Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

21 novembro 2024

[IDEIA DE HISTÓRIA] Projeto escritor x criação

  Estou "desistindo" de me tornar escritor, então estou compartilhando minhas ideias para quem quiser aproveitar. Gostaria que, aqueles que se sentirem inspirados, dessem algum crédito.

Ideia original: Um escritor está escrevendo sobre um estudante que, após um acidente, entra em coma e acorda com poderes. Durante o processo, ele sofre dificuldades de como prosseguir.

Resumo da parte do escritor: Cursando faculdade de jornalismo. Vivendo sua vida normalmente e escrevendo nas horas vagas.

Resumo da parte do estudante do livro: Ensino médio. Seguir a mesma coisa dos rascunhos originais. Apaixonado pela colega de sala, perde os pais, reencontra um antigo amor, vai morar com a colega de sala, etc. Coisas bem clichês e forçadas dignas de um sonho.

Observação: O estudante do livro sofre a sensação diversas vezes de uma parte de sua vida estar sendo reescrita. É o autor apagando um texto.

Organizar ao longo da trama:

Plot twist 1: O estudante descobre que está dentro de um sonho ou algo do tipo após um caso misterioso que expande sua mente: Seu inimigo revela que ele é ele mesmo e que nada daquilo é real.

Plot twist 2: O estudante passa a controlar o rumo de sua história. Ele então luta para descobrir quem está por trás de tudo para se vingar de tudo o que seu criador o fez passar.

Plot twist 3: O autor, cansado da história, decide responder ao estudante, ignorado outras vezes, revelando que ele está em um livro.

Plot twist 4: O estudante desafia o autor a escrever que ele se materializaria no mundo real. O autor aceita e faz. O problema é que ele realmente vai para o tal mundo real, aparecendo na frente de seu criador.

Plot twist 5: Após um ataque do estudante, o livro é danificado e o estudante começa a enfraquecer. O autor então se liga que deve queimar aquilo. Posteriormente ele consegue.

Plot twist 6: O autor, indignado, pergunta quem está escrevendo sua história, já que só assim para tudo fazer sentido. Eu, o real autor, respondo. O autor, porém, sabe que nada adianta fazer, já que tudo o que acontece é descrito pelo real autor. Ou seja: Todas as ações são controladas, até mesmo os pensamentos. O personagem apenas tem uma sensação de liberdade.

Encerramento: Eu, o real autor, buscando um final decente, encerro a trama iniciando uma outra história unindo das duas tramas.

[IDEIA DE HISTÓRIA] Coerência com O Predestinado

  Estou "desistindo" de me tornar escritor, então estou compartilhando minhas ideias para quem quiser aproveitar. Gostaria que, aqueles que se sentirem inspirados, dessem algum crédito.

Ideia original: Misturar elementos dos filmes Coerência e O Predestinado.

Noite. O protagonista chega na casa de um amigo após seu trabalho secreto de agente viajante do tempo. Outros o esperam para a confraternização. Ele deixa sua mala no canto da sala, perto da porta. Na mala, há um dispositivo que permite viajar no tempo.

Amigos reunidos. Alguns são casais, outros não. Um casal tem uma filha adolescente. Algo estranho acontece, as luzes piscam. Um vai ao banheiro, outro sai para fumar, e ao retornarem, algo de estranho está no ar. Não são os mesmos amigos, mas são as mesmas pessoas, só que supostamente de universos paralelos. Tiros então são ouvidos após alguns minutos. Todos se assustam. O protagonista vai ao banheiro para investigar com a premissa de sair dali, mas percebe que a mala ficou na sala, e o aparelho está lá. Ao voltar, ele também vai parar em outro ambiente incrivelmente semelhante, mas há uma mulher a mais que ele não reconhece e a adolescente sumiu. Ele repara que a mulher lembra muito a adolescente. Ele tenta pegar a mala, mas a mulher tenta impedir. Os dois se resolvem e ele descobre que ela também é uma agente viajante do tempo.

Supondo ser uma anomalia temporal, eles tentam acessar a central, o local de trabalho deles, mas o aparelho dá defeito e eles voltam décadas no passado, mas cada um para uma realidade. Sem ter como voltar, o protagonista segue sua vida tentando dar um jeito de consertar o aparelho. Ele conhece uma mulher, exatamente igual a que estava com ele, mas não é ela (outro universo). Um clima cresce e eles acabam namorando e ela fica grávida de um menino. Durante esse período, o aparelho volta a funcionar e o protagonista vai para a central. Lá ele descobre que o caos tomou conta do local e tenta relatar o ocorrido ao seu chefe, que ele nunca havia visto, mas é recebido por forças policiais e foge do local.

A máquina acaba mandando o protagonista para um quarto. Ele sai e se depara com alguns dos amigos na mesa naquela mesma noite de confraternização. Ele se vê ali, sentado. Uma mulher, uma das amigas dele, chama seu outro eu de amor e pergunta quem era ele e se seu marido tinha um irmão gêmeo que nunca comentou. Duas crianças aparecem, parecendo versões jovens de dois outros amigos do protagonista. As crianças chamam o pai e perguntam o que está acontecendo. O protagonista vê que o homem também possui uma maleta e consegue se transportar a tempo antes do cara se levantar. 

Ao retornar para onde estava, no outro universo, o protagonista decide contar para sua mulher que é um agente temporal e explica o que ocorreu até ali e diz sobre seu outro eu e as crianças que pareciam seus amigos e etc. Ele se indaga o motivo dos seguranças atacarem ele. Sua mulher diz que tem algo para contar também e revela que já sabia dele ser um agente temporal, porque ela já foi também um dia, mas foi afastada após um acidente que ela não se lembra por ter afetado seu cérebro. Ela revela então que lembra apenas que já esteve em outro universo paralelo, mas ficou presa ali, e também que tinha um marido exatamente igual a ele e um filho também, mas não se lembra deles. Informações concedidas pela central.

O protagonista entra em estado de surpresa. Ela diz que eles tem que seguir em frente. Para isso, ela decide leva-lo a uma reunião de amigos de noite para ele fazer novos amigos. Chegando no local, ele reconhece a mesma casa. Ele começa a andar em outra direção e vê um grupo sendo observado por outras duas pessoas mais atrás. Um dos caras do grupo puxa uma arma e atira numas pessoas mais a frente. Com os tiros, eles correm até a casa. Lá estão os mesmos amigos. Uma pessoa volta do banheiro e pergunta o que tá acontecendo, até tentar beijar o marido e descobrir que ele não é seu marido. Um adolescente olha pro protagonista e ambos são parecidos. O protagonista entra em pânico e ativa seu aparelho. Ele está na casa dele agora, onde uma adolescente aparece o chamando de pai. Ele havia avançado no tempo. A mãe e ela haviam seguido a vida após o protagonista sumir e que a mãe está no trabalho no momento. Ele diz que ele tava esperando um menino, e ela ri dizendo que ele tava doido. Ele se indaga se está no mesmo universo ou um paralelo. O problema maior: Ela é exatamente igual a sua mulher. Mas isso ele pensa ser apenas coincidência.

Alguém bate na porta. Um homem, exatamente parecido com o protagonista, só que mais velho, diz que tem muito o que conversar e revela ser ser filho da garota. O protagonista vai ver e leva um choque. O namorado da garota então chega na casa, e é exatamente igual a outro amigo do protagonista. O protagonista fica confuso demais e pede um tempo para pensar.

Ao tentar entender toda a situação, sem contato com a central, os quatro vão para uma lanchonete. O protagonista e o cara que bateu na porta tentam formular teorias, enquanto os outros dois ficam perdidos no assunto. O namorado da filha diz que sua mãe está vindo e, ao chegar, o protagonista descobre que é sua mulher. Na verdade, ele pensa isso. Ela também estranha algo e então pergunta a ele sobre o dia na sala com os amigos e eles se reconhecem. A mulher diz que tentou entrar em contato com ele, mas como não conseguia nem sair daquela época, decidiu seguir a vida. Ela se casou com alguém igual a ele, teve uma filha e a filha mudou de sexo, se tornando homem. Era justamente o namorado da tal filha dele. Ele estranha a situação ao pensar em sua filha, já que ele tava esperando um filho. Durante a conversa, os dois acabam descobrindo que não são os mesmos que se conheciam, já que há diferenças sobre quem era casado com quem e quem era solteiro na festa.

A polícia da central identifica o protagonista e prende todos. Ao serem levados para a central, o protagonista é interrogado pelo chefe, que diz que a operação saiu do controle. O protagonista repara que os soldados se parecem com seus amigos e também que o próprio chefe lembra um deles. Ele tenta se focar em perguntar que operação é essa e o chefe pede desculpas e começa a explicar que o protagonista havia se dado mal numa operação onde ele teve sua identidade revelada para um terrorista. Para salva-lo, a central decidiu mudar seu sexo. Ele descobre então que era mulher. Ao ver os documentos altamente confidenciais com as provas da transição, ele repara que ele era exatamente igual a outra mulher que ele conheceu, que também era igual a sua esposa e a agente e etc. O choque é tanto que seu cérebro trava. A mudança de sexo foi opção dele, mas ele não se lembra. O chefe também revela os documentos da outra mulher, a agente, onde ela era um homem e o mesmo ocorreu. A missão dela era impedir que um traficante matasse um cientista que estava estudando a passagem de um cometa que causaria uma anomalia temporal. Atentado esse que já havia ocorrido, mas viajando no tempo poderia ser impedido.

Mas como explicar todos os demais, os amigos, os soldados, o chefe, todos serem parecidos? O chefe fala que os paradoxos de viagens temporais e universos paralelos foram causadores disso. E foi nisso que as coisas deram errado. A anomalia temporal abriu brechas para a transição de planos de realidade, sendo que eles não conseguiam fazer isso, apenas viajar no tempo. E quebrando regras de viagens no tempo, como entrar em contato direto com as pessoas que não deviam, só ajudou na confusão, já que, antes, a pessoa conseguia voltar no tempo e depois voltar para sua realidade, deixando aquela realidade alterada seguir seu rumo, mas agora a pessoa estava sendo direcionada a outras realidades a cada viagem. O protagonista então era um dos culpados, tanto por manter contato com pessoas fora de seu tempo quanto por ter ficado preso no passado e mudado o rumo das coisas.

O chefe continua explicando. A missão era para o protagonista proteger um cientista que estudava a passagem de um cometa que causaria a anomalia temporal. O chefe o acompanha a uma viagem no tempo, para o local do ocorrido. Eles veem de longe um grupo, todos iguais aos amigos do protagonista, incluindo ali alguém igual sua suposta filha e afins, mas em idade mais avançada (adulto). Antes que o chefe possa explicar, um deles pega uma arma e atira na versão do protagonista daquela época. O protagonista que está acompanhando de longe se revela, fazendo o chefe dizer droga e sair do local.

O protagonista luta contra o que está armado e a bala acaba atingindo a mulher. O cara que atirou diz que tem que parar toda aquela confusão matando a todos, mas é impedido pela mulher que era a agente. O cara fica louco e sai atirando em todos. Os amigos dele aparecem e ajudam nos tiros. O cientista que observava o cometa é atingido e é revelado como sendo uma versão do protagonista. O cientista acorda num hospital e é dito que ele sofreu uma perda de memória e que também terão que esconder ele devido ao grupo terrorista saber quem ele é. Ele não faz ideia de quem sejam, já que ele é novato no emprego. Ele decide pela mudança de sexo e vai viver uma nova vida. Ele, agora ela, conhece um cara igual a ele (mas ele não sabe que era ele, apenas estranha) e ambos tem um filho. O cara diz que tem que ir numa missão, já que ambos são agentes temporais.

A agora protagonista indaga sobre o ocorrido, tentando imaginar quem era aquela galera na confusão, mas deixa pra lá. Os anos passam e o filho cresce, ficando parecido com o chefe. De noite, a mãe viaja no tempo pra época da confraternização dos amigos e acaba ficando presa em outro universo na confusão. No outro universo, fuçando as coisas, o garoto descobre o aparelho de viagem no tempo do pai e vai parar na central. O chefe passa e descobre o garoto. Os dois se olham. Ele se desespera e percebe que há algo errado. O homem diz que vai trabalhar, mas não obtém resposta. Ele percebe que os dois sumiram e os aparelhos também. Voltando para o universo onde a mãe está, ela vai para a rua e encontra corpos. Ela pega um dos aparelhos de viagem no tempo e vai para a central. Na central, ela descobre que seu filho estava lá e que haviam pessoas iguais a seus amigos. O filho era o chefe. A mãe, protagonista, havia avançado no tempo. O filho diz que aprimorou tudo aquilo para poder impedir o paradoxo que estava ocorrendo, já que o homem que o adotou era exatamente igual a ele e também era um viajante do tempo. O estranho é que o chefe desse cara era outra pessoa, uma mulher, que é revelado ser parecido com outra amiga da protagonista.

Noite. Uma mulher, parecida com a chefe do outro cara, chega na casa de uma amiga após seu trabalho secreto de agente viajante do tempo. Ela sabe que é ilegal, mas mantém tudo sobre controle. Outros a esperam para a confraternização. Lá estão uma galera. As luzes piscam e o protagonista original sai do banheiro e revela seu aparelho de viagem no tempo.

[IDEIA DE HISTÓRIA] Escritor diretor gamer

  Estou "desistindo" de me tornar escritor, então estou compartilhando minhas ideias para quem quiser aproveitar. Gostaria que, aqueles que se sentirem inspirados, dessem algum crédito.

Ideia original: Um personagem de um livro se revolta contra seu criador (seu escritor), sai do livro, vira um diretor, adapta o livro pra filme, daí o ator do filme incorpora o personagem, quebra a quarta parede, vai pros bastidores, mata o diretor (que era o personagem do livro), é preso, é solto, vira design de jogos, cria um jogo baseado no livro, o personagem do jogo se revolta e sai do jogo, mata seu criador, vira radialista, adapta o livro pra rádio, daí a voz do ator do personagem na rádio ganha vida mesmo sem forma, mata o cara, é capturado por um aparelho, vai parar no cérebro de uma pessoa, que vira um escritor que escreve um livro sobre um personagem que se revolta contra seu criador (seu escritor) e o ciclo se repete.

[IDEIA DE HISTÓRIA] Fim do mundo

  Estou "desistindo" de me tornar escritor, então estou compartilhando minhas ideias para quem quiser aproveitar. Gostaria que, aqueles que se sentirem inspirados, dessem algum crédito.

Ideia original: Um meteoro atinge a Terra, causando catástrofes naturais. O meteoro libera também na atmosfera um vírus que causa uma pandemia. Para piorar, os robôs ganham vontade própria e se revoltam contra os humanos. Os aliens aparecem como responsáveis pelo meteoro. Tanto humanos quanto robôs quanto aliens são inimigos entre si. A Lua está se afastando, o Sol está para explodir, a polarização da Terra está invertendo lentamente e o oxigênio está desaparecendo, assim como a gravidade ficando mais leve. A humanidade deve sobreviver a tudo apenas para no fim o sol explodir.

Pessoa viaja no tempo pra salvar a Terra, mas sempre acontece algo citado. Ver o que pode ser unido num só e o que não pode.

- Terra parando de girar

- Polarização invertida 

- Lua se afastando

- Sol explodindo

- Meteoro gigante causando terremotos, tsunamis e erupções 

- Robôs tomando o controle

- Aliens invadindo a Terra

- Vírus se espalhando pelo mundo

- Oxigênio desaparecendo

- Pesquisar outras formas

[IDEIA DE HISTÓRIA] Projeto suicídio e viagem no tempo

  Estou "desistindo" de me tornar escritor, então estou compartilhando minhas ideias para quem quiser aproveitar. Gostaria que, aqueles que se sentirem inspirados, dessem algum crédito.

Ideia original: Jornalista (protagonista) entrevista artista famoso e dali nasce uma amizade. Artista se suicida. Ele sofria depressão. Jornalista presencia a morte de seu amigo, um artista famoso. Ele busca entender as motivações. Protagonista descobre que o amigo planejou tudo e deu fortes indícios ao longo de um ano. Inconformado, protagonista decide buscar formas de viajar no tempo para impedir o ocorrido. Protagonista percebe que o futuro não pode ser mudado. Isso acaba por abrir universos paralelos. Guia leva protagonista para as várias realidades. Protagonista volta para sua realidade e decide se matar, mas desiste no processo.

Inspirações: 

- Filmes: Em Algum Lugar do Passado, Orange, Enoshima Prism, Se os Gatos Desaparecessem do Mundo, Os Fantasmas de Scrooge.

- Músicas: The Day Before (Nell). 

- Livros: Em Algum Lugar do Passado.

- Quadrinhos: Gerais Marvel/DC.

- Casos reais: Suicídio do artista Jonghyun (SHINee) e da jornalista Christine.

05 novembro 2024

[ChatGPT] A conversão de C S Lewis

 Pergunta:

Como Tolkien convenceu Lewis da existência de Deus? Cite seus argumentos. 

Resposta:

J.R.R. Tolkien foi essencial para a conversão de C.S. Lewis ao cristianismo, principalmente durante uma conversa marcante em setembro de 1931. Na época, Lewis era um ateu que se via cada vez mais intrigado com questões espirituais e a fé, enquanto Tolkien, um católico devoto, acreditava que a mitologia e as histórias que ambos amavam poderiam apontar para verdades mais profundas.

Aqui estão alguns dos argumentos que Tolkien apresentou a Lewis:

1. Mitologia como reflexo da Verdade: Tolkien argumentou que os mitos – incluindo as histórias que eles mesmos criavam – poderiam ser "ecos" ou "sombras" de uma verdade maior. Para ele, as narrativas míticas, com seus temas de sacrifício, redenção e heroísmo, refletem anseios profundos da humanidade por algo além deste mundo. Tolkien sugeriu que essas histórias apontavam para o que ele chamava de "mito verdadeiro" – a história de Cristo – que, diferente dos mitos, realmente aconteceu.

2. Cristianismo como "mito verdadeiro": Tolkien explicou que o cristianismo é, em essência, o "mito que se tornou real", onde Deus entrou na história humana de forma única. Ele acreditava que os evangelhos continham uma verdade histórica e que a figura de Jesus cumpria simbolicamente os temas universais dos mitos antigos, mas em um evento real. Essa ideia atraiu Lewis, que já era fascinado por mitos e, embora cético, percebeu que talvez estivesse descartando a ideia de Deus devido ao seu próprio orgulho intelectual.

3. O papel da imaginação e da razão: Tolkien usou o conceito de que Deus poderia alcançar o coração humano por meio da imaginação, antes mesmo de tocar a razão. Ele sustentava que a imaginação é uma das vias pelas quais as pessoas captam a verdade – mesmo antes de a entenderem racionalmente. Assim, Lewis começou a ver o cristianismo como algo que não apenas fazia sentido lógico, mas também completava e satisfazia seus anseios interiores por beleza, justiça e significado.

Esses argumentos tocaram profundamente Lewis e, posteriormente, o levaram a uma conversão ao cristianismo, embora ele tenha optado pelo anglicanismo. A partir dessa conversa, ambos permaneceram amigos e continuaram a explorar temas cristãos e mitológicos em suas obras, influenciando mutuamente suas visões de mundo e suas criações literárias.

Pergunta:

Quais os argumentos posteriores de Lewis para justificar sua crença?

Resposta:

Após sua conversão ao cristianismo, C.S. Lewis se tornou um apologista influente, desenvolvendo argumentos em defesa da fé cristã. Em seus escritos, ele abordou tanto questões racionais quanto emocionais, buscando responder dúvidas que ele mesmo teve no passado. Seus principais argumentos incluem:

1. O Argumento Moral: Em Mero Cristianismo, Lewis argumenta que todos os seres humanos parecem ter uma noção universal de certo e errado, um "sentido moral" que transcende culturas. Ele acreditava que essa moralidade não poderia ter surgido apenas de convenções sociais, pois reflete uma "Lei Moral" que aponta para um Legislador – ou seja, Deus. Para ele, a presença dessa moralidade universal era uma evidência de que Deus existia e era a fonte dessa Lei.

2. O Argumento do Desejo: Lewis também desenvolveu o "Argumento do Desejo" em obras como O Problema do Sofrimento. Ele observou que os seres humanos têm desejos profundos que nada no mundo consegue satisfazer completamente. Para Lewis, essa insatisfação era uma pista de que fomos feitos para algo além deste mundo – ou seja, para uma realidade divina. Esse anseio, ou "saudade" por algo transcendente, ele via como um sinal de que Deus existe e de que fomos criados para uma relação com Ele.

3. Cristo como Senhor, Mentiroso ou Lunático: Também em Mero Cristianismo, Lewis formulou o famoso "trilema" sobre a identidade de Jesus. Ele argumentou que, ao alegar ser o Filho de Deus, Jesus só poderia ser um mentiroso, um lunático ou realmente o Senhor. Lewis considerava que Jesus não tinha perfil de mentiroso nem de lunático, então, a opção mais plausível seria que Ele estava dizendo a verdade – ou seja, Ele é o Senhor.

4. A Razão e a Fé: Em Milagres, Lewis argumenta que a própria capacidade humana de raciocinar aponta para algo além do materialismo. Ele sugeriu que, se o mundo fosse puramente material, nossos pensamentos seriam apenas produtos de processos físicos e não haveria razão para confiar na lógica ou na verdade. Para ele, a existência da razão indicava uma fonte sobrenatural – um Deus racional que criou mentes capazes de compreender a verdade.

5. O Problema do Sofrimento e do Mal: Em O Problema do Sofrimento e A Grief Observed (depois da morte de sua esposa), Lewis abordou como o sofrimento não contradiz a existência de um Deus bom, mas pode ter um papel na formação do caráter humano e no crescimento espiritual. Ele acreditava que, embora o mal e a dor sejam reais, eles não são incompatíveis com a bondade de Deus, mas são parte de um mundo onde o livre-arbítrio permite o desenvolvimento de um amor autêntico e de virtudes.

Esses argumentos, para Lewis, não eram apenas ideias teóricas, mas respostas às perguntas e dificuldades que ele mesmo enfrentou. Ele os considerava uma maneira de apontar para uma fé que é tanto racional quanto profunda, respondendo ao anseio humano por significado e verdade.

Pergunta:

Quando Tolkien confrontou Lewis com a existência de Deus, Lewis a princípio não acreditou. Posteriormente, após finalmente acreditar, ainda assim bateu o pé com alguns temas, como Jesus ser o filho de Deus. Ao fim de tudo, Lewis cedeu aos argumentos e passou a acreditar ao todo. Já ouvi um termo que deram a ele de "o mais relutante dos convertidos". Creio que ele deva ter sido polêmico, até mesmo em suas obras, vide a famosa As Crônicas de Nárnia, unindo mitologia, cotidiano e temas bíblicos. 

Resposta:

Sim, C.S. Lewis é conhecido como "o mais relutante dos convertidos", um título que ele mesmo usou para descrever sua jornada espiritual. Ele foi cético até os últimos estágios e, mesmo após aceitar a existência de Deus, resistiu a aceitar a figura de Cristo como o Filho de Deus, achando isso especialmente difícil de conciliar com sua formação intelectual.

Lewis era cuidadoso ao explorar temas cristãos em suas obras, como em As Crônicas de Nárnia, onde misturou simbolismo cristão com mitologia greco-romana e nórdica, o que gerou algumas controvérsias. Por exemplo, a figura de Aslan como um leão que se sacrifica e ressuscita é uma referência clara a Jesus, mas ao lado de personagens mitológicos, como faunos, ninfas e o próprio Papai Noel. Essa abordagem única de Lewis trouxe críticas de alguns cristãos que viam a inclusão de seres mitológicos como potencialmente conflitante com as doutrinas cristãs, enquanto outros o viam como alguém que conseguia transmitir verdades cristãs de uma maneira acessível e imaginativa, especialmente para crianças.

Pergunta:

O que Lewis dizia de toda essa polêmica?

Resposta:

C.S. Lewis estava ciente das controvérsias sobre sua abordagem e as misturas de temas em suas obras, mas ele acreditava que estava oferecendo algo mais profundo e útil. Em relação às críticas sobre o uso de mitologia em As Crônicas de Nárnia, ele não via isso como uma contradição ao cristianismo, mas como uma maneira de tornar o evangelho e os temas cristãos mais compreensíveis e envolventes, especialmente para os jovens.

Para ele, a mitologia não era uma ameaça à fé, mas um recurso que refletia verdades universais, como Tolkien argumentara em suas conversas. Lewis acreditava que, ao conectar mitologia com a narrativa cristã, ele revelava que muitos dos temas e arquétipos presentes em várias culturas e mitologias apontavam para um mesmo anseio humano por redenção, sacrifício e virtude – temas centrais ao cristianismo.

Além disso, Lewis via a imaginação como uma ponte para alcançar o coração e a mente das pessoas. Ele acreditava que histórias com simbolismo cristão podiam ajudar os leitores a perceberem a beleza e a verdade do evangelho, de uma forma emocional e intuitiva, que talvez não se conseguisse só com argumentos teológicos. Em resposta à polêmica, ele chegou a dizer que a fé cristã podia "tornar o universo maior", e ele via Nárnia como um reflexo desse conceito: um mundo onde o sobrenatural e o cotidiano se entrelaçavam, como ele acreditava que acontecia no mundo real.

Em suma, Lewis estava menos preocupado com as polêmicas e mais interessado em criar histórias que falassem ao coração das pessoas, plantando sementes de fé e reflexão que elas talvez não encontrassem em outros lugares.

Sobre Mim

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Ninguém importante. Formado em jornalismo. Ex-colunista de cinema, quadrinhos e k-pop por aí.