Para quem quer escrever um dia para crianças, ou já escreve, ou até mesmo quem não quer escrever, recomendo lerem "Três Maneiras de Escrever Para Crianças", do escritor C. S. Lewis. Durante 10~12 páginas, Lewis aborda não só como escrever para crianças mas também o que é escrever para crianças e vai além, indagando sobre os adultos e seus gostos comparados aos de uma criança, afinal, os adultos que escrevem para as crianças.
Infelizmente no Brasil a obra não foi lançada separadamente e só está disponível no livro "As Crônicas de Nárnia - Volume Único", lançado aqui pela Martins Fontes, que talvez eu fale mais no futuro aqui. Procurei na internet e não achei a obra traduzida para ler. Pelo menos achei a obra original em inglês, que pode ser lida aqui: http://mail.scu.edu.tw/~jmklassen/scu99b/chlitgrad/3ways.pdf .
Felizmente, o blog Meu Cantinho de Leitura decidiu publicar trechos da obra traduzida, formando meio que um resumo. Eles podem ser lidos aqui (parte 1): http://meucantinhodeficcao.blogspot.com.br/2013/05/tres-maneiras-de-escrever-para-criancas.html e aqui (parte 2): http://meucantinhodeficcao.blogspot.com.br/2013/05/tres-maneiras-de-escrever-para-criancas_21.html .
Para quem não tem muito tempo para ler ou tem preguiça, aqui vai um resumo que eu fiz (ou uma tentativa, já que é bem difícil resumir o já resumido resumo) dos trechos:
"Um desses testemunhos me foi dado por uma senhora que me enviou o original de um conto que ela havia escrito, no qual uma fada punha à disposição de uma criança um mecanismo maravilhoso. (...) Fui obrigado a dizer a autora, com toda sinceridade, que eu não gostava nem um pouco daquele tipo de coisa. Ela respondeu "Eu também não gosto, acho muito aborrecido. Mas é isso que a criança moderna quer." O outro fato foi o seguinte: no primeiro livro que escrevi, fiz uma longa descrição de um chá completo - que me pareceu delicioso - oferecido por um fauno hospitaleiro à minha heroína, uma garotinha. Um homem, pai de vários filhos, me disse "Ah, já sei como teve essa ideia. Se você quisesse agradar a leitores adultos, escreveria uma cena de sexo. Então, decerto pensou 'Para crianças, não dá. Em vez de sexo, o que mais posso oferecer-lhes? Já sei! os pirralhos adoram se encher de guloseimas." Na realidade, porém, eu é que gosto muito de comer e beber. E escrevi o que gostaria de ter lido quando criança e que ainda gosto de ler agora, com mais de cinquenta anos."
"As crianças, evidentemente, constituem um público especial; basta descobrir o que elas querem e lhes oferecer exatamente isso, por menos que nos agrade."
"É a maneira de Lewis Carroll, Kenneth Grahame e Tolkien. O livro publicado nasce de uma história contada de viva voz e talvez espontaneamente a uma determinada criança. A segunda maneira é semelhante à primeira porque o autor, sem dúvida, procura dar à criança o que ela quer. Só que nesse caso ele está lidando com uma pessoa concreta, uma criança específica que, evidentemente, é diferente de todas as outras. Não concebe "as crianças", de modo nenhum, como uma espécie estranha cujos hábitos ele precisa "identificar", como faria um antropólogo ou um caixeiro viajante."
"A terceira maneira, a única que sou capaz de usar, consiste em escrever uma história para crianças porque é a melhor forma artística de expressar algo que você quer dizer."
"Quando escrevemos longamente sobre crianças vistas pelos olhos de adultos, o sentimentalismo tende a se introduzir, ao passo que a realidade da infância, tal como a vivemos, tende a se exluir. Ora, todos nós nos lembramos de que a nossa infância, tal como a vivemos, era infinitamente diferente de como os adultos a viam. Foi por isso que, quando perguntaram a Sir. Michael Sadler qual era sua opnião sobre uma nova escola experimental, ele respondeu: "Não vou dar nenhuma opinião sobre nenhum desses experimentos enquanto as crianças não crescerem para nos dizer o que realmente aconteceu"."
"Inclino-me quase a afirmar como regra que uma história para crianças de que só as crianças gostam é uma história ruim. As boas pemanecem."
"Hoje em dia, a crítica moderna usa o adjetivo 'adulto' como marca de aprovação. Ela é hostil ao que denomina 'nostalgia' e tem absoluto desprezo pelo que chama 'Peter Panteísmo'. Por isso, em nossa época, se um homem de cinquenta e três anos admite ainda adorar anões, gigantes, bruxas e animais falantes, é menos provável que ele seja louvado por sua perpétua juventude do que seja ridicularizado e lamentado por seu retardamento mental. Se dedico algum tempo a defender-me dessas acusações, não é tanto porque me importe muito em ser ou não ridicularizado e lamentado, mas porque a defesa tem uma relação íntima com toda a minha concepção do conto de fadas e até mesmo da literatura em geral."
"É natural que as coisas novas queiram crescer. Porém, quando se mantém na meia-idade ou mesmo na juventude, essa preocupação em "ser adulto" é um sinal inequívico de retardamento mental. Quando tinha dez anos, eu lia contos de fadas escondido e ficava envergonhado quando me pilhavam. Hoje em dia, com cinquenta anos, leio - os abertamente."
"A visão moderna, a meu ver, envolve uma falsa concepção do crescimento. Somos acusados de retardamento porque não perdemos um gosto que tínhamos na infância. Mas, na verdade, o retardamento consiste não em recusar-se a perder as coisas antigas, mas sim em não aceitar coisas novas. Hoje gosto de vinho branco alemão, coisa de que tenho certeza de que nao gostaria quando criança; mas não deixei de gostar de limonada. Chamo esse processo de crescimento ou desenvolvimento, porque ele me enriqueceu: se antes tinha um único prazer, agora tenho dois. Porém se eu tivesse de perder o gosto por limonada para adquirir o gosto pelo vinho, isso não seria crescimento, mas simples mudança. Hoje em dia, já não gosto somente de contos de fadas, mas também de Tolstói, Jane Austen e Trollope, e chamo isso de crescimento; se tivesse precisado deixar de lado os contos de fadas para apreciar os romancistas, não diria que cresci, mas que mudei."
"Em quase todas as épocas e lugares, os contos de fadas não eram feitos especialmente para as crianças nem desfrutados exclusivamente por elas. Só se deslocou para a escola maternal quando caiu de moda nos circulos literários (...). E todos aqueles que a apreciam, sejam jovens ou velhos, provavelmente a apreciam pela mesma razão."
"O conto de fadas é acusado de dar uma falsa impressão do mundo em que vivem. Na minha opinião, porém, nenhum outro tipo de literatura que as crianças poderiam ler lhes daria uma impressão tão verdadeira. As histórias infantis que se pretendem 'realistas' tendem muito mais a enganar as crianças. Quanto a mim, nunca achei que o mundo real pudesse ser igual aos contos de fadas. Acho que eu esperava que a escola fosse igual às histórias de escola. As fantasias não me enganavam, as histórias de escola, sim..."
"Os que afirmam que as crianças não devem sentir medo podem estar querendo dizer duas coisas. Podem querer dizer (1) que não devemos fazer nada que possa despertar na criança medos fantasmagóricos, debilitantes e patológicos contra os quais a coragem comum nada vale: As chamadas fobias. Se possível, a mente da criança deve manter-se isenta de coisas em que não suporta pensar. Ou podem querer dizer (2) que devemos tentar manter a criança alheia ao fato de que nasceu num mundo nde há morte, violência, ferimentos físicos, aventura, heroísmo e covardia , onde á o bem e o mal. Se querem dizer a primeira coisa, concordo com eles; Se querem dizer a segunda, não concordo. Essa última é a atitude que dá às crianças uma falsa impressão e alimenta-as de escapismo, no mau sentido da palavra. (...) Seria ótimo se nenhum menino, deitado em sua cama, ao ouvir ou imaginar que ouviu um ruído, jamais sentisse medo. Mas, se o medo é inevitável, é melhor que a criança pense em gigantes e dragões do que em meros ladrões."
"Rejeitei toda e qualquer abordagem que parta da pergunta: "Do que as crianças modernas gostam?" oderiam me perguntar: "Você também rejeita a abordagem que parte da pergunta: 'Do que as crianças modernas precisam?' - Em outras palavras a abordagem moral ou didática?" Acho que a resposta é "Sim". Não porque eu não goste de que as histórias tenham uma moral, e menos ainda por pensar que as crianças não gostam da moral da história. É antes porque tenho certeza de que a pergunta "Do que as crianças modernas precisam?" não nos levará a uma boa moral. (...) Seria melhor perguntar: "Qual é a moral que eu preciso?" (...) Por outro lado se ela (a estória) não lhe mostrar moral nenhuma não queira inventá-la. (...)"
"Devemos encarar as crianças comos nossos iguais naquela região da nossa natureza em que efetivamente somos iguais."
Acho que essas são as partes mais importantes do resumo da obra. Quem quiser conferir o restante do resumo basta entrar no link postado. Quem quiser ler a obra original, se souber inglês, tem o outro link já postado, ou, se puder, compre o livro, vai valer a pena, afinal, Lewis foi um grande escritor e Nárnia é uma das maiores sagas de fantasia de todos os tempos.
Aqui publico matérias que escrevi ao longo dos anos para sites e blogs e também rascunhos de publicações e outras aleatoriedades. Um espaço pessoal para textos diversos. Espero que gostem.
Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.
04 fevereiro 2014
27 novembro 2013
A influência da mídia na imagem de um artista e no próprio artista explorada no videoclipe Coud D’Etat do rapper sul-coreano G-Dragon
*Este foi um trabalho de faculdade.
*MV no final.
“A revolução não será televisionada”. É com essa frase que GD, abreviação de G-Dragon, chama o público para seu novo trabalho. O mv e a música que dá nome ao álbum, Coup D’Etat, Golpe de Estado em francês, conquistou o público mas ao mesmo tempo trouxe um ar de mistério sobre o cantor. GD é líder e membro do grupo de k-pop Big Bang. K-pop é o nome dado para o ritmo pop coreano, que mistura principalmente ritmos como pop, hip-hop, dance, rock, eletrônica e r&b. MV é ‘videoclipe’ em inglês.
Durante sua trajetória, GD revelou que a mídia controlava sua imagem, seja descaradamente seja subliminarmente. Não que seja novidade, o kpop mesmo é uma grande indústria musical manipuladora, mas isso não vem ao caso nesse momento. GD sempre procurou um modo de inserir críticas a tudo, principalmente a mídia e inclusive a si mesmo.
Em algumas de suas músicas há frases como “Meus sonhos se despedaçaram, perdi meu coração / Por você vou jogar esse corpo fora / Irei correr para onde você estiver / Mas você me disse adeus”, “Vocês são meus corações despedaçados (DJ e YG)” (sendo YG a empresa que ele pertence), “Eu disse "mãe, pai, / Quem são vocês?" / Quem sou eu? Onde estou? / Não importa, eu sou um drogado”, “Por que sou diferente, por que este sou eu! Por que não importa o que eu faça, o caos toma conta / Por que eu crio tendência, por que eu mudo tudo. Este dom nunca vai me deixar”. Podemos perceber que ele sempre deixou claro sua opinião sobre as coisas e sobre si mesmo, embora muitos não percebessem. Digno de “mensagem subliminar”, ou quase.
Entrando em Coup D’Etat, percebemos uma música cheia de mensagens e um mv repleto de simbolismo. Sites como Talk About Kpop, It Pop e Big Bang Brazil fizeram uma análise sobre.
De início vemos GD jogado se contorcendo no chão com os olhos vendados enquanto a letra diz “Pessoas, a revolução não será televisionada / A revolução está em sua mente / A revolução está aqui”. Então durante “Este é o meu golpe de estado / Um boomerang indo ao redor de boca em boca / Mãos para cima, para o alto / A música está começando, eu sou o pegador” vemos GD dentro de uma torre embaixo de um pêndulo, representando que ele está calmo em meio a pressão do tempo sobre si. Há quem diga que a representação da cena é uma forma figurada de dizer que um segredo pode um dia acabar vindo a tona, ou seja, de que o tempo destrói as paredes. Ainda na mesma estrofe vemos uma criança olhando para um túmulo e depois GD em cima do mesmo túmulo. É GD pequeno olhando para ele mesmo morto.
“Vá em frente e se esconda, porque eu posso vê-lo / Eu sou a caldeira nova que foi colocada na casa do seu pai / Isso é um spoiler, eu sou assim, eu vôo assim, eu sou um assustador f-killer / Um gorila que rouba o coração das mulheres” é a próxima estrofe. Aqui vemos mulheres de vermelho com olhos vendados dançando sensualmente. E o pêndulo lá batendo. Depois GD aparece com um buraco no lugar do coração. As mulheres aqui representam as que passaram pela vida do GD e que o amam pela sua imagem, e não pelo seu verdadeiro eu. Na fama o importante é você ser visto pelos outros, e não você ver os outros. Para entrar nesse mundo, GD teve que “arrancar seu coração”, ou seja, ignorar seus sentimentos. Entrando no contexto coreano, as empresas musicais tratam assim seus artistas em relação a casos amorosos: “Esconder tudo da mídia”, ou melhor, “não namorar”. “Bang Bang Bang / Eu ganho dinheiro com os meus próprios dentes / Com apenas uma das minhas músicas você pode deixar a sua empresa / Eu sou um vigarista nesse jogo, você é um vigarista / Porque você nunca irá saber o que é fama”. GD está entediado olhando para fora através do buraco de uma bilheteria. Por fora vemos apenas seu olho e sua mão. Ele está dizendo que faz músicas para vender para seu público e que as pessoas só o veem assim, como um artista musical para essa definição. Ainda na mesma estrofe vemos por dentro: GD está repleto de rádios, microfones e todas essas bugigangas enquanto vultos se contorcem na tela branca da bilheteria. GD está dizendo que ele faz o que quer e que os fãs estão ali desesperados pelo seu trabalho. Há uma teoria que diz que essa cena representa a mídia de fofoca sobre o cantor enquanto o público está ansioso pelas novidades. E o pêndulo lá batendo.
Logo em seguida repete-se o refrão, dita no início da análise do mv. A cena dessa vez é a de GD deitado em uma árvore branca, já apodrecida e com os frutos podres, enquanto uma mulher de preto tapando o rosto com uma espécie de guarda-chuva e gaiola segurando uma serra elétrica o observa atrás da árvore. A árvore já apareceu em outros trabalhos dele, vivas, mas agora está morta. GD mostra que sua sabedoria está se tornando escassa, que seus trabalhos estão se estragando. A mulher representa seu amor afastado, apenas observando-o, mantendo distância e preparada para isso. GD diz que não consegue ficar perto de quem ama e protege seu amor de longe.
Depois vem “Se tempo é dinheiro, então eu sou muito pobre / Eu sou como hong kil dong, durante todo o ano / Meu telefone continua chorando como um bebê recém-nascido / Meu telefone continua latindo como o cão ao lado”. Aqui GD está sentado numa cozinha enquanto dinheiros são fervidos em panelas. Ele mostra que agora só faz música para vender, desmotivado, já que as pessoas querem saber dele como artista apenas. Ele mostra também como ganha dinheiro fácil, até num simples movimento de dedo. Em seguida temos “Bow wow wow yeppie yo yeppie ye / Eles me chama de arrogante, metido, atrevido / Eu sou assim tão fresco e limpo, que eu concorro com a lavanderia / E o meu fluxo está tão doente, ele vai para a unidade de terapia intensiva”, onde GD está num camarim sentado numa cadeira sendo eletrocutado enquanto o pêndulo está parado em cima dele. As luzes piscam simultaneamente. É a fama subindo a cabeça. GD se diz limpo mas suas músicas estão o levando a loucura.
O refrão se repete novamente. Temos duas cenas: a do pêndulo balançando e uma onde podemos dividir em duas partes: Primeiro GD está de olhos vendados no meio de um tiroteio na frente de uma parede com os olhos de seu verdadeiro eu desenhados, depois ele está com uma máscara mas de olhos abertos e com vários rostos de GD desenhados na parede. Ele demonstra que não consegue ser os dois ao mesmo tempo e que para que um apareça o outro tem que ser “sacrificado”. Outra interpretação é de que a imagem dos olhos seja sua empresa o observando e os vários rostos sejam seus amigos o observando, ou seja, a empresa o vê como produto, já os amigos como um ser humano.
“Cabeça, ombros, joelhos e pés, chegue os ganhos, verifique o microfone / Um, dois, três, quatro, eu sou como pacman que come mcs / Cabeça, ombros, joelhos e pés, chegue os ganhos, verifique o microfone / Um, dois, três, quatro, este é o evangelho, amém”. Vemos GD sentado numa mesa enquanto fotógrafos e repórteres de olhos vendados se atacam para tentar conseguir um momento com ele. GD diz que a mídia é cega e não está preocupada com a verdadeira história, e sim a história que possa vender. A referência também serve para seus próprios escândalos. Ainda temos uma cena em que GD está morrendo com um bico de corvo enquanto vários corvos o cercam. Ele mostra que está enfraquecendo e aguardando a morte (o corvo pode ser um símbolo da morte). Embora também é discutido que na verdade ele representa um falso corvo em meio aos corvos, ou seja, um cantor de mentira dentre os de verdades ou alguém diferente dos demais infiltrado em meio a esses outros, todos iguais. Também é discutido de que a morte dele represente sua polêmica quando acusado de plágio, o que levaram anti-fãs a quererem-no morto. E também a polêmica que quase acabou com sua carreira, quando ele simulou uma cena de sexo durante um show. Ao final vemos máscaras, e então entra a outra parte: “Você que alguma coisa? Você quer um pouco mais, isso não é suficiente / (A minha unica regra é não tornar-me comum) / Me dê alguma coisa, dê um pouco mais, tudo bem galera / (Pessoas ridículas me imitando não são permitidas)”. Lágrimas pretas começam a escorrer pelas máscaras e depois GD tira uma máscara branca de seu rosto, que está todo preto. GD está arrependido de tudo o que fez, porém logo depois ele está com essa “mancha” negra. Ele está triste e sozinho, carregando suas conseqüências. Logo depois ele quebra a máscara e entra o refrão.
No refrão ele caminha entre grandes ossos, formando uma coluna vertebral, em direção a um rosto destruído. Seu eu, sua aparência destruída. E o pêndulo balançando. Voltamos ao início. GD, com a pele toda enrugada, se levanta com uma pedra e o taca com todas as suas forças para o muro na sua frente. O seu eu dentro da torre com o pêndulo começa a gritar e as paredes a ruírem. O seu eu enrugado começa a rasgar a pele, revelando uma nova pele por baixo. Ele está recomeçando, está deixando seu passado de lado e reconstruindo sua imagem. Após quebrar o muro, ele vira um ninja vestido de vermelho, com bandeiras vermelhas a sua volta. Vermelho, a cor da paixão, da força, da coragem. Esse foi seu golpe de estado. GD anuncia que música e fama andarão lado a lado e que ele está pronto para o que der e vier sem perder sua essência.
Servindo mais como uma auto-análise, GD mostra a seus fãs e a mídia um resumo de toda a sua carreira e tudo o que aconteceu. Ele tenta mostrar algo comum na mídia, tanto a manipulação dos fatos pela mídia quanto a mudança de personalidade do artista sobre a fama e o dinheiro. O grande culpado da história é a mídia, que aumenta o ego de forma grandiosa e dá a oportunidade do artista crescer, mesmo sabendo que o artista é também um ser humano e que os humanos possuem esse desejo de poder, de crescer, de ficar famoso, por isso a mídia os tratam como objetos, afinal, os próprios fãs acabam fazendo isso, voluntária ou involuntariamente. O golpe de estado é um recomeço, uma busca de fugir de tudo e renascer das ruínas em que vive.
Quem quiser ver o mv: http://www.youtube.com/watch?v=C8T6771Sdj8
07 novembro 2013
Baseado em fatos reais (texto)
Trabalho de produção textual na faculdade.
Escrito por Lucas Cardozo com a ajuda de Gabriel Henrique e Lucas Chevi.
Baseado em fatos reais
Primeiramente quero deixar claro que não uso drogas e não gosto de fazer apologia a elas. Drogas fazem mal a saúde, mas isso todo mundo já sabe, é clichê, é ultrapassado, mas infelizmente é real porém ignorado. Mas vamos ao que interessa!
A professora passou um trabalho onde o aluno deveria escrever uma crônica (é o que estou fazendo aqui). Inicialmente, era apenas para quem não fez o trabalho anterior, que era sobre paródia e intertextualidade, mas acabou que, mesmo para quem fez, o trabalho ficou válido. Não pense que eu vou ganhar mais pontos,já que não fiz o trabalho de intertextualidade, só o de paródia. Falando em paródia, soou uma falta de criatividade, onde parodiei uma música de Little Richards, também cantada por Elvis Presley, chamada Tutti Frutti. O assunto, pasmem, foi sobre criar uma paródia relacionada a português, em proveito da aula em questão. Me perdoe Elvis e Little por estragar a música fazendo trocadilhos que nem o Carlos Alberto de Nobrega aguentaria. A propósito, Carzalbé, me contrata.Não invoquei nenhum "prassódia". Mas enfim, vamos ao que interessa. De novo? Com licença, pensei que a crônica era minha. Fui até perguntar para a professora como se escrevia "licença". Maldita internet!
Sentado na carteira, na universidade, penso no que dizer na crônica, enquanto escrevo sobre o que pensar em escrever na crônica. Falta de criatividade? Acredite, não, pior que a paródia não fica. Observo as pessoas ao redor. A professora disse que, (espera que alguém passou na minha frente), [prosseguindo], podíamos ir para fora da sala observar o que acontece ao nosso redor para nos inspirar para a crônica.
Enquanto a professora fala sobre o caso do rato na Coca-Cola, termino essa crônica totalmente baseada (sem drogas) em fatos reais. Não reclame do sentido desta crônica, afinal "fatos reais" é um grande pleonasmo, não? Achou o final feio, o problema é meu, seu também, mas sou eu que estou escrevendo, então quem manda nessa crônica sou eu. Por Aslam e por Nárnia!
Escrito por Lucas Cardozo com a ajuda de Gabriel Henrique e Lucas Chevi.
Baseado em fatos reais
Primeiramente quero deixar claro que não uso drogas e não gosto de fazer apologia a elas. Drogas fazem mal a saúde, mas isso todo mundo já sabe, é clichê, é ultrapassado, mas infelizmente é real porém ignorado. Mas vamos ao que interessa!
A professora passou um trabalho onde o aluno deveria escrever uma crônica (é o que estou fazendo aqui). Inicialmente, era apenas para quem não fez o trabalho anterior, que era sobre paródia e intertextualidade, mas acabou que, mesmo para quem fez, o trabalho ficou válido. Não pense que eu vou ganhar mais pontos,já que não fiz o trabalho de intertextualidade, só o de paródia. Falando em paródia, soou uma falta de criatividade, onde parodiei uma música de Little Richards, também cantada por Elvis Presley, chamada Tutti Frutti. O assunto, pasmem, foi sobre criar uma paródia relacionada a português, em proveito da aula em questão. Me perdoe Elvis e Little por estragar a música fazendo trocadilhos que nem o Carlos Alberto de Nobrega aguentaria. A propósito, Carzalbé, me contrata.Não invoquei nenhum "prassódia". Mas enfim, vamos ao que interessa. De novo? Com licença, pensei que a crônica era minha. Fui até perguntar para a professora como se escrevia "licença". Maldita internet!
Sentado na carteira, na universidade, penso no que dizer na crônica, enquanto escrevo sobre o que pensar em escrever na crônica. Falta de criatividade? Acredite, não, pior que a paródia não fica. Observo as pessoas ao redor. A professora disse que, (espera que alguém passou na minha frente), [prosseguindo], podíamos ir para fora da sala observar o que acontece ao nosso redor para nos inspirar para a crônica.
Enquanto a professora fala sobre o caso do rato na Coca-Cola, termino essa crônica totalmente baseada (sem drogas) em fatos reais. Não reclame do sentido desta crônica, afinal "fatos reais" é um grande pleonasmo, não? Achou o final feio, o problema é meu, seu também, mas sou eu que estou escrevendo, então quem manda nessa crônica sou eu. Por Aslam e por Nárnia!
Tarde Demais (texto)
Redação feita na faculdade
Por Lucas Cardozo, Lucas Chevi e Gabriel Henrique
TARDE DEMAIS...
A chuva bate na janela. O tempo está completamente fechado. Momento perfeito para me afogar nas mágoas. Chuva, sinônimo de tristeza. Onde está ela? Ou seria... Onde ela está? Que se dane isso, não estou com pensamentos bons para me preocupar. Eu, um garoto feio, um jovem promíscuo, que apesar de minhas espinhas, sou bonito por dentro. Eu sei que eu sou. Eu sei!
A aula começa e ela não chega. A angústia me consome. Ninguém vem falar comigo. Me perco novamente nas minhas lembranças. Lembro de todos os momentos ruins que tive na escola. As pessoas mexiam comigo, faziam brincadeiras de mau gosto, chegaram a me agredir. Não agüento mais isso. Estou preso nesta sala com vários derrotados, pessoas insignificantes que mereciam morrer lenta e cruelmente. Cansei destas pessoas. Realmente cansei, não dá mais pra agüentar.
Sozinho neste mundo, ignorado pelas pessoas, até mesmo pela minha própria família, tento sobreviver a cruel realidade. Minha fé está fraca. O que me motiva é ela, aquela garota, bela como uma deusa. Seu cabelo loiro como ouro, seus olhos castanhos claro irradiantes, olhos esses puxadinhos que me atraem tanto. Meu Deus, como ela é bela.
Ates de sair de casa, peguei a pistola, um revólver calibre .38, pertencente ao meu pai, que é um taxista muito prevenido, e coloquei em minha mochila. Agora na sala, penso seriamente em pegá-la. Ela ainda não chegou. Talvez assim seja melhor, já que ela não vai presenciar minha morte.
Abro a mochila. Pego a arma. A sala está cheia, apesar do tempo fechado. Todos olham para mim, com olhares fixados, olhares de medo. Vou para frente da sala. Aponto a arma para minha cabeça. Em meio a murmúrios, digo em voz alta: “Vou me matar!”. Todos olham em pânico para mim, não há reação. Alguém me pergunta “Você é louco?”, outra exclama “Não faça isso!”. Não ligo para o que dizem, minha mente não está mais ali. Então, começo meu discurso: “Durante anos fui torturado, humilhado, rejeitado, tratado como lixo. Hoje acaba isso!”.
No momento em que vou atirar, a porta se abre. Ela aparece. Tomo um susto e atiro. Vejo ela caindo, seu sangue escorre por seu corpo. Percebo que atirei nela. Não! Não pode ser! Não posso ter matado ela. Corro sem sua direção e abaixo. A pego em meus braços. No momento de loucura, digo que a amo. Ela assustada, com uma voz fraca, diz “Eu te amo também”. Não suporto. Não posso conviver com mais uma tragédia. Pego a arma e aponto para minha cabeça, a vejo no chão parada, como se estivesse morta. Sem pensar, atiro. Sinto uma dor profunda. Meu corpo está fraco, percebo que este é o fim. Meus olhos começam a se fechar lentamente. Ouço um grito. Um “Não!” desesperado. Era ela gritando, ela estava viva. Tarde demais...
Por Lucas Cardozo, Lucas Chevi e Gabriel Henrique
TARDE DEMAIS...
A chuva bate na janela. O tempo está completamente fechado. Momento perfeito para me afogar nas mágoas. Chuva, sinônimo de tristeza. Onde está ela? Ou seria... Onde ela está? Que se dane isso, não estou com pensamentos bons para me preocupar. Eu, um garoto feio, um jovem promíscuo, que apesar de minhas espinhas, sou bonito por dentro. Eu sei que eu sou. Eu sei!
A aula começa e ela não chega. A angústia me consome. Ninguém vem falar comigo. Me perco novamente nas minhas lembranças. Lembro de todos os momentos ruins que tive na escola. As pessoas mexiam comigo, faziam brincadeiras de mau gosto, chegaram a me agredir. Não agüento mais isso. Estou preso nesta sala com vários derrotados, pessoas insignificantes que mereciam morrer lenta e cruelmente. Cansei destas pessoas. Realmente cansei, não dá mais pra agüentar.
Sozinho neste mundo, ignorado pelas pessoas, até mesmo pela minha própria família, tento sobreviver a cruel realidade. Minha fé está fraca. O que me motiva é ela, aquela garota, bela como uma deusa. Seu cabelo loiro como ouro, seus olhos castanhos claro irradiantes, olhos esses puxadinhos que me atraem tanto. Meu Deus, como ela é bela.
Ates de sair de casa, peguei a pistola, um revólver calibre .38, pertencente ao meu pai, que é um taxista muito prevenido, e coloquei em minha mochila. Agora na sala, penso seriamente em pegá-la. Ela ainda não chegou. Talvez assim seja melhor, já que ela não vai presenciar minha morte.
Abro a mochila. Pego a arma. A sala está cheia, apesar do tempo fechado. Todos olham para mim, com olhares fixados, olhares de medo. Vou para frente da sala. Aponto a arma para minha cabeça. Em meio a murmúrios, digo em voz alta: “Vou me matar!”. Todos olham em pânico para mim, não há reação. Alguém me pergunta “Você é louco?”, outra exclama “Não faça isso!”. Não ligo para o que dizem, minha mente não está mais ali. Então, começo meu discurso: “Durante anos fui torturado, humilhado, rejeitado, tratado como lixo. Hoje acaba isso!”.
No momento em que vou atirar, a porta se abre. Ela aparece. Tomo um susto e atiro. Vejo ela caindo, seu sangue escorre por seu corpo. Percebo que atirei nela. Não! Não pode ser! Não posso ter matado ela. Corro sem sua direção e abaixo. A pego em meus braços. No momento de loucura, digo que a amo. Ela assustada, com uma voz fraca, diz “Eu te amo também”. Não suporto. Não posso conviver com mais uma tragédia. Pego a arma e aponto para minha cabeça, a vejo no chão parada, como se estivesse morta. Sem pensar, atiro. Sinto uma dor profunda. Meu corpo está fraco, percebo que este é o fim. Meus olhos começam a se fechar lentamente. Ouço um grito. Um “Não!” desesperado. Era ela gritando, ela estava viva. Tarde demais...
04 novembro 2013
Confira os vencedores do YouTube Music Awards
Vídeo do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=wq7ftOZBy0E
Artista do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=ab9176Srb5Y
Vídeo Resposta do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=aE2GCa-_nyU
Fenômeno do Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=WcM14Al83Ls
Revelação do Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=2zNSgSzhBfM
Inovação do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=m6FepyR0KuE
http://www.youtube.com/watch?v=wq7ftOZBy0E
Artista do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=ab9176Srb5Y
Vídeo Resposta do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=aE2GCa-_nyU
Fenômeno do Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=WcM14Al83Ls
Revelação do Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=2zNSgSzhBfM
Inovação do Ano
http://www.youtube.com/watch?v=m6FepyR0KuE
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Sobre Mim

- Lucas
- Ninguém importante. Formado em jornalismo. Ex-colunista de cinema, quadrinhos e k-pop por aí.