos, aleatórios. Até mesmo alguns dos acontecimentos. Quanto a atuações, não sou técnico nessas coisas, achei ok. É um dos filmes já feito.

Sobre Mim

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Ninguém importante. Formado em jornalismo. Ex-colunista de cinema, quadrinhos e k-pop por aí.