Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

13 novembro 2016

[RASCUNHO] Nine Muses of Star Empire

~Publicado originalmente em redes sociais~

Documentário da BBC sobre o lado negro do kpop. Finalmente pude conferir a versão completa em vez da resumida. Em certo ponto é deprimente e mostra o kpop pelos bastidores. No caso, através do grupo 9Muses, que estava se preparando para debutar.

Basicamente se divide entre momentos delas como grupo (coreografia, festivais, ensaio fotográfico, gravação, etc) e, em certas partes, conseguem transmitir um lado mais pessoal delas, o lado de insatisfação com tudo aquilo. Dá pra notar o terror psicológico que acontece na agência. O tempo todo elas são chamadas a atenção, recebem bronca, são criticadas. O padrão do kpop é a perfeição, tudo programado perfeitamente num modelo padrão que nem uma fábrica. Elas chegam a chorar querendo que tudo aquilo acabe, porque nunca nada parece estar bom e quando finalmente parece estar, não está porque algo ruim acontece e a realidade cruel volta a tomar conta. A cena do hospital onde elas são diagnosticadas com baixa estima mostra isso. Se as coisas fossem boas, não teriam motivos pra elas estarem tão desanimadas, Afinal, elas seriam estrelas, famosas, artistas.

Podemos ver os momentos citados em cenas como quando o pessoal da agência obriga elas a verem a gravação da apresentação do grupo na tv diversas vezes até notarem todos os erros cometidos por elas. Pior: Mesmo que eles reconheçam que o problema não seja só delas (o doc não entra muito na questão, mas deixa a perceber que a música e coreografia eram problemáticas). Podemos ver também quando eles tão lendo os comentários negativos do grupo, chamando elas de feias, dizendo que não sabem cantar, etc, o que divide a equipe (um deles até tenta acalmar a situação dizendo que grupos famosos também são assim, só que eles transpiram mais confiança, algo que o grupo deles precisa). Temos também os momentos de quando alguma das integrantes está doente, mas mesmo assim ela tem que treinar, tem que se recuperar de qualquer forma. Outra quando elas se acidentam e mesmo assim ensaiam, com machucados e tudo mais. É muito dinheiro investido nelas e elas tem que recompensar a empresa. E sobre o padrão de beleza, tem uma cena que mostra que a empresa segue a risca o padrão da mulher jovem, alta, magra e bonita, quando decidem escolher uma nova integrante pro grupo. Cantar é opcional em alguns casos (quem não sabia disso, fique sabendo, porque tem integrante em grupo de kpop que só tá ali pra ser modelo, e o doc deixa isso nítido até demais), o que leva a outras cenas também como a do "o que eu estou fazendo aqui?" e a do "me diga a verdade: eu posso realmente cantar?". O próprio compositor destaca que algumas tem vozes ótimas, outras não. O 'básico' mesmo é estar em todos os padrões e saber dançar, se 'comportar' na frente da mídia, cuidar da imagem, coisas assim.

A pressão é tanta sobre elas que o tempo todo vemos comentários sobre elas quererem sair do grupo. É como se o grupo, desde o início, fosse feito pra dar errado. Uma delas inclusive sai antes mesmo do debut. Por falar em debut, elas não conseguem estrear bem. Chega a ser macabro ver como pelas câmeras tudo parece perfeito, mas por trás daquilo há basicamente trevas. Não que as pessoas envolvidas sejam más, a questão é mais profunda. O trabalho de alguns exige rigidez, o que pode tornar a imagem dessa pessoa ruim. Em entrevistas, o diretor até disse que não foi a intenção dele, porque ele conviveu com todos ali e soube das coisas muito além do que ele pode registrar. Ele entendeu o motivo daquelas atitudes, mesmo achando cruel. O grande problema de tudo mesmo é esse formato de trabalho. Não que todos sejam assim, mas se isso aconteceu com um grupo de uma empresa, o que impediria de acontecer com vários outros? Pois é, nada.

O encerramento, depois de um longo processo de cenas de ensaios, algumas de choros, lamentações, etc, mostra o que aconteceu com cada uma após o documentário. É o mercado competitivo, elas sabiam dos riscos e não suportaram viver sendo tratadas como estavam sendo. Tem gente que suporta, e isso é doentio, mas quem sou eu pra julgar? Cada um decide até que ponto e de que forma os sonhos devem ser alcançados. Algumas inclusive o doc diz terem continuado no ramo musical. A imagem do grupo atualmente mudou bastante (literalmente, até porque é cada entra e sai de membros), mas isso foi um marco, principalmente porque a empresa teve polêmicas que ocorreram depois e esse caso foi lembrado.

Em geral é um bom documentário, consegue passar sua mensagem. "Este poderia ter sido um belo documentário", mas o mundo é cruel. Senti que poderia ter sido melhor em alguns aspectos. Além dos já citados anteriormente, senti falta de mais depoimentos, por exemplo, mais relatos das integrantes, até mesmo dos ceos, staffs, managers e tal. Mas entendo que o responsável pelo longa teve que seguir algumas regras, afinal, ele tava filmando um grupo com permissão da própria empresa. Ele disse numa entrevista que tiveram algumas condições e uma delas era não ir contra as decisões da agência. Foi uma situação complicada, acredito que se ele tivesse feito algo que não podia ali, não teríamos esse registro. Relevando isso, continua um interessante documentário para os fãs de kpop e uma forte recomendação antes de sair amando ou odiando os artistas. Eles batalham duro pra conquistarem seus sonhos, mesmo que pra isso tenham que "perder a humanidade", como é dito numa das últimas frases.

[RASCUNHO] Ponto de Vista (2008)

~Publicado originalmente em redes sociais~

Premissa interessante e formato para poucos torna o filme curioso, mas se perde em alguns momentos e não vai além do que deveria. No filme, alguém atira no presidente dos EUA e explode umas bombas. Essa é a história.

A cada momento, o filme vai contando o ocorrido através do ponto de vista de um personagem diferente (daí o título traduzido, que se encaixou muito bem). Começa com a equipe de telejornal, passa pros seguranças do presidente, pro suposto policial, pro turista, e assim vai. Chega uma hora que isso começa a cansar, não só pelas cenas que se coincidem como tb pela quebra de clímax, já que, a cada "ponto de vista", conteúdos são adicionados e, bem na hora que algo inédito acontece, o filme volta no tempo pra contar outro ponto de vista.

Apesar desse lado negativo, o formato é positivo quando a questão é mostrar como diferentes pessoas veem um acontecimento. Isso torna o filme interessante, essa enganação, essa forma de contar a história, de mostrar como uma pessoa pode presenciar algo e interpretar o ocorrido de forma errada. Claro, tudo dentro do contexto da trama, que não explora tanto assim esse potencial, mas entrega a ideia e cumpre o que promete.

É uma premissa simples, digna de curta, estendida para diversos personagens. Independente disso, faltou mesmo um encerramento menos brusco, porque deixaram muitas dúvidas em aberto. No mais, é um bom filme que poderia ser melhor.

25 agosto 2016

[RASCUNHO] The Himalayas

~Publicado originalmente em redes sociais~

The Himalayas

Apesar de eu não ser muito chegado em filmes do tipo, como tinha visto o filme americano Everest, lançado meses antes desse, decidi dar uma chance também para o coreano The Himalayas. Isso porque ambos são baseados em fatos e se passam no mesmo lugar, mudando a data e a equipe. Porém são filmes completamente diferentes. Infelizmente a versão coreana é mais desconhecida, mesmo com as notícias que circularam parte do mundo dizendo que The Himalayas venceu Star Wars VII em sua bilheteria de estreia na Coreia do Sul.

O filme se divide entre momentos humorados e dramáticos. A maior parte do humor está presente antes da grande tragédia (que é revelada já na sinopse do filme e provavelmente no trailer, ou seja, só quem ver sem saber de nada irá se surpreender nesse quesito). Mesmo com certa alternância entre dois personagens em destaque, o principal mesmo é o capitão Um Hong-gil. O que divide espaço é o Park Moo-taek.

O tom cômico inicial dá um ar de graça a situação e um apego rápido aos personagens. Quando chega a tragédia, porém, o humor esfria (com perdão do trocadilho) e dá lugar a um forte drama que literalmente ultrapassa o Everest.

A trama percorre anos de história, mas nem sempre o filme deixa isso claro, cabendo ao leitor bastante atenção para perceber que um tempo se passou desde a cena anterior. O mesmo vale para as poucas cenas de flashback que ocorrem mais pro final do filme.

Boas atuações, trilha adequada e efeitos dignos fazem de The Himalayas uma interessante recomendação para quem gosta de filmes do gênero e procura algo diferente.

[RASCUNHO] Yeh Jawaani Hai Deewani

~Publicado originalmente em redes sociais~

Yeh Jawaani Hai Deewani

Vi por recomendação das cenas musicais, então nem tava me preocupando muito com a história. No início pensei que seria mais um drama romântico adolescente daqueles clichês da nerd e do popular que se apaixonam, mas aos poucos foi dando lugar a um drama romântico mais adulto.

A primeira parte do filme serve como um grande flashback, se passando oito anos antes, contando o começo da relação entre a garota nerd e o trio de amigos que só queriam curtir a vida (todos antigos "colegas de classe"). A primeira meia hora é sem graça e não dá indícios de melhora, mas depois as coisas lentamente vão ficando boas, naquele estilo sempre envolvente dos clichês românticos.

A segunda parte do filme já se passa no 'presente', com os personagens mais crescidos e seguindo suas vidas. É aqui que vemos como a vida adulta acabou com toda a magia da adolescência dos personagens. Ao se reencontrarem, pensamentos e reflexões vem a tona, envolvendo amizade, amor, família e vida profissional.

Enquanto na primeira parte temos a garota nerd como protagonista, na segunda as coisas mudam para o cara popular, que agora amadureceu bastante. Essa mudança de foco chega a ser interessante, mas a verdade é que todos tem seus espaços, incluindo os outros amigos.

A trilha sonora é ótima e com certeza entra pra minha lista de preferidos nesse quesito. Quanto ao filme, a primeira parte pode deixar a desejar por um bom tempo, mas a segunda não. Seu clima misto de depressão e alegria não o deixa ser tão romântico quanto poderia ser (felizmente), o que é ótimo para mexer com o público e deixar a incerteza na mente sobre como tudo aquilo irá terminar.

26 julho 2016

[RASCUNHO] Batman: A Piada Mortal

~Publicado originalmente em redes sociais~


Batman: A Piada Mortal

Difícil não criar hype para uma animação baseada num ótimo clássico, ainda mais quando colocamos Batman e Coringa na mesa história. A animação de A Piada Mortal consegue adaptar a hq de forma bem fiel até, pelo menos no quesito de acontecimentos, diálogos, enquadramentos, etc, mas erra no ritmo e seu acréscimo de conteúdo não é marcante, apesar de necessário. O resultado é uma animação "montanha-russa", ora bom, ora não ruim mas deixou devendo algo.

Por mais que a ideia de inserir a Batgirl e desenvolver sua personagem na trama fosse ótima e necessária, algo que eu mesmo gostaria de ver, entregaram algo 'nada demais', que cumpre sua função mas não marca (nem a polêmica e duvidosa cena envolvendo ela e o Batman). Além, fizeram ela parecer a protagonista, enquanto a história sequer é dela, o que deixa bem claro na segunda metade do filme, quando realmente A Piada Mortal é adaptada.

Ainda que alguns diálogos sejam bons nas hqs, na animação pareceu forçada, como se um livro tivesse sendo citado (o que não deixa de ser verdade), como na cena do Batman interrogando o Coringa antes do caos começar. A animação está repleta de bons diálogos, mas nem sempre eles se encaixam com perfeição a cena. Mas o que deixou a desejar foi o estilo da animação, soando mais cartunesco que de costume (e mais ainda durante os flashbacks).

Toda a parte que adapta A Piada Mortal é previsível para quem leu a hq, mas dá pra marcar. Coringa insano praticando crueldades pouco exploradas envolvendo nudez e abuso. Só senti que não marcou tanto quanto esperava. Talvez por já saber a história e seguirem fielmente, mas sem o peso das hqs, por mais que seja sério. Mas ele tá lá, doentio como nunca.

Apesar das falhas, A Piada Mortal ainda assim é uma boa animação, mas prejudicada pelo próprio hype, não só por ser uma adaptação de uma hq clássica, mas tb pela DC ser conhecida por suas animações de qualidade.

Sobre Mim

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Ninguém importante. Formado em jornalismo. Ex-colunista de cinema, quadrinhos e k-pop por aí.