Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

30 dezembro 2019

Os filmes que mais quero ver em 2020

Fiz uma lista com mais de 50 filmes que estreiam em 2020. Confira aqui.

Estava eu tentando fazer uma lista dos filmes que mais quero ver em 2020, mas queria algo curto, sem exageros. Acabei reduzindo a 20 filmes (ainda é muito?).

Não era de se esperar que quase tudo fosse blockbuster e que mais da metade fosse franquia, afinal, por mais que as vezes eu veja uns filmes diferenciados, ainda gosto do formato popular. (rs)

O que me chamou a atenção mesmo foi que quase não teve filme de herói (não que eu não queira ver, porque com certeza verei [rs]). E 1/3 da lista é animação, porque, né, desenho é melhor que tudo.

Segue em ordem alfabética:

- 1917
- Bob Esponja 3
- Free Guy
- Ghostbusters: Mais Além
- Godzilla vs Kong
- Hermanoteu na Terra de Godah
- Invocação do Mal 3
- Kingsman: O Grande Jogo
- Mulan
- Novos Mutantes
- Phineas e Ferb 2
- Península (Invasão Zumbi 2)
- Samurai X 4 e 5
- Scooby!
- Soul
- Superman: Entre a Foice e o Martelo
- Um Lugar Silencioso - Parte 2
- Velozes e Furiosos 9
- Viúva Negra

Embora eu tenha gostos duvidosos, o que mais quero ver é Godzilla vs Kong. Lamento quem não curte ver monstros gigantes caindo na porrada. (rs)

Vale menção a Ip Man 4, que deve sair no Brasil esse ano.

01 junho 2019

[RASCUNHO] Bandidos na TV

Bandidos na TV

Uma trama digna de cinema. Seria nossa versão de O Abutre ou de Making a Murderer? O deputado e apresentador Wallace Souza virou herói e vilão ao mesmo tempo. Combatia o crime através de seu programa, fazia o papel que o governo devia, denunciava tudo, mas foi acusado dele mesmo ser criminoso e mandar matar criminosos em prol de audiência. Até o fim ele se considerou inocente. Não é o que a polícia diz, entretanto.

O documentário fica num vai e vem de provas contra e a favor, sempre mostrando os dois lados do caso, com diversas entrevistas. Como eu não conhecia o caso a fundo, pra mim ele era confirmadamente culpado, mas pelo visto há dúvidas até hoje sobre a veracidade dos fatos. A imprensa tem sim peso nas consequências. Ambos os lados apresentam elementos consideráveis, assim como elementos duvidosos, o que dificulta uma conclusão 100% correta. Pelo que apresentaram, não dá pra negar que tem algo nisso. Talvez até mesmo culpa nos dois lados. Pena que talvez nunca saberemos a real verdade.

Sobre o programa de TV, o que é apresentado nesse doc é mais as matérias policiais, o que faz sentido, mas deram um jeito de citar no primeiro episódio a famosa e hilária briga que viralizou na internet. Enfim. O negócio mesmo é execução violenta. Aqui vale uma observação importante: O doc apresenta fotos e vídeos reais de assassinatos tanto com quanto sem censura. Cenas fortes.

O formato de sete episódios é suficiente pra contar o caso, mas gostaria de ver mais sobre o impacto causado por tudo. E futuramente, quem sabe, o impacto desse documentário. Resta agora conferir a série ficcional Pacto de Sangue, que foi inspirada nessa conspiração.

30 maio 2019

[RASCUNHO] Godzilla II: Rei dos Monstros

Finalmente um filme estadunidense decente para o Godzilla. Foi o que mais chegou perto dos japoneses, sendo até melhor que alguns. Ainda assim bem diferente. Sim, ainda é pura fórmula clichê hollywoodiana que impede de aproveitar o potencial ao máximo, mas... É um avanço tão grande e um resultado tão superior a tudo o que já fizeram que chega a surpreender.

Há diversas referências a franquia japonesa. Quem viu as dezenas de filmes perceberá. De cara já tem os monstros (os principais são o Ghidorah, o Mothra e o Rodan mesmo, os clássicos), mas não para neles, chegando até a referenciar passagens de certos filmes.

A trama funciona, tem uma ligação maior a tudo. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por não ser algo aleatório e ruim por acharem que é mais importante do que deveria. Ainda insistem em focar mais nos humanos, mas dão bom espaço pros monstros.

Depois da decepção do anterior de "pular" as lutas, aqui acompanhamos o desenrolar das batalhas do começo ao fim. E as brigas são sensacionais. Mostram realmente o tamanho colossal dos titãs e como somos meros pontos para eles. Nisso é humano tentando sobreviver enquanto os deuses lutam.

Bom resultado. Óbvio que poderia ser melhor, e tinham material de sobra pra isso, mas é pedir demais de uma versão americana. O encerramento ainda é duvidoso, mas nada absurdo. Por tudo o que já foi apresentado, tá sensacional. Obs.: Tem uma cena pós-créditos. Pena ser bem descartável. Considerando o futuro crossover, foi burrice.

01 maio 2019

Análise básica sobre o Nintendo 3DS - Bom demais, mas nem tanto assim

Esse ano, uns meses atrás, adquiri meu New 3DS XL.

A princípio um console incrível, proporcionando muita diversão, mas no fundo há problemas preocupantes.

Confesso que estou me pagando de trouxa e sendo o corretinho ao tentar manter tudo na legalidade, deixando o console bloqueado e comprando jogos originais (não físicos por serem caros demais, mas virtuais por serem menos caros rs), mas a Nintendo não colabora.

~ Sobre o aparelho: Leve, prático, bateria com boa duração, controles de fácil manuseio, opção de modificar o menu e de equilibrar o 3D.

~ Sobre a loja virtual:

- As compras só podem ser feitas com cartão de crédito Visa ou Master Card ou aquele cartão Nintendo que vem créditos nele (é recomendável comprar tais cartões em lojas, já que pela internet se paga mais do que o gasto).

- Há uma vasta coleção de jogos, tanto exclusivos quanto adaptados de consoles anteriores. Muitos jogos em 3D, aproveitando o ideal da plataforma. Muitos jogos variados de pequenas e grandes empresas.

- Preços: Os indies e os clássicos costumam ser mais baratos. Os grandes títulos em sua maioria são bem caros. Uma pena. Causa certa revolta. Tem muito jogo bom, mas também tem muito jogo ruim. Dá pra achar jogos de 1 real a 250 reais. Há promoções. Também é possível achar programas, como de edição de áudio. Vale citar que existe um custo adicional para adicionar créditos na loja virtual, ou seja, se gasta mais do que o esperado.

- Relançamentos de clássicos: Dos clássicos, alguns são apenas relançados normalmente, já outros são convertidos pra 3D. Vergonha da Nintendo relançar muitos normalmente, sendo que a Sega relançou vários adaptando-os ao formato 3D da "concorrente".

- Ausências no catálogo: Nem todos os jogos estão disponíveis para comprar virtualmente. Outra revolta. E nem todos os jogos lançados para o console estão registrados no catálogo da loja. Gostaria também que tivesse uma loja de jogos de DS, até pela compatibilidade, mas isso é pedir demais.

~ Sobre a conta: Sem salvação. Isso foi o que mais me causou revolta. Caso o usuário formate o 3DS, sua conta é automaticamente deletada e, com isso, todos os jogos comprados na loja virtual também são apagados. Em caso de perda/dano/roubo do console e, consequentemente, a possível compra de um novo, é possível tentar recuperar os jogos comprados entrando em contato com a Nintendo. Não é garantia de que conseguirá, entretanto.

Ao fim, concluo que: O 3DS é um console maravilhoso, mas a vontade é de mandar a Nintendo se ferrar.

Doutor (humor)

~Postado originalmente em redes sociais~

- Doutor, sou um paciente invisível.
- Agora não posso ve-lo. Aguarde na fila.
- É que...
- Ok, entre.
- Bom dia.
- Bom dia.
- Tudo bem?
- Tudo.
- Ok. Próximo!
- Não, doutor, pera.
- Brincadeira. Diga: Qual o motivo da sua consulta?
- Estou sentindo uma dor aqui nas costas.
- Sente sempre?
- Não, só quando encosto.
- Então é só não encostar!
- Ah, doutor... Como não pensei nisso antes?
- Acho que já sei qual é o seu problema.
- Já?
- Essa aqui é sua coluna.
- Que? Me devolve!
- Calma. É só no sentido figurado.
- Ah, bom. Desculpa. É que as vezes eu sou meio mal educado.
- Como assim?
- Meu filho disse que doutor é só quem tem doutorado.
- É? Que legal...
- Mas prossiga... hã... doutor.
- Hum... Você não disse que era invisível?
- Disse.
- Mas eu estou te vendo.
- Claro, doutor! Com esses óculos divergente...
- Ah...
- Realmente sou muito paciente.
- E eu doutor. Por isso estou te tratando. Próximo!

27 abril 2019

Coletâneas de canções da LYn


Direitos reservados para as empresas envolvidas.

Coletâneas feitas pelo canal eternalLYn:

The Best Collection Of Korean Ballad R&B Songs by Lyn

00:00 Have You Ever Been Hurt By Love?
04:25 We Were In Love
08:29 Love... It's All Lies
12:16 An Appeal
16:25 Empathy
20:28 Farewell Trip
25:23 Silly Smile
29:41 My Man
33:15 Teddy Bear
36:42 Lovelyn
41:11 Would These Tears Dry?
45:13 Ordinary Woman



The Best Collection Of Emotional Korean Love Ballad Songs by Lyn

00:00 For Me, Goodbye
04:38 Take My Memory
09:04 We Were In Love, Part II
13:08 Tears (I Just Cry)
17:24 Ringback Tone
22:00 Special Day
26:09 Brushing Past
30:26 I've Only Done Good Things For You
34:23 Missing You... Crying
38:40 As It Melted In The Air
42:23 First Person
46:38 I Already Know Everything



The Best Collection Of Melodic Korean Love Ballad by Lyn

00:00 A Greeting
03:52 Regrets
08:39 But I Still Love...
12:36 What Do I Do
16:57 It's You
20:55 Just One Love
25:06 True Story
28:48 Childish
32:44 Whether I Close Or Open My Eyes



A Collection Of Lyn's OST Songs (9 Songs) Part 1

00:00 Rain On Me
04:36 Tears (I Just Cry)
08:52 Back In Time
12:24 My Destiny
16:16 Do You Know? (Ah Na Yo)
20:48 Don't Know Very Well
25:06 Two As One (feat Bonggu)
28:38 Stay With Me
32:40 Naughty Girl ***Not OST (Sorry About This)



A Collection Of Lyn's OST Songs (10 Songs) Part 2

00:00 First Person
04:14 My Farewell Begins
09:07 Love Story
12:32 With You
16:47 One Day
21:15 Whenever, Wherever
25:44 Want To Be Free
29:12 That Kind Of Person (Solo Version)
33:15 Love... After
36:54 Yesterday



Mais de 3 horas de canções da LYn.

14 abril 2019

Rascunhando sobre o UTC no Teatro em Duque de Caxias

13/04/19 foi dia de UTC no Teatro em Duque de Caxias com o elenco dos Castro Brothers.

Considerações gerais: Divertido. Deu pra rir bastante das bobeiras. Senti que começou muito bem, mas no que era pra ser o clímax (o UTC), não foi isso tudo. Já tiveram apresentações melhores. Mas foi divertido. Geralmente é, né rs Muito bom ver a galera ao vivo.

O que senti falta: Mais encenações de outros quadros e um convidado especial humorista.

O que mais agradou: Os vários desafios e as piadas aleatórias.

Sobre o teatro Raul Cortez: Credo. Lugar quente, apertado, microfone toda hora falhando e um ou outro problema de luz. Mas... fazer o que. É o que tem. Claro que voltarei caso me interesse na programação e o preço seja acessível.

06 abril 2019

Rascunhando sobre Turma da Mônica Jovem - Supersaga Fim do Mundo 1

~Postado originalmente em redes sociais~

Temporada 1 da Supersaga do Fim do Mundo concluída. Aproveitei pra ler/reler tudo em ordem seguidamente. De longe a melhor coisa que TMJ já fez. Ao sair da mesmice e acrescentar temas obscuros em meio a romances adolescentes e aventuras mágicas, conseguem um ótimo resultado. Daí que tem de tudo: Profecia, morte, pacto, viagem no tempo, etc. Uma mistura de terror e comédia bem agradável e por vezes surpreendente.

Há uma profecia apocalíptica envolvendo quatro cavaleiros do apocalipse que preparam terreno para a chegada da Serpente. Ao longo dessa primeira fase são apresentados dois.

O começo, Sombras do Passado, é leve até e serve mais como introdução. Tem o retorno de personagens antigos, um conflito amoroso e um sonho estranho. Destaque pro paradoxo em Dia das Bruxas. Edições das tramas: 51, 52, 63.

É na trilogia Umbra que as coisas ficam mais sinistras mesmo. Aqui pegam a "inocente" lenda da Jumenta Voadora e distorcem totalmente. Várias reviravoltas. Foi o auge da hq. Edições das tramas: 74, 75, 76.

O arco de Sombras do Futuro nos apresenta o trágico futuro do mundo e trabalha questões sobre ele. Já Herdeiros da Terra, crossover com Chico Moço, serve mais como uma trama adicional pra concluir a temporada, deixando fantasmas e demônios de lado pra inserir aliens. Edições das tramas: 78, 79, 83, 84.

Uma pena demorar tanto para sair as histórias. Como já disse outras vezes, um título solo de "terror" da Turma seria ótimo. Potencial não falta. Foi revelado que a supersaga terá 5 temporadas. A segunda começou ainda na série 1, mas até o momento segue pausada na série 2.

30 março 2019

Rascunhando sobre Turma da Mônica Jovem

~Publicado originalmente em redes sociais~

Nessas últimas semanas li algumas edições que deixei passar. Com isso devo ter lido metade ou mais da série 1 (ed.1-100).

O começo da Turma Jovem é meio datado, ainda mais que na época a internet tava evoluindo e insistiam em fazer adolescentices referenciásticas. E logo no primeiro arco os roteiristas viajavam rs Isso é algo que fui perceber só depois, mas lá no começo já inserem a ideia de que os pais da turminha eram "reencarnações" de guerreiros japoneses. Ainda bem que no fim isso meio que ficou esquecido. E caramba, tem clichês de otaku fedido. Ainda bem que maneiraram nisso posteriormente, até porque não é porque é estilo mangá tem que se seguir qualquer coisa que os japoneses fazem. Tem algumas piadas adultas também (pra mostrar que cresceram, né? ha).

Com o tempo evoluem pra caramba. As histórias, os personagens, meio que deixam de lado o "ui, sou mangá" pra realmente adentrarem cada vez mais nesse universo Jovem, que tem potencial absurdo e tudo pode acontecer.

Apesar da trama adolescente duvidosa, o título se encontrou bem nas histórias de aventura, de drama e de terror. Ainda arrisco a dizer que um título próprio de terror seria ótimo, ainda mais que tem toda a questão de profecia apocalíptica, viagens no tempo, futuros alternativos e afins, mas vou deixar pra comentar quando ler/reler toda a fase 1 da Saga do Fim do Mundo, publicada ao longo das edições. Chega a ser aleatório de tão dividido que os arcos são, porque numa hora tá lá aquela parada de problemas de adolescente, daí em outra tão vivendo altas aventuras, então na outra altos sustos... he

Pra concluir só me resta dizer sobre a turma: Magali é a mais sensata de longe. Cascão fica na dele. Cebolinha é meio babaca. Mônica é chata. Mas confesso que é interessante acompanhar a relação problemática da Mônica com o Cebolinha. Desenvolvem muito bem ao longo do título. Destaque também pra Denise, pro Ângelo, pro Astro e pra Dona Morte.

23 março 2019

Deus Não Está Morto - Trilogia (comentários gerais)

Compilei esses 3 posts que fiz em redes sociais nas épocas dos filmes:

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- Filme 1

Depois de tanto me recomendarem, assisti "Deus não está morto".

Potencial desperdiçado, forçações e possíveis estereótipos fazem do filme algo mediano, mas felizmente há seus valores.

Esse é um daqueles filmes que gera fácil uma grande crítica, mas vou fazer apenas alguns [grandes] comentários. Primeiro devo ressaltar algo que o filme meio que engana quem quer assistir com certo pensamento: O garoto não tenta exatamente provar a existência de Deus, e sim dizer que seu professor está errado ao dizer que Deus está morto. Pode soar confuso para alguns, mas não é.

Vou resumir tudo em quatro pontos:

1 - Filme de cristão pra cristão. ~ Diferente do esperado, ele não acolhe o lado ateu ou de outras religiões para assim começar o debate. O tempo todo o foco é cristão. Mas ora, por parte, é exatamente isso, é um filme gospel e filmes gospel tem foco cristão, só que por outra, erra em si mesmo ao tratar de um tema desse nível sem se aprofundar. Explicarei mais no ponto a seguir.

2 - Deus está morto! Não, Deus não está morto! Deus está vivo! ~ Ateu ou não, a pessoa que se interessar por esse filme vai ser pelo mesmo motivo: O garoto cristão que é desafiado pelo seu professor ateu a provar a existência de Deus. Independente do resultado final, é de extrema importância fazer com que tais momentos sejam interessantes e com propostas válidas. Sim, o filme consegue manter o nível de interesse alto durante esses momentos, ou pelo menos, em parte deles. O garoto se utiliza de pensamentos dos próprios filósofos e cientistas que o professor tanto admira por serem gênios e ateus. Ótimo, isso torna tudo muito mais interessante. O garoto, ainda em fase de conhecimento, perdendo e o professor, já experiente no assunto, ganhando. Melhor ainda, curiosidade a mil. Se levarmos em consideração que o filme é sobre um garoto de pouca experiência que busca provas e um professor profissional no ramo que se utiliza de tudo o que já presenciou e conhece, dá pra entender o motivo do filme não entrar a fundo em alguns aspectos, dando respostas simples. Vi muitos reclamarem que os argumentos são ruins e fáceis de serem derrubados. Concordo em parte, tanto que o professor derruba fácil alguns argumentos, mas o garoto tenta dar a volta por cima contra-argumentando. A proposta, como disse, não é provar a existência de Deus, e sim dizer que Deus não está morto. O garoto não se utiliza de argumentos cristãos, e sim de gênios e filósofos, e apenas usa a Bíblia para comparar fatos. O grande ponto foi o fim do debate, que, apesar do momento intenso, acabou se aproveitando de outras situações, o que provavelmente anularia a si mesmo, mas a questão fica em aberto. Não acho que há uma ignorância de tudo o que foi construído, e sim uma forçação por parte do roteiro pra que tudo terminasse a favor do garoto. Mas pera, não terminou o filme.

3 - Estereótipos, preconceitos e clichês, entre a verdade e o exagero. ~ Como explicar a cena do cara que caça patos mas por ser cristão tá de boa? Cúmulo. Só porque uma pessoa é cristã não significa que ela possa fazer o que bem entender só porque acredita em Deus. E a do pastor que não consegue nunca ligar um carro porque misteriosamente qualquer carro que ele tenta não liga e só consegue resolver isso com fé? Esse nem prefiro comentar, perda de tempo precioso do filme. Agora o que muitos incomodaram foi com a garota muçulmana que desacreditava na religião de sua família e acreditava em Deus, mas da forma evangélica. Bom, não sei qual foi o objetivo do filme, pode ser tanto ofensivo quanto um modo de dizer que mesmo você pertencendo a outra religião, você pode mudar. E por fim temos o ateu arrogante. Nem todos são daquele jeito, mas o que percebi é que muita gente reclamou do filme mostrar os ateus daquele modo. Bom, existem sim muitos ateus como o professor, mas o estranho é o filme não mostrar ateu que respeite o pensamento do cristão. E também tem o fato de mostrar todo cristão como alguém bonzinho. Sabemos que tem muita gente por aí que se diz cristã mas na verdade não é. Por último cito a reviravolta no final do filme, momento pós-debate, novos cristãos, show, etc. Apenas cito mesmo, porque fiquei em dúvida sobre opinar sobre... aquela cena. Forçado foi, e muito, muito mesmo, mas novamente fico naquela de que pode ser preconceito ou apenas tentaram mostrar que tudo pode acabar a qualquer hora.

4 - Histórias paralelas descartáveis. ~ O objetivo do filme não seria mostrar o garoto que foi desafio por seu professor a provar que Deus não está morto? Então porque um monte de outras histórias só pra mostrar algo com mensagens "bonitinhas" no final? Se essas histórias pelo menos fossem de qualidade, deixaria passar, mas entra em problemas como citado no ponto 2. De longe o melhor desses personagens é o amigo do pastor, que tem mais fé que o próprio pastor. Sempre descontraído e dizendo coisas como "Deus é bom o tempo todo. O tempo todo Deus é bom". O encontro entre essas histórias também não são das melhores. Tirando a cena em que o pastor encontra o garoto e uma lá pro final do filme, o resto acontece de forma comercial. Não entendeu? Pros últimos minutos do filme, há uma cena em que alguns dos personagens se encontram (não que isso não acontecesse durante o filme, até porque acontece, mas to indo mais a fundo). E esse encontro é... não sei nem explicar. É como se tivessem preparado tudo pra um momento que mais parece uma propaganda. Se estou equivocado, no mínimo é uma cena forçada e clichê daqueles de nível 'só acontece em filmes'.

Não sei se esqueci de algo, mas concluo temporariamente minha avaliação sobre o filme. Não quis entrar em pontos comuns sobre atuações, trilha e tal porque achei todos esses quesitos tranquilos, normais, não me incomodou em nada. Apenas citei o roteiro, seus defeitos e suas qualidades.

O que achei do filme? Mais ou menos. Pelo menos tem umas frases legais.

Soube que vai ter continuação. Fico no aguardo, mas espero que dessa vez façam algo melhor. Sério, bota o garoto como alguém formado e experiente no assunto que é desafiado mais uma vez e assim surge um debate. Seria tudo o que esse filme prometeu e esqueceu de fazer.

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- Filme 2

Depois de um primeiro filme estereotipado ao extremo que desperdiçou ao máximo seu potencial, pensei em passar longe da franquia, mas a situação imposta na continuação me chamou a atenção e decidi conferir. Que surpresa: Evoluíram muito. Acertaram em umas coisas, erraram em outras, exageraram em outras, mas o filme voltou bem melhor.

Vale citar, porém, que mesmo com essa evolução, há certo reaproveitamento dos elementos do primeiro filme. Por um lado, toda aquela trama paralela sem graça foi retirada (há referência ao carro, mas não passa disso). E nem todos os ateus são maus (a maioria ainda é haha). Por outro, a imagem de que todos os cristãos são bons continua e repetem a base do arco da muçulmana que se converteu e foi abandonada pela família, só que agora é com um chinês.

Uma professora responde uma pergunta de uma aluna envolvendo Jesus. Os pais da garota, juntamente com o Estado, decidem processar a professora. O advogado da professora é ateu, mas vê naquela situação uma injustiça. A trama do filme pode ser considerada puramente vitimista e até mesmo de uma realidade paralela, como já cheguei a ler pela internet. Pois bem. Primeiro devemos entender que é um filme religioso, voltado para o público religioso e que fala de coisas religiosas. Sim, há filmes religiosos aclamados pela crítica e público independente de crenças, como Os Dez Mandamentos de 1956 e O Príncipe do Egito, mas não é o caso de Deus Não Está Morto 2, que entra no quesito "totalmente voltado para o público religioso", engrandecendo o cristianismo, por exemplo. Segundo devemos compreender que o filme tem como base uma mistura de acontecimentos reais. Mas então tudo isso justifica o fato do filme ser do jeito que é? Ironicamente não, mas se não fossem os exageros presentes na trama, sequer teríamos filme. A ideia de uma professora ser processada porque citou Jesus como figura história interligando com King e Gandhi, na vida real, não creio que faria algo do tipo acontecer. Impossível não, mas improvável.

Diferente do primeiro, o foco aqui é mais no julgamento que tudo (chega a ser estranho ter que citar isso, mas no primeiro o debate ficou em segundo plano). As cenas nos tribunais são atraentes e conseguem prender a atenção, seguindo caminhos curiosos. Para um cristão, um prato cheio do evangelho. Para pessoas de outras religiões ou ateus, talvez uma curiosidade. Mas como disse, é um filme totalmente voltado para o público ao qual foi designado, logo o filme sempre estará ao favor dos cristãos, independente do quanto mostre o outro lado.

"O que realmente está em julgamento aqui?", diz uma das perguntas escritas num bloco de notas. Dessa vez não é Deus que está sendo desafiado por existir ou não, e sim Jesus. E aqui entra o ponto mais positivo do filme: Tiveram o cuidado de pesquisar argumentos que tentem provar a existência de Jesus, trazendo até estudiosos da área para depor, tornando assim o julgamento ainda mais interessante. Porém devo ressaltar que provar a existência de Jesus é uma coisa, agora provar a divindade aí já é questão de fé. O filme pode forçar em determinados momentos, mas nesses não há uma insistência em provar a divindade, separando assim seus momentos de fé dentre os cristãos e deles para o mundo e seus momentos de confronto da Bíblia como fato, ou pelo menos de Jesus. Duvido que parte do público note isso, tanto cristão quanto ateu.

O final entretanto soa forçado, mas não desmerece os pontos fortes do filme. O show que no primeiro fez tudo parecer uma propaganda está de volta, mas agora de forma decente. Ufa. Pena que a corrente continua, mais brega que isso não dá. E uma coisa curiosa é que existe uma cena depois disso tudo, antes dos créditos subirem, resgatando partes que o filme não encerrou, dando assim um gancho para uma continuação que parecer ser maior ainda. Deus Não Está Morto 2 pode não ser uma maravilha, mas cumpre o que promete e é feito sob encomenda para seu público, ou parte dele.

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Filme 3 -

Deus Não Está Morto nunca foi uma franquia boa, mas eu conferi os filmes graças a interessante premissa de debates sobre a existência de Deus. Claro que isso se perdeu em meio a sub-tramas duvidosas e vitimismos religiosos, mas ainda estava lá. Eis que no terceiro tudo mudou.

Me questionei se achei esse filme melhor ou pior que os anteriores. É facilmente o mais chato, com uma história muito cansativa. Entretanto, fiquei surpreso pela evolução na qualidade (não das atuações porque o protagonista ainda não convence rs). Deixaram de lado a maioria das forçações e se focaram numa trama que buscou explorar a profundidade dos personagens em relação a fé. Isso é bem positivo até.

Se esse filme tivesse sido o primeiro se sairia muito melhor. Infelizmente a esse nível a franquia cansou. O desenvolvimento do suposto último longa é fraco. Sem o trunfo da premissa dos anteriores, a franquia vira apenas um filme cristão qualquer de boa mensagem. Funcional, mas esquecível. E, apesar da tentativa de algo diferente, no fundo ainda é mais do mesmo. Dentre a trilogia, o segundo continua sendo de longe o melhor. Não que seja realmente bom (he).

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Bônus: Vídeo (com legendas disponíveis) sobre o motivo dos filmes gospel serem ruins: https://www.youtube.com/watch?v=50_3J6Go5Ng

10 fevereiro 2019

Compilado de comentários sobre os quadrinhos envolvendo Thanos

Postei esses coments em redes sociais e decidi postar por aqui.

- Thanos Rising (2013): Ótima saga sobre a origem de Thanos. Quem lê hq o vê ele como o Titã Louco, mas esquece que ele teve um passado, que já foi criança e tal. A história trata justamente disso, de como ele cresceu e se tornou insano. A trama é muito boa. Mesmo sem perceber, Thanos tem um humor negro ótimo, diga-se de passagem (ou eu que to rindo da coisa errada [he]).

- A Saga de Thanos (1973): Os primeiros confrontos contra o Thanos. A saga com quase mil páginas na verdade é chamado assim apenas por aqui, visto que nos EUA as histórias foram publicadas normalmente nas revistas dos personagens ao longo dos anos. Aqui reuniram tudo em um. É hq antiga, então tem muitos elementos duvidosos que felizmente não existem mais, mas a hq até que é boa, embora extensa demais e enrolada. Os tomos 1 e 2 se focam nos lacaios de Thanos, vilões a serviço dele, que vivem atacando os heróis. Também tem algumas lutas diretas com o Titã (os melhores momentos). O Capitão Marvel é o grande destaque. A luta com o Cubo Cósmico é a melhor parte. Os tomos 3 e 4 tratam da origem de Warlock. Hora da polêmica: Pior que a história é boa, mas... nhé. Não é algo que me interessei. Muito cansativo em alguns momentos, porém bom em outros. Considerando parte da saga, é filler. O tomo 5 encerra a saga de Warlock com o retorno de Thanos na história. Finalmente rs Inserem a ideia das Jóias do Infinito, mas na realidade mal usam (he). O grande confronto até que é legal. Embora não tenha sentido o mesmo peso das primeiras batalhas contra o Titã, foi bom. Homem-Aranha e Coisa roubando a cena, felizmente.

- A Morte do Capitão Marvel (1982): Na verdade o Thanos faz apenas uma participação, mas a hq tava na minha lista. Se passa logo após sua derrota. Caramba, que história triste. É irônico quando começam a se questionar sobre a vida, sobre ter enormes poderes, vencer grandes inimigos, ser o grandioso em meio as grandiosidades... e morrer pra uma mera doença gerada por seu próprio corpo.

- Surfista Prateado (1990): Thanos retornou no título solo do Surfista de forma interessante, buscando as Jóias do Infinito para dizimar metade do universo. O problema é que a história logo se perde e fica repetitiva e monótona, como um grande filler, voltando a melhorar só no fim. Dentre as poucas mais de 10 edições com o personagem, creio que umas duas ou três sejam boas. Só vale o começo pelo retorno e o fim que prepara pra grande trilogia que estava por vir.

- Em Busca de Poder (1990): No meio das hqs do Surfista lançaram o especial Em Busca de Poder, que mostra como o Titã conseguiu as jóias. Mesmo sendo considerado clássico, achei cansativo. E literalmente repetem o mesmo quadrinho pra cada vez que ele fala sobre uma, só mudando o nome rs

- Desafio Infinito (1991): O Thanos só é destaque mesmo nessa primeira saga da Trilogia do Infinito, de longe a melhor. Com a Manopla do Infinito, ele molda o universo a sua vontade, começando por fazer 50% dos seres vivos desaparecerem. A história mostra basicamente os heróis restantes se reunindo para enfrentar Thanos. Enquanto isso, seres celestiais se organizam também. É legal. "Grandioso" num sentido literal, mas nada de "caramba, uma das melhores sagas!".

- Guerra Infinita (1992) + Cruzada Infinita (1993): As duas últimas sagas da Trilogia do Infinito se focam nas contrapartes de Warlock (Magus a do mal e Deusa a do bem) e as consequências que eles trazem. Guerra se utiliza de reciclagens e se perde em meio a premissa. Não é ruim, mas serve apenas para passar o tempo. Cruzada até tenta criar algo novo, mas também não causa impacto. Mesma consideração do anterior.

- Abismo Infinito (2002): Apesar das sagas medianas "encerrarem" a saga Infinito, não foi bem um fim, porque uma década depois veio uma continuação. Tentei ler Abismo Infinito, mas não aguentei a primeira edição rs Depois dos dois últimos, desanimou, ainda mais que dizem que esse é bem inferior aos anteriores, que já não são grande coisa.

- Universo Marvel: O Fim (2003): Bah. Tem umas partes bem legais, mas em geral nem é isso tudo. Na verdade é enrolado pra caramba. Diversos momentos entediantes. Primeiro que metade da saga tem um vilão aleatório pra depois o Thanos conseguir novamente poderes divinos e ferrar com o universo.

- Thanos v1 (2003): Primeiro título solo do Thanos. Não deu, desisti na metade. Li bons comentários sobre, mas achei cansativo. Curti a ideia de colocar Galactus contra Thanos, mas... nhé. Só encerrei esse arco e não quis ler mais. To achando tudo muito repetitivo já. Mas bora ler mais algumas sagas aí.

- Aniquilação (2006): Sou muito do contra rs Aniquilação é uma elogiada saga cósmica sobre uma infestação que pretende aniquilar o universo. Heróis e vilões dos confins do espaço se unem para impedir. Hum... achei bem nada demais. A ideia é boa, tem uns acontecimentos interessantes, mas não consegui me apegar. O prólogo, o começo e o fim foram as melhores partes. De resto... nhé. Tentei ler os outros prelúdios, mas desisti na do Drax.

- A Imperativa Thanos (2010): Consegue se sair melhor. Se passa depois de Aniquilação, quando o rasgo do universo é rasgado (pois é rs) e lá encontram os Vingativos, uma versão maligna dos Vingadores (tosco, eu sei). Thanos tem destaque (óbvio), com seu desejo de morrer eternamente, algo que nunca consegue. Tem um rumo interessante. Mas, sem querer ser do contra novamente, por mais que essa também seja uma saga elogiada, achei apenas "boa".

- Infinito (2013): Um caso complicado. Já vi elogios como se fosse uma das melhores sagas cósmicas da Marvel. O ruim de algumas grandes sagas é que precisar ler outros títulos pra entender tudo, e aqui não é diferente. Eu, rebelde como sou (rs), decidi ler apenas as hqs principais mesmo. Ok. Premissa normal, envolvendo algo sobre fim do universo e "tributo" para Thanos. Diversos momentos repletos de resumos sobre o que estava acontecendo em outros lugares. Nem vou avaliar muito esse porque li com pressa, mas é bacana. Quem sabe futuramente eu releia com os outros títulos... [UP] Acabei lendo tudo depois. Curti.

[RASCUNHO] Batman - De Terremoto a Terra de Ninguém (hqs)

A era Terremoto / Terra de Ninguém repercutiu de 1998 a 2000. Ao todo, dá mais de 3mil páginas de conteúdo. Foi nesse período que ocorreram acontecimentos marcantes, como a presença dos Vigilantes de Gotham (a Bat-família), a introdução da Arlequina nas hqs, a morte de Sarah pelo Coringa, etc.

Terremoto ~ É um arco totalmente focado no momento do grande tremor e seus primeiros dias, mostrando diversos personagens do universo Batman salvando pessoas e enfrentando bandidos que se aproveitam da situação. Colocar super-heróis pra enfrentar um desastre natural na época foi uma ideia grandiosa. Ainda é de um nível surpreendente até. E podia ser maior ainda, mas preferiram algo mais "simples", deixando o potencial a ser desenvolvido nos próximos arcos.

Caminho Para a Terra de Ninguém ~ Poderia ser apenas uma história de recomeço após uma tragédia, mas é completamente o oposto. História de peso, mostra Gotham devastada após o terremoto e acompanhamos o abandono da cidade enquanto Bruce tenta falhamente fazer com que os moradores e as empresas permaneçam. Obviamente previsível que a cidade é abandonada, mas é bem interessante acompanhar esse período, as motivações e todo o processo apocalíptico que levou até o começo da Terra de Ninguém.

Terra de Ninguém ~ Provavelmente a melhor saga do Bat-universo. Tudo o que disse anteriormente sobre ter potencial pra mais foi concretizado (já estava sendo). O povo enlouqueceu e os vilões tomaram conta de tudo. O Bat-universo é vasto. Dezenas de personagens, heróis e vilões, encapuzados e civis, fazem parte da enorme trama que percorre toda a cidade de Gotham. A sensação é de realmente estar acompanhando todo um universo ali. Vale citar alguns momentos interessantes, como quando o Batman tira um vilão do poder numa área, mas o povo começa a reclamar com ele pedindo o vilão de volta, já que eles não sabem o que fazer sem ninguém no comando (e é o vilão que arranja comida e segurança pra eles). E isso é só um caso num só lugar. Pra ver o nível das coisas e a profundidade dos acontecimentos. É algo imenso. Muito bom.

[RASCUNHO] O Máskara (hq)

O Máskara

Sensacional rs Li a trilogia original do Máskara. Eu já sabia que o personagem era violento, mas a surpresa foi pelo misto de sensações. Acabam inserindo um humor negro que varia de acordo com o usuário da máscara.

Notei que cada série buscam alguém diferente pra se focar como usuário(s) da máscara. Interessante ver de onde as adaptações pegaram (e distorceram) os personagens. O Stanley, que é protagonista do filme e do desenho, na verdade foi apenas o primeiro usuário e aparece apenas em Mayhem (relançado como O Máskara 0), que originou a primeira série. E ele é um babaca rs

As duas primeiras séries (O Máskara e O Retorno do Máskara) giram em torno da ex-namorada do Stanley, dos policiais que investigam o caso do "Cabeção" (o Máskara rs) e dos bandidos envolvidos. Diria que são as séries principais. A terceira série (O Máskara Contra-Ataca) já desanda pra uma trama mais solta e mais leve (a própria hq ironiza isso) aproveitando o sucesso do filme. Mas fiquei com vontade de ler as outras hqs da franquia. Tem bastante.

[RASCUNHO] Fios de Prata - Reconstruindo Sandman (livro)

Fios de Prata - Reconstruindo Sandman

O livro é tão bom e tão convincente que parece até que me acordou no meio da noite propositalmente para termina-lo. Nem sei como demorei tanto pra ler, porque toda vez que lia não conseguia parar.

Fios de Prata é mais uma prova que o mercado nacional sabe fazer fantasia tão bem quanto lá fora. O livro trata sobre sonhos e de onde vem as inspirações. A trama se inicia relativamente "simples" (se é que dá pra chamar assim) e vai se expandindo em personagens, lugares e situações, tomando proporções grandiosas.

Temos um jogador de futebol que é perturbado por sonhos estranhos frequentemente. Ele é apaixonado por uma ginasta. Um dia a alma dela é roubada e levada ao Inferno e ele vai atrás, descobrindo algo muito maior ocorrendo no plano etéreo. Nesse plano, numa mistura de religiões/mitologias, temos deuses, anjos, demônios e outras criaturas se envolvendo em conflitos no Sonhar e além.

Daí o subtítulo do livro, Reconstruindo Sandman. Muito se é ligado ao personagem de Neil Gaiman, mas aqui o autor Raphael Draccon busca mais o lado das lendas gregas mesmo. E há muitas referências a cultura pop também, dos mais diversos. E algumas passagens histórias. A forma que o autor escreve as cenas são sensacionais, sempre transmitindo as emoções contidas nelas. Em alguns momentos de inspiração, o livro chega a soar como uma auto-ajuda, sendo bem mais eficaz que os próprios (rs). Realmente incrível.

Compilado de comentários sobre os quadrinhos antigos de Star Wars

Publiquei os coments nas redes sociais e decidi postar por aqui.

- Star Wars: Alvorecer dos Jedi ~ Cronologicamente, essa é a primeira hq. Por contar o começo de tudo, a expectativa era boa, mas... O começo mesmo é resumido na introdução e depois vira um grande nada demais. Se tem uma coisa que a história serviu foi pra contar a origem do sabre de luz e deixar algumas pistas do que estava por vir, mas em geral é uma hq sem atrativo nenhum.

- Star Wars: Contos dos Jedi ~ Ótima hq da franquia. É um conjunto de arcos que se passam na época da Velha República. Começam 5000 mil anos antes da trilogia original e depois avançam 1000 anos. Os sith estão tentando tomar controle da galáxia depois de muito tempo, sendo considerados lendas. Os jedi não possuem tanto respeito. Nesse meio a história se envolve nas tramas de vários ótimos personagens. Época de Uliq Qel-Droma e Nomi Sunrider. As hqs tem umas edições com artes bem atrativas visualmente, com charme da época e cores vivas. Curioso notar alguns elementos que depois seriam utilizados nos filmes posteriores (tanto na trilogia prequel quanto na atual), como jedi indo para o lado negro (embora o Anakin já tivesse feito isso, mas me refiro a mostrarem o processo) e a técnica jedi de materializar ilusões.

- Star Wars: Cavaleiros da Antiga República ~ Continuação de Contos dos Jedi. Que decepção. Não aguentei prosseguir. Desisti no terceiro arco pulando várias partes. Quando começou com o clima de humor besta já me desanimou, daí veio aquele plot twist muito interessante, mas... que personagens chatos, que trama chata, muito enrolado, cheio de diálogos desnecessários. A história parece não sair do lugar. Uma pena. Se fosse curto até leria, mas é longo. E pensar que essa hq deu origem posteriormente ao tão bem recebido jogo The Old Republic, tornando a hq uma espécie de prelúdio.

- Star Wars: Tribo Perdida dos Sith ~ Nhé. A primeira edição não empolga, mas depois melhora... pouco. Ia pular, mas me recomendaram e percebi como tem fã chato que se satisfaz com qualquer coisa rs História bem nada demais. Desinteressante.

~

- Star Wars: The Old Republic ~ Foi vendido como baseado no jogo, mas descobri que lançaram antes do jogo ficar pronto. Não sei o quanto tá fiel, mas parece muito um prelúdio (o que deve realmente ser). São três arcos que parecem seguir uma linha cronológica sobre a quebra de um tratado de paz, mas cada arco tem seus próprios personagens. Começa morno, mas vai melhorando e ficando empolgante. O segundo arco, o do sith, é o melhor. Pena que em geral tudo o que sobra é um vazio de história incompleta, mesmo que o último arco traga um "fim", até porque nada acabou mesmo e o destino dos personagens ficam em aberto.

- Star Wars: Cavaleira Errante ~ Grata surpresa. Finalmente mais uma boa hq da Antiga República. A história é de uma recém-formada jedi que sobrevive a um massacre e tem que salvar milhares de escravos das mãos de sith poderosos, onde um deles chega a se intitular como criador do universo. São 3 arcos, o primeiro é de longe o melhor, mas o segundo apresenta boas ideias e cenas espaciais e o terceiro encerra bem a trama.

- Star Wars: Jedi vs Sith ~ Essa é a hq que mostra como a era dos lordes sith acabaram e se iniciou a ideia de apenas um mestre e seu aprendiz. Pra algo grandioso, é uma história que soa bem simples. Pra uma história, uma boa surpresa. No começo não tava confiante com os personagens crianças, mas ao longo da hq diversas reviravoltas sensacionais acontecem. E não há piedade só por serem crianças. Elas vão parar em meio a uma grande batalha entre jedi e sith que vale muito a curiosidade.

~

Star Wars: Expurgo, Império, Rebelião.

Os três títulos possuem histórias variadas com diversos personagens. Expurgo se passa após o Episódio III e se foca no Vader. É uma mini dispensável, mas tem algumas histórias boas.

Império é a hq mais longa (e melhor) e conta os lados de vários personagens antes, durante e depois o Episódio IV. Ótima hq. Rebelião continua de onde parou, servindo como um bom acréscimo. Destaque pras equipes das missões suicidas, pros amigos antigos do Luke retornando e pras histórias do ponto de vista do Império, rendendo questões sobre qual lado está certo e qual está errado.

Tem uma história que se passa nos últimos momentos da Estrela da Morte. É ótima.

~

Star Wars - Trilogias Thrawn, Império do Mal (Dark Empire) e Império Rubro (Empire's End)

Hora de ser polêmico: A trilogia Thrawn é bem aclamada na franquia. Se passa depois de O Retorno dos Jedi. Talvez os livros sejam realmente bons, mas as hqs, que são adaptações, pra mim foram bastante decepcionantes. Cansativo, diálogos longos e repetitivos que parecem não levar a nada, pouca "ação". Quase desisti no primeiro arco, mas depois foi melhorando lentamente. Gostei da Mara Jade e do Thrawn, foram ótimos personagens. Infelizmente o final é péssimo e não dá impressão nenhuma de encerramento.

Império do Mal é muito viajada, mas foi a que eu mais curti rs Personagens antigos retornam sabe-se lá como. Tem uns papos de clones envolvidos também, mas cada coisa no seu lugar. O primeiro arco mostra Luke indo para o lado negro, embora isso seja apenas uma parte da história. A trama é frenética do início ao fim, repleto de cenas de batalhas. Já Império Rubro conta a história de um antigo soldado do Palpatine que se rebela contra os corruptos que herdaram o Império. Interessante história, apenas do meio mediano. Gostei de ver uma trama de "justiça pelas próprias mãos" através de um "vilão", se é que dá pra chama-lo disso, já que ele busca ajuda dos rebeldes.

[RASCUNHO] Um Cântico Para Leibowitz (livro)

Um Cântico Para Leibowitz

Quem imaginaria a Igreja salvando a ciência rs Clássico premiado da literatura pós-apocaliptica, a trama se divide em 3 eras diferentes. A Terra é devastada por uma guerra nuclear e pelos seus sobreviventes, que decidem acabar com tudo que remete ao passado. A trama começa séculos depois, onde monges da Ordem de Leibowitz tentam preservar os documentos que sobraram.

A história é bem lenta, mas não menos interessante por isso. A experiência do livro é intrigante. É um livro pra sentir. Acompanhamos monges buscando preservar o passado num mundo devastado que prefere viver na ignorância. Cada parte tem seu protagonista. Várias revelações vão acontecendo e enriquecendo a trama. É como olhar para uma expedição arqueológica encontrando nós mesmos.

O autor usa muito do catolicismo no livro, incluindo elementos que hoje nem existem mais. É bem aprofundado, seguindo tradições e afins. O latim também marca presença. Bastante até. Vale citar que o autor era católico e tinha traumas da Segunda Guerra, o que explica o realismo da trama. Vale citar também que não é um livro religioso, por mais que pareça. Toda a trama se passa pelo que seria a Igreja Católica futurista. Ou o que restou dela. Muito bom. Grata surpresa.

[RASCUNHO] Turma da Mônica x DC Comics (hqs)

Li os crossovers da DC com a Turma da Mônica e achei bem ok. Parte agradável, parte boba, mas ainda assim um desperdício de potencial.

Da turma criança, de longe o melhor é a cativante história do Chico Bento com o Superman e a Mulher-Maravilha. A história do Cebolinha com o Batman é bem divertida. De resto valem mais pelos encontros, beirando do nada demais ao bobo demais. O mais fraco é a história da Turma da Mônica. Mas ainda estão no nível das hqs normais. A variação de qualidade de uma edição pra outra é grande.

Da Turma Jovem, ao que parece é apenas algo fechado, como realidades paralelas, porque as duas edições são independentes entre si. Odisseia Infinita é a melhor, com a Liga sendo transportada pro Bairro do Limoeiro e se unindo a Turma pra enfrentarem os vilões de lá. Já a edição posterior, Os Mais Jovens Heróis da Terra, nem faz sentido, embora ainda seja uma boa aventura. Todos são do mesmo universo, mas ninguém se conhece.

Vale citar que todas as hqs ignoram a existência de suas paródias, o que é compreensível, já que estamos falando de crossovers oficiais. Algumas edições foram uma grande surpresa, outras meio decepcionantes, mas no fim me pareceu que poderia ter sido melhor. A turma criança ok, é bem infantil (apesar de tudo), tem histórias mais bacanas e outras apenas pra encher páginas. Já a Turma Jovem já demonstrou potenciais muito maiores do que o visto nesses crossovers, visto as edições de terror e de tramas mais sérias. Aqui é tudo mais diversão, e isso não é ruim, mas sabendo do que poderiam fazer, influencia no resultado. Felizmente, ambas as gerações mantém suas essências, e isso vale muito.

[RASCUNHO] Marx (hq)

"- Vamos fundar o comitê de correspondência comunista. Comece excluindo todos os que não concordam comigo. ... O problema é substituí-los."

"- Compro, logo sou. É assim que os homens vivem?
- É assim que os consumidores querem viver!"

Lendo a hq biográfica "Marx", de Corinne Maier. Interessante.

Engraçado como a hq ironiza seus ideais ao mesmo tempo que o defende. Numa hora Marx tá tendo altos pensamentos revolucionários em prol dos trabalhadores e de um mundo mais igualitário, onde todos pudessem viver bem, influenciando pessoas e mudando pensamentos, mas em outra tá em crise tentando provar algumas de suas bases, ficando incomodado com suas revoluções não irem pra frente e relutando em se "rebaixar" temporariamente ao sistema capitalista para sobreviver. Aliás, haja sorte pra ele rs Toda hora uma herança de família, além da grana de seu grande amigo e aliado e dos seus trabalhos em jornais e afins. Mesmo assim continuou pobre. :v

Em determinado momento Marx é indagado sobre seu posicionamento perante tudo e ele diz que não é marxista (referência a uma frase polêmica sobre Marx ter se contradito). Na real Marx morreu antes de concluir seus livros base desenvolvendo todos seus ideais. Ele já denunciava em vida o uso errôneo de seus pensamentos. E a ironia nisso é que Marx sonhava com um país comunista e, após sua morte, ditadores distorceram suas ideias e governaram países. Ou seja: No fim, tudo era utópico demais. Todo esse papo de viver livremente e afins não dá. Viva a opressão do capitalismo.

09 janeiro 2019

[GEEKABLE] [CRÍTICA] A Primeira Noite de Crime

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2018]

A Primeira Noite de Crime


Quando o primeiro Uma Noite de Crime foi lançado a meia década atrás, talvez nem era esperado todo o sucesso que fez. Eis que, após uma trilogia divisora de opiniões e sem ter para onde avançar, a franquia chega ao seu quarto longa, contando o começo de tudo.



Enquanto o primeiro longa se focou em ambiente fechado, com a história passando dentro de uma casa, o segundo expandiu os horizontes e colocou novos personagens nas ruas. O terceiro enfim explorou mais o lado político desse universo, desenvolvendo também o lado da rebelião.



O diretor e roteirista da franquia, James DeMonaco, retorna para o quarto filme com sua insana premissa onde o governo dos Estados Unidos permite que, por 12 horas seguidas, o crime seja liberado. É o chamado Expurgo. Entretanto, dessa vez ele é apenas roteirista, deixando o cargo de diretor para Gerard McMurray (Código de Silêncio).



Novos personagens





O astro Frank Grillo não retorna para o novo longa. Ele já havia demonstrado desinteresse e dito que não retornaria. Por se passar no começo de tudo, sua ausência é justificável, já que ele apareceu apenas no segundo e no terceiro filme. E, assim como os filmes anteriores, novos personagens dão as caras.



Na trama, uma pesquisa é posta em prática quando o governo americano passa a ser controlado pelos Novos Pais Fundadores, que prometem uma reforma no país. A cidade de Staten Island é escolhida para o experimento. O local é composto pela da população de baixa renda e possui altos índices de crime. O governo oferece cinco mil dólares para quem permanecer no local e mais recompensas para quem participar do ato.



A Dra. May Updale (Marisa Tomei) é a responsável pelo projeto, financiado pelos Pais Fundadores. Dentre o grande elenco, temos a protagonista Nya (Lex Scott Davis), uma garota que luta contra o Expurgo. Ela possui um passado com Dmitri (Y'lan Noel), traficante poderoso da região. Enquanto ela busca refúgio na igreja, seu irmão Isaiah (Joivan Wade), decide participar do Expurgo buscando vingança contra o assassino Esqueleto (Rotimi Paul).



Apesar do filme não assumir, a trama também pode ser interpretada envolvendo questões raciais, já que o elenco é praticamente composto de atores negros, justamente os moradores de Staten. Os brancos entretanto são mostrados no poder. O tema do filme é provavelmente o mais interessante da franquia. Infelizmente nem tudo são flores.



Problemas





É realmente interessante acompanhar como o povo reage ao fato de poder matar e furtar sem consequências (e ainda ser recompensado caso sobreviva). Entretanto, a experiência, ainda em estágio inicial, não é muito animadora. O filme se utiliza de surpresas bastante anti-clímax, mas ao mesmo tempo totalmente válidas e aceitáveis. Meio controverso, mas é isso mesmo. Demora para o Expurgo ganhar vida e mesmo assim tudo o que não envolve os principais é apresentado de forma rasa até demais.



Querendo ou não, a franquia chama a atenção não apenas por sua premissa, mas por suas cenas de ação. Pessoas fantasiadas saindo por aí matando loucamente. Quando isso não é satisfatório, o longa se torna cansativo. A trama principal carrega uma ótima história, mas sua ação, que chega a ser boa e está presente em determinados pontos, não são o suficiente. E isso pesa num filme do gênero.



Não é querer alimentar um gosto sádico, mas o filme exibe diversas situações do Expurgo como se fossem vagas compilações do que está acontecendo. Vemos o que está ocorrendo ao redor da cidade, mas bem de relance. Não que os anteriores não façam isso, mas aqui deixa a desejar. A sensação é de que poderia ser melhor, até mesmo quando se trata dos momentos dos protagonistas.



O trunfo do longa é justamente a história e seu contexto, trazendo novidades e se destacando assim como cada filme fez. Nunca é mais do mesmo. Cada capítulo explora um tema diferente. O visual, a trilha sonora, tudo está bom, até mesmo o roteiro, mas faltou algo. O clímax por exemplo é incômodo demais para aqueles com sensibilidade a luz.



Embora possa ser o filme mais fraco da franquia, A Primeira Noite de Crime apresenta conteúdos que só acrescentam na mitologia. Ainda há potencial a ser explorado. Inclusive questões ficam em aberto sobre como tudo aquilo evoluirá para o que foi visto no primeiro longa. Óbvio que há suspeitas, mas falta desenvolvimento. Caso a franquia não continue no cinema, alegrem-se os fãs pois uma série de TV está em andamento.




[GEEKABLE] [CRÍTICA] Buscando...

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2018]

Buscando...


Nas últimas décadas, filmes foram feitos mostrando o perigo de conversar com estranhos pela internet. Longas como A Sala Negra e Confiar são exemplos claros de como não conhecemos aqueles que estão por trás da tela. As vezes nem mesmo quando os encontramos pessoalmente. Agora imagine uma premissa nessa pegada, só que toda se passando numa tela de computador. Esse é Buscando...



O estilo do longa não é exclusivo nem original, mas existem tão poucos filmes assim que acabam se destacando. Seja em Megan is Missing, The Den ou Amizade Verdadeira, somos apresentados a situações vistas sob o ângulo de webcams, serviços de stream, gravações de segurança, celulares, etc. A diferença é que tais filmes, apesar do suspense em comum, costumam trazer algo mais voltado para o terror, enquanto esse é mais voltado para o drama.



O primeiro longa do diretor Aneesh Chaganty (também roteirizado pelo mesmo) se destaca por trazer uma experiência realista através de tudo o que uma tela de computador tem a oferecer. O resultado chega a ser mais interessante e de certa forma mais proveitoso que seus semelhantes. Tirando uma ou outra cena, a maior parte se passa no desktop.



A trama acompanha o pai de família David Kim (John Cho) em busca de sua filha desaparecida Margot (Michelle La), de 16 anos. Enquanto a detetive Rosemary Vick (Debra Messing) investiga o caso, Kim decide invadir o notebook da filha em busca de informações, o que o leva a novas descobertas. A cada novidade, uma reviravoltas ocorrem ao longo da trama.



Experiência diferente





O processo de pesquisa do protagonista é mostrado em detalhes. Ele realmente vai fundo na procura por tudo o que a filha publicava online. A história vai sendo contada por conversas por chats e webcam, pesquisas em páginas da internet, sites de vídeos e notícias, redes sociais, arquivos do computador, etc. É como acompanhar uma "gameplay" de um simulador de PC. A comovente abertura deixa claro a proposta do longa.



Todo o modelo de tela, tanto do Windows quanto do Mac, são fielmente reproduzidos no filme, desde o visual, até os ícones, papel de parede, descanso de tela e afins. Inclusive as formas que os programas abrem e como são utilizados. Até quando usam outros meios para contar a história, fazem questão de manter tudo dentro da proposta e da forma mais real possível.



A versão traduzida do filme merece bastante destaque por manter a fidelidade do estilo. Traduziram e adaptaram o máximo possível sem influenciar no conteúdo, o que aumenta ainda mais a experiência. É bacana citar o cuidado que tiveram, aproximando assim o público.



O filme é claramente um alerta aos pais e aos próprios filhos ou usuários de chats diversos na internet. Nunca se sabe quem está por trás do outro perfil. Buscando... talvez seja o longa que melhor conseguiu utilizar o estilo de tela de computador. Sua trama "simples" é enriquecida pela experiência do formato, pelas reviravoltas e por acompanharmos todo o processo de investigação. Uma grande crítica a nossa exposição virtual.

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2018]

Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas


Em 2013, o Cartoon Network decidiu trazer de volta o "antigo" desenho de Os Jovens Titãs, da DC, através de uma releitura mais infantil. Surgia assim Os Jovens Titãs em Ação!, dividindo o público e recebendo tanto críticas quanto elogios. Eis que agora, em pleno 2018, a série recebeu seu próprio longa para os cinemas.



Claramente inspirado em sua versão anterior, que por sua vez foi baseado na hq dos anos 60, o desenho é uma grande sátira aos super-heróis, trazendo situações cômicas e por vezes bobas, mas também referências a cultura pop, participações especiais e afins. Com o filme não é diferente.



Podemos considerar o longa de Os Jovens Titãs em Ação! como uma versão infantil do filme de Deadpool. As referências estão lá, assim como a quebra da quarta parede, a metalinguagem e as participações especiais. E haja percepção para notar todos os detalhes.



Na trama, Robin, Ravena, Estelar, Mutano e Ciborgue querem ter o próprio filme, mas logo percebem que são considerados uma piada no mundo dos super-heróis (frase dita inclusive pelo Superman numa de suas participações, que não poupa e ainda diz que eles são bobos demais). Revoltados, eles decidem provar que são merecedores de terem o próprio filme.



A ideia central é a busca por um arqui-inimigo, que, na lógica deles, é o que gera um filme a um herói. No caso, eles escolhem o Slade (confundido com o Deadpool) após um encontro, mas a trama vai muito além disso. Pequenos arcos, cenas variadas, tudo vale na aventura nas telonas, que sequer se leva a sério e isso só melhora o resultado.



Embora seja um filme dos Jovens Titãs, o Robin é o que mais recebe destaque. Isso ironiza a própria trama ao longo do desenvolvimento. Proposital ou apenas a busca por um personagem de destaque? A todo o momento ele quer um filme dele e meio que consegue isso indiretamente.



Como dito anteriormente, as referências estão presentes no longa assim como é no desenho. Por parte dos super-heróis, há nítidas referências a Marvel (incluindo uma surpresa) e a própria DC. Há também menções a histórias em quadrinhos, desenhos animados, séries, filmes, etc, seja pela obra citada diretamente, seja através de algum personagem, seja por paródia. E não se restringem apenas a produções da Warner.



Essa liberdade de referências enriquece também a já citada metalinguagem. É um filme sobre a busca por merecer um filme. Logo na primeira parte do longa já vemos os Jovens Titãs no cinema presenciando trailers numa situação hilária. Tudo na trama ocorre ao redor de filmes. Toda a aventura se dá porque eles querem um filme deles.



O longa carrega o clima do desenho, assim como seus defeitos e qualidades. É como um longo episódio ou uma coletânea linear. Tem seus momentos de ação, de drama, de aventura, mas o foco mesmo é na comédia. Ainda há algumas cenas musicais com canções que ficam na mente durante aquele momento. E repetindo: O resultado ainda é um filme infantil feito para os fãs do desenho infantil. Boa diversão.

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Tomb Raider: A Origem

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2018]

Tomb Raider: A Origem

Um bom filme semi-genérico de sobrevivência na selva baseado num aclamado jogo.



Tomb Raider possui seu legado e isso pesa no resultado. Adaptar um jogo baseado em exploração e sobrevivência pode dar muito certo ou muito errado. Deixar uma marca é que é o problema, visto que pode se tornar qualquer coisa.

Tendo estreado em 1996 nos videogames, a exploradora Lara Croft fez enorme sucesso, entrando para o Livro dos Recordes em 2006 como a aventureira heroína mais bem sucedida do mundo dos games.

A que se deve essa fama? Seus ótimos jogos? Também, mas sabemos que não era apenas isso. Uma das características que tornava Lara reconhecida era um aspecto peculiar: seus seios avantajados. Uma grande bobeira para os dias de hoje, os polígonos esticados faziam marmanjos babarem antigamente. Pois é. Ver para crer.

Em meio a essa leva de jogos, a franquia recebeu duas adaptações duvidosas com a bela Angelina Jolie, uma em 2001 e outra em 2003. A primeira chegou a se tornar na época a adaptação de jogo mais lucrativa do cinema.

Como novos tempos requerem novas medidas, em 2013, em seu décimo jogo, a franquia sofreu um reboot que mudaria tudo. Eis que Tomb Raider se tornou um jogo de sobrevivência, trazendo uma Lara remodelada, mais jovem, humana, realista, natural.  Foi sucesso de crítica e público e não demorou para receber continuação. Agora, em 2018, foi lançada a adaptação.

Não cheguei a jogar o jogo, porém, de acordo com os gamers que tive contato, o filme ficou fiel ao jogo (salvo momentos), o que acabou por dividir opiniões, como aqueles que disseram preferir "jogar novamente" em vez de "ver um resumo" (o que chega a ser irônico, visto que o público gamer é impossível de se agradar no cinema, reclamando quando um filme não é fiel ao jogo, mas também quando um filme é fiel). Prosseguimos.

A nova Lara Croft
A trama inicia com Lara Croft (Alicia Vikander) em Londres, dividindo seu tempo entre trabalho de entregadora e treinos de boxe. Seu pai, Richard Croft (Dominic West), está desaparecido faz sete anos e ela recusa a assumir seu lugar em sua empresa. Ao descobrir seus segredos, ela parte em busca da ilha que foi seu último ponto de partida. Para ir até lá, ela recebe a ajuda de Lu Ren (Daniel Wu), filho do cargueiro que levou o pai de Lara para o local.

Todo o primeiro momento do longa se diferencia do demais, possuindo um clima urbano e mais aberto a desenvolver o perfil de Lara, embora não tenha muito o que mostrar. Não que sejam os minutos mais fracos do longa, mas são os trechos menos empolgantes. Apenas quando Lara embarca é que o gancho para a aventura começa.

É na ilha que conhecemos o vilão da trama, Mathias Vogel (Walton Goggins), um homem misterioso que já havia trabalhado com Dominic no passado. Ele logo aprisiona Lara e é aqui que o foco do filme se inicia. A partir desse momento, o longa se torna parte sobrevivência e parte exploração. Há espaço na trama para os dois lados da personagem.

A linha narrativa prossegue como um filme de diversos acontecimentos onde uma coisa vai levando a outra. Afim de evitar spoilers, não entrarei em detalhes. É uma trama simples e objetiva de fácil agrado.

Alicia Vikander está perfeita na personagem. Bons momentos para perceber isso são nas poucas, porém marcantes, cenas em que ela está sozinha na selva. A empolgante cena do avião e a cena noturna de tirar o fôlego deixam isso claro.

Como o subtítulo sugere, aqui vemos a origem da personagem. Antes de começar a usar suas pistolas e afins, antes de ter recursos para armamentos e tecnologias, temos uma guerreira com arco e flecha no mais puro instinto de sobrevivência e nada mais. Fantástico.

Tempo
Infelizmente o filme sofre com tempo. Como disse lá na parte sobre a opinião dos gamers sobre "jogar novamente" em vez de "ver um resumo", o filme realmente parece um resumo. Como também deixei levemente a entender na parte das "poucas, porém marcantes" cenas de Lara sozinha na selva, tudo parece muito curto.

De certa forma, o filme é realmente um resumo do jogo, mas não deram tempo suficiente para explorar esse universo. Claro que isso se deve ao fato dos limites de duração de um longa. Fica a sensação de que estão indo rápido demais com os acontecimentos. Por um lado isso é bom, evitando o longa de cair na enrolação, mas por outro impede o longa de aproveitar seu material como deveria.

Senti falta de mais cenas de sobrevivência e de exploração de Lara, mais cenas dela vagando pela floresta e por cavernas, mais cenas dela resolvendo puzzles, etc. Na verdade tudo isso é tão reduzido no filme que colocam uma ou duas cenas de algo só para dizer que tem. Mas novamente repito: Isso é mais culpa do formato do que do roteiro.

Tomb Raider funcionaria melhor como uma série do que no cinema, dando mais tempo para desenvolver o universo apresentado. E para os gamers que reclamassem que desse jeito seria literalmente melhor jogar o jogo novamente, digo que muitos veem gameplays, então seria meio que ver uma gameplay, só que regravada como série.

Genérico
Algumas reviravoltas previsíveis ocorrem na trama. Aliás, soube que para quem jogou o jogo pode ser surpresa por mudarem alguns acontecimentos, o que ao meu ver não deu certo, deixando algo totalmente genérico. Não que isso negative a trama. O fato de algo ser genérico não necessariamente torna esse algo ruim, apenas deixa de torna-lo marcante.

O filme é o que é (óbvio). Como dito anteriormente, adaptar um jogo de sobrevivência é complicado e pode se tornar vago. Tomb Raider mostra uma mulher em meio a uma selva lutando para sobreviver. O que a torna especial? É como adaptar um jogo de guerra ou um jogo de corrida. É necessário que a essência do jogo, que o que torna o jogo único e diferente dos demais, esteja ali no filme. Tomb Raider... provavelmente consegue.

Vamos ao ponto: A história é sobre uma mulher que está tentando sobreviver em meio aos perigos da selva enquanto é perseguida por um grupo armado que está atrás de algo que seu pai procurava. O fato de ser uma mulher já é um enorme diferencial, ainda mais em meio a tantos filmes de sobrevivência com homens. O fato dela não ser um sexy symbol assim como sua antiga versão também é um diferencial. No mais, Tomb Raider é o que é (obviedade novamente). Uma boa história e respeito ao público é tudo o que importa. Aceite e seja feliz.

Futuro
Em tempos de politicamente correto e também de busca pela representação feminina como deveria, a franquia consegue agradar boa parte dos públicos, o que deve ser levado em conta. Entre erros e acertos, a adaptação pode até deixar a desejar em alguns quesitos, mas seu saldo final ainda é positivo.

Apesar de estar dividindo opiniões com seu filme, assim como aconteceu com sua antiga versão, resta esperar para saber se a franquia ainda conseguirá ser um sucesso no cinema assim como é nos videogames. Espero muito que façam um segundo filme. Ou quem sabe uma série de TV...

[GEEKABLE] [CRÍTICA] O Motorista de Táxi

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

O Motorista de Táxi

Subtítulo: Jornalista e taxista se unem contra os militares em filme baseado numa história real.

Nota: 4,5 estrelas

Resumo: Baseado em fatos, o filme transmite o impacto da descoberta de uma ditadura através dos olhos de um taxista e um repórter. Com ótimo desenvolvimento e personagens altamente envolventes, a abordagem sobre o ser humano emociona.



Imagine que você é um taxista e um jornalista revela que algo estranho está acontecendo num local do país que você mora. Você não acredita, mas o leva até lá e então o choque de realidade atravessa seus pensamentos. É isso que acontece em A Taxi Driver, inspirado/baseado em fatos.

O filme se passa nos anos 80 e conta o que ocorreu no fatídico Massacre de Gwangju, na Coreia do Sul, quando militares cercaram todo o território e agrediram seus moradores. Uma pequena ditadura ocorrendo sem ninguém de fora saber.

O personagem que dá título ao filme é Kim (Kang-ho Soon), um taxista que vive sua vida normalmente tentando ganhar dinheiro. Endividado e com uma filha para cuidar, ele ouve sobre uma proposta de um jornalista com um pagamento que quitaria suas dívidas e malandramente vai até o local, pegando para si o cliente de outro taxista. O jornalista é Peter (Thomas Kretschmann), um repórter alemão que estava no Japão e decidiu ir para a Coreia do Sul após rumores sobre o ocorrido em Gwangju. Juntos, eles vão até o local.

Inicialmente, o longa possui um clima parcialmente tranquilo. Temos música tocando no rádio, cenas de estrada, humor e algumas intervenções militares ocorrendo nas ruas devido a protestos. Para Kim, mais um dia qualquer.

Quando os personagens chegam em Gwangju é que as coisas começam a ficar mais sérias. Bloqueado pelo exército, eles buscam meios de entrar no local e acabam conseguindo. Lá, se deparam com ruas desertas, destruição, feridos e protestantes (no sentido de pessoas que protestam, não religião).

O objetivo do repórter é gravar o que está acontecendo, afinal, o jornalista deve informar o ocorrido sem influenciar no cenário, passando apenas os fatos. Mas o que era apenas para ser registrado em troco de dinheiro, acaba se tornando uma luta pela vida e a formação de amizades inesperadas, tornando-o parte da história.

É notável a construção da relação entre os personagens. Começando como dois estranhos e continuando assim por um bom tempo, as situações o forçam a tornar-se mais interligados. Enquanto esse desenvolvimento ocorre, outros personagens começam a aparecer. Cada um é diferente do outro e todos criam um vínculo com os dois principais. Mesmo quando nomes não são identificados, o filme faz questão de nos apegarmos a eles.

É notável também o amadurecimento dos personagens. Kim, sempre com auto-estima mesmo nos momentos difíceis, percebe que seu povo necessita de ajuda e que sua vida, apesar de soar sempre mais do mesmo, é melhor do que daquelas pessoas que estão em guerra. Peter, por sua vez, se envolve numa nova cultura e num acontecimento que o torna mais humano. Seu jeito sempre sério e o fato de ser de nacionalidade diferente o destaca em meio a multidão. Ambos percebem que, mesmo em meio ao caos, as pessoas tentavam ser felizes.

A questão jornalística é retratada no longa. A ditadura local censura os jornais e não deixa que nada saia de lá. País afora, ou nada aconteceu ou foram os protestantes que atacaram e mataram soldados. Peter, tendo apenas sua câmera, registra o que a mídia não mostra, tornando um símbolo de esperança para aquele povo e uma ameaça para o exército.

Aproveitando o gancho, é muito bom ver um filme onde o jornalista não é mostrado como o todo-poderoso. Ele é visto como herói pelo povo devido ao seu objetivo, mas o filme faz questão de mostrar que ele é apenas mais um humano em meio aos demais, vivenciando tudo que os outros vivenciam.

É possível sentir uma variação de gêneros entre o humor, o drama e a "ação". Normal dos filmes sul-coreanos. Entretanto, nesse caso, é como se cada ato acrescentasse um gênero a mais. O resultado é interessante.

Apesar de ser uma história real, o filme usou como base os relatos do jornalista. Não tira mérito algum, claro. A verdade está lá e o fato da produção ser sul-coreana ajuda a tornar mais natural o lado dos sul-coreanos.

O interessante é que, com o lançamento do filme e após supostas dúvidas sobre a veracidade de alguns elementos, respostas vieram a público. Embora seja um caso real, prefiro não dar spoilers, apenas dizer que o longa ajudou a entender melhor a amizade entre os dois e o que aconteceu naquele local e naquela época. Para os curiosos, pesquisem sobre eles.

O Motorista de Táxi, que agora concorre a uma vaga no Oscar, é um belo conto sobre humanidade. Fruto de um caso real, ele retrata um momento marcante da história do país asiático através dos olhos de um simples taxista e de um repórter em busca de notícia. A forma que o longa aborda e desenvolve os personagens e o impacto dos acontecimentos é espetacular.

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Tempestade: Planeta em Fúria

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Tempestade: Planeta em Fúria

Subtítulo: Destruição mundial ao ritmo de ação e comédia.

Nota: 3,5 estrelas

Resumo: Com variados fenômenos da natureza, trama entrega diferentes gêneros num filme clichê que se sobressai mais pela qualidade que pela diferença com os demais. Ao fim é um bom filme-pipoca.



Nos últimos anos fomos devastados por filmes-catástrofe que investiram mais em efeitos do que roteiro (parece a situação do cinema em geral). Felizmente Tempestade: Planeta em Fúria não é um novo 2012 ou Terremoto, embora fosse melhor ter sido em alguns momentos. Também não é inovador, mas podemos relevar.

Filmes-catástrofe sempre dividiram crítica e público. Há quem goste, há quem não goste. Em suma, deve-se ter em mente que filmes do tipo costumam ser feitos para divertir, com cenas exageradas e grandiosas.

Com direção e roteiro de Dean Devlin (Indepencende Day, Godzilla), Geostorm, embora mantenha o modelo de família problemática de fundo típico do gênero, felizmente vai além. Dessa vez temos uma história envolvendo questões políticas e ambientais.

Dentro do universo do longa, o planeta Terra chegou a um ponto tão problemático em 2019 que o clima mudou, tornando fenômenos da natureza frequentes. O engenheiro Jake Lawson (Gerard Butler) então constrói o Dutch Boy (Menino Holandês), um satélite universal capaz de controlar o clima e impedir que as mudanças climáticas destruam tudo.

Devido a problemas políticos, Jake é afastado de seu cargo. Seu irmão, Max (Jim Sturgess), assume o cargo. Cumprindo os prazos, a posse do satélite está para ser transferida para a ONU quando falhas técnicas começam a ocorrer, resultando em mortes ao redor do mundo. Jake é chamado para resolver o caso.

O filme então se divide basicamente em duas linhas: Uma com Jake no satélite e outra com Max na Terra. Há também uma pequena parte para Hannah (Talitha Bateman), filha de Jake, que inclusive inicia a narração do longa, embora não tenha papel maior na trama.

Jake se envolve com a equipe do satélite, buscando resolver o problema, mas acaba por descobrir uma conspiração que envolve até mesmo o presidente dos Estados Unidos Andrew Palma (Andy Garcia). Max por sua vez possui uma relação secreta com a agente Sarah Wilson (Abbie Cornish), presente em toda a trama. Outros personagens acabam aparecendo conforme o longa avança, ficaria extenso citar todos.

O longa varia entre seus gêneros, buscando um equilíbrio entre o drama, o romance, a comédia e a ação. Buscando ser grandioso, o filme acaba falhando em alguns momentos, forçando acontecimentos para se manter dentro do nível aceitável para o público geral, principalmente no terceiro ato. Apesar, seu saldo final é positivo.

As cenas de destruição são boas, porém sente-se que algumas poderiam ser melhor. Em compensação, percebe-se que o foco foi mostrar uma diversidade de eventos. Temos congelamento no deserto, derretimento na cidade, tsunami (salve Rio de Janeiro), tornados, raios, etc. Existe uma variedade de catástrofes para cada lugar do planeta.

O cgi do filme varia bastante. Enquanto em alguns momentos soa realista, com cenas bem trabalhadas e mescladas ao ambiente real, em outros soa falsa, sendo facilmente visível a animação destacada sobre a filmagem. Um problema tanto quanto comum, na verdade. Filmes de franquias grandes como X-Men: Apocalipse também sofrem disso. Nesse quesito, poderiam seguir o modelo do controverso 2012, com suas cenas surreais de brilhar os olhos e causar impacto. Aqui soa superficial, mesmo agradando no momento.

Em resumo, o filme cumpre seu papel de entreter. Ele desenvolve seus personagens, mescla gêneros, apresenta cenas empolgantes. Recomendo não assistir ao trailer nem procurar muitas sinopses, já que muito da trama está sendo divulgada abertamente, visto que o longa não tem pressa para seu desenvolvimento e possui um conjunto de tramas para ser contado.

Não estou dizendo que o longa seja algo inovador, pois não é. Nem também que ele se destaca por ser melhor que muitos do gênero, embora seja verdade. Acontece que Planeta em Fúria busca trazer um diferencial ao mesmo tempo que é mais do mesmo. Em vez de apenas um drama familiar com pessoas tentando sobreviver ao "fim do mundo", temos uma história de ação com conspiração governamental. Considero válido.

[GEEKABLE] [CRÍTICA] A Morte te dá Parabéns

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

A Morte te dá Parabéns

Subtítulo: Um ano a mais de vida, um ano a menos de vida. Feliz aniversário.

Nota: 8

Resumo: Considerado uma mistura de Pânico com Feitiço do Tempo, longa é um dos mais divertidos do ano. Mesmo com um padrão pré-estabelecido, ele consegue inovar a cada retorno, trazendo mudanças que repercutem posteriormente.



Adolescente em crise sendo perseguida por assassino com máscara de bebê enquanto o dia se repete num loop infinito. Essa premissa resume A Morte te dá Parabéns, considerado uma mistura de Pânico com Feitiço do tempo.

Na trama, Tree (Jessica Rothe) é uma estudante daquelas do tipo patricinha, que maltrata todos e se acha superior. O dia de seu aniversário parece normal até o dia escurecer, quando uma festa ocorre e ela acaba sendo assassinada. Ela então acorda e o dia se repete. Novamente, no fim do dia, ela é morta e acorda como se nada tivesse acontecido, percebendo assim estar presa num ciclo sem fim.

Por ser a protagonista e a única que recebe um cuidado maior, Tree evolui com o tempo. Inicialmente ela é tão irritante que dá vontade de mandar o assassino matá-la logo, mas depois começa a ficar mais aceitável.

Dentre os "variados" personagens da história, temos Carter (Israel Broussard), outro estudante que tenta ser simpático com Tree e posteriormente ajudá-la com seu problema. Há também o professor que Tree tem um caso, o pai de Tree, as garotas do Kappa, entre outros, como o misterioso assassino com máscara de bebê.

Ao tratar dos personagens secundários, não há um grande aprofundamento. Eles são o que são, cumprindo seus papéis específicos na trama. Alguns estão lá apenas para uma cena, outros para cenas específicas. E não há mal nisso, afinal, conseguimos entender o que cada um faz ali.

Aos moldes de um típico terror adolescente, o longa consegue unir suspense e comédia de forma eficiente, mesmo em meio aos clichês e estereótipos do gênero. É como uma repaginada no modelo que conhecemos.

Apesar de seguir sempre o mesmo padrão (Tree acorda, tudo se repete e no final é morta de alguma forma diferente), o filme consegue se inovar. Todas as mudanças que Tree faz após cada retorno levam a uma situação diferente. É como um efeito borboleta, onde uma consequência repercute ao longo do seu dia. Sabendo que tudo irá se repetir, a protagonista aproveita para criar novos acontecimentos. Isso é bastante positivo, sem deixar o longa cair na mesmice e sempre restaurando a atenção e o interesse do público.

Dirigido por Christopher Landon, roteirista da franquia Atividade Paranormal, o longa cumpre o que promete. Por ser bem específico quanto ao conteúdo, o trailer acaba por resumir parte dele, mas não estraga as surpresas. Embora a revelação do assassino seja óbvia, conseguem entregar algo dinâmico e gostoso de assistir, provando assim que filmes do tipo podem sim entreter de forma inteligente sem precisar ser o "diferentão" do catálogo.

Com um título brasileiro facilmente lido como A Morte tá de Parabéns, o que chega a ser cômico, Happy Death Day (trocadilho com Happy Birthday*) surpreende ao trazer um longa sem medo de ser como é: Excêntrico. Cenas humoradas e assustadoras se mesclam num dos filmes mais divertidos do ano.

*Para os não manjadores de inglês, Happy Birthday equivale ao nosso Parabéns ou Feliz Aniversário. Só que birth significa nascimento, ou seja, birthday seria algo como dia do nascimento. Já death é morte, logo death day seria dia da morte. O título original é ótimo, mas o título brasileiro também traz um bom clima.

[GEEKABLE] [CRÍTICA] K-POP: Manual de Sobrevivência

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

K-POP: Manual de Sobrevivência

Subtítulo: Livro brasileiro relata a cultura pop sul-coreana com competência

Nota: 4,5/5 - Brasileiras reúnem suas pesquisas e experiências em livro sobre o k-pop e a Coreia do Sul. Apesar de alguns erros de digitação e com uma grande quantidade de gírias que os mais velhos talvez não entendam, o conteúdo se sobressai positivamente e o resultado agrada.

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Desde meados dos anos 2000, com a chegada da internet, o k-pop (pop coreano) começou a se popularizar lentamente mundo afora, através de fóruns, redes sociais e sites específicos sobre o tema.

A segunda geração de artistas surgia enquanto a tecnologia começava a avançar. Mas foi apenas na década atual, mais precisamente em 2012, que ocorreu seu maior estouro, com o hit Gangnam Style batendo recordes e chegando ao topo das paradas mundiais. Desde então o gênero vem conquistando cada vez mais pessoas.

Como era de se esperar, não demorou para que obras diversas explorassem esse universo. Além de programas de entretenimento, reality shows e afins que as empresas criam para promover seus artistas, o gênero musical chegou a ganhar documentários e até livros sobre o assunto.

Não sei o quanto os livros lançados são populares lá fora, mas nenhum deles chegou no Brasil. Mas esperem. Com cada vez mais o k-pop se popularizando, o Brasil começou a chamar a atenção, visto os diversos shows que o país recebe atualmente, apesar da crise e da falta de estrutura para eventos de grande porte.

Assim como obras saíam lá fora, nós também fomos responsáveis por algumas. Esse ano, dois livros sobre o assunto foram lançados, sendo um deles o "K-POP: Manual de Sobrevivência", que vos trago para analisar.

K-POP: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA



Buscando se adequar a leitura atual e ao público juvenil, o livro é "escrito de maneira simples e divertida", como diz a própria sinopse, que complementa dizendo que o manual leva o leitor "a passear pela história, cultura, indústria de entretenimento, música e paixão da Coreia do Sul".

De fato, a linguagem utilizada pelo manual é semelhante a de internet, sendo leve, informal, atrativa. Através de diversos capítulos, é explorado esse universo sul-coreano, indo muito além do k-pop.

AS ESCRITORAS


Da esquerda para a direita: Natália Pak, Érica Imenes e Babi Dewet.
Crédito: SarangInGayo
O livro foi escrito por três pessoas conhecidas pelos kpoppers brasileiros antenados. Seguindo a ordem no livro, a primeira é Babi Dewet, apresentadora, youtuber e escritora, responsável pela trilogia Sábado à Noite e a nova Cidade da Música, além de contos para os livros da Turma da Mônica Jovem (sim, existem). Ela também apresenta o programa Ponto K-Pop na PlayTV.

A segunda é Érica Imenes, apresentadora, produtora, youtuber e editora do portal SarangInGayo, o maior e mais antigo portal de cultura coreana do Brasil. Ela é responsável pela realização de alguns dos shows de k-pop que ocorrem no Brasil.

E a terceira é Natália Pak, criadora do SarangInGayo. Filha de imigrantes, seu site chegou a ser reconhecido pelo governo sul-coreano, ganhando diversos prêmios e títulos, chegando até mesmo a ser intitulada representante da Coreia do Sul. Ela também faz parte da diretoria da Geração de Jovens Coreanos no Brasil.

Alguns podem duvidar da qualidade, visto que todas nasceram no Brasil, mas, como podem reparar, todas estão envolvidas na área de entretenimento e cultura sul-coreana. Além, a Babi é escritora, a Érica tem formação em jornalismo e a Natália é descendente e teve contato direto com a cultura de lá desde sempre.

Foram meses de pesquisa para que tudo estivesse pronto. Lembro que acompanhava as novidades do livro e sempre diziam que lançariam em breve, até que finalmente lançou (aliás, foi na Bienal do Livro). Então valeu a pena esperar? Sim, valeu.

CONTEÚDO



Como dito anteriormente, o livro vai muito além do k-pop.

Em relação ao país em si, há a história da Coreia; as guerras; como funciona o país; a divisão; etc. Por parte do mercado, há a visão geral, além do aprofundamento nos mercados de k-pop e de doramas (novelas/séries).

Já por parte do k-pop, temos a história do k-pop; o processo de transformação do artista em k-idol (ídolo); relatos e crônicas das experiências nos bastidores de shows ocorridos no Brasil; entrevista com artista; recomendações de grupos; os grupos que passaram no Brasil; os maiores grupos do gênero; etc.

Existe ainda um dicionário com os termos mais usados pelos kpoppers (não necessariamente apenas no meio k-pop, mas sim no país). Há até receita culinária.

A divisão dos temas é variada. Depois de falar sobre o país, começa a se dividir entre o k-pop e afins. Embora lendo assim pareça desorganizado, não é. O resultado é agradável, variando os temas sem tornar cansativo e interligando uns aos outros.

Minha intenção aqui não é detalhar tudo o que está no livro, afinal, o bom mesmo é ler e ir descobrindo, independente de conhecer ou não sobre o assunto. Acredite: Dá para se surpreender. Eu, mesmo nesses anos todos me aventurando pela onda Hallyu (termo dado a expansão da cultura sul-coreana), descobri coisas que não sabia.

PRODUTO FINAL

Salvo alguns poucos erros de digitação, o livro é bem acabado, com uma formatação dinâmica, possuindo observações e diversas imagens para ilustrar o que está sendo escrito. As imagens ocupam tamanhos variados e atraem o leitor para o conteúdo.

A quantidade de gírias utilizadas pode incomodar o público mais velho e desligado dos termos usados pelos jovens. Por ser um livro de fácil entendimento, não chega a ser algo que realmente atrapalhe a leitura, embora possa cansar.

Também há uma ótima bagagem de conteúdo apresentado ao longo das páginas, servindo como um resumo da grandiosidade que a cultura sul-coreana possui e como uma introdução para os leitores procurarem mais.

Com muitos acertos e poucos erros, K-POP: Manual de Sobrevivência é uma fonte de pesquisa válida e que introduz a esse universo que é o k-pop. E é muito bom ver o Brasil participando disso.


Crédito: Babi Dewet (Instagram)
Leia mais: Um breve resumo sobre k-pop para geeks (ou não).

[GEEKABLE] [CRÍTICA] Esta é a Sua Morte - O Show

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

Esta é a Sua Morte - O Show

E se você pudesse se matar ao vivo durante o programa em troca de dinheiro para sua família enquanto diversas pessoas o assistem? Aceitaria? Pois essa é a premissa do longa Esta é a Sua Morte - O Show.

Repleto de altos e baixos, o filme dirigido, produzido e atuado por Giancarlo Esposito pode causar certa polêmica ao romantizar um tema pesado como o suicídio enquanto tenta inserir alguma indagação em meio ao espetáculo visual sangrento. O resultado é intrigante, fruto de uma premissa interessante, apesar dos pesares.

A trama se apega a ideia das pessoas gostarem de tragédia e dos publicitários transformarem isso em entretenimento, tornando um mercado lucrativo. Nesse contexto, somos apresentados a Adam Rogers (Josh Duhamel), apresentador de um programa de casamento. No episódio em questão, as coisas saem do controle quando a participante rejeitada pega uma arma, mata o noivo e depois se suicida. Perturbado, o apresentador começa a refletir sobre o que está fazendo.

Como sabemos, a mídia não para, e por isso a apresentadora da emissora, Ilana Katz (Famke Janssen), entra em contato com o advogado e acaba por criar um programa onde as pessoas se suicidam. Adam é contra, assim como a produtora Sylvia (Caitlin Fitzgerald), contratada para produzir o novo reality show. Depois de recusarem, os dois acabam cedendo, mas Adam quer fazer do seu jeito, criando assim um espaço onde as pessoas possam se matar em troca de dinheiro para suas famílias, doado pelos participantes do auditório. Começa então a polêmica.

Rapidamente o programa vira alvo de críticas, e é aqui que temos duas tramas adicionais que percorrem o longa. Uma delas é da Karina (Sarah Wayne Callies), irmã de Adam, que trabalha num hospital e vê sua reputação cair devido a imagem de seu irmão. Outra trama é de Mason Washington (Giancarlo Esposito), que passa por dificuldades para manter sua família, buscando mais empregos para pagar as contas.

Embora tenha um início convincente, logo o desenvolvimento começa a variar, sendo resgatado pelas reviravoltas que a trama constrói. O foco se volta para as consequências causadas pelo programa, enquanto dentro do programa continuamos presenciando um festival de mortes. Adam quer crescer, mas isso começa a trazer consequências. Quanto ao arco de Mason, prossegue interligado em detalhes, o que dá possíveis indícios de seu destino na trama.

O clima mórbido e a espetacularização do suicídio a princípio deveria gerar um debate sobre tal tema, mas não é o que ocorre. A crítica social presente no filme se refere a ganância que algumas pessoas possuem, crescendo e lucrando através de terceiros, buscando sempre mais. É um reflexo dos programas sensacionalistas e do público sedento por carnificina, formando assim o mercado consumista.

As mortes acabam sendo o fio condutor da história. A ideia de um programa de suicídio é defendida de forma realista através de leis, mas não convence. Mero detalhe, afinal, "é apenas um filme". Obviamente tudo leva a uma lição, não é tão gratuito. Existe um sentido por trás da história, mesmo com suas falhas.

A sensação, porém, é de que poderiam ir além, explorar mais esse universo, tratar mais a fundo a questão do suicídio, vista apenas de forma emocional e superficial. O produto final está longe de ser ruim, consegue agradar, mas deixa um vazio do potencial desperdiçado. Por tratar de um tema forte e ter reviravoltas marcantes, o longa consegue se reerguer sempre que necessário, o que influencia muito na qualidade e não o deixa cair no desinteresse.

Talvez o filme não gere debates na vida real, ou não tanto quanto poderia, mas no fim consegue passar sua mensagem. Se matar para supostamente "salvar" a família gera consequências. Quem seria você no meio disso? Um participante? Um apoiador? Um repudiador? Se inscreveria para morrer? Iria assistir junto com a plateia? Faria protestos para acabar com aquilo? Esse é o caminho ou é apenas uma utopia comprada por pessoas manipuladas buscando a satisfação de seus instintos ocultos? Até onde podemos se aproveitar das mortes para nós mesmos? Se é que se aproveitar de algo do tipo seja correto.

[GEEKABLE] [CRÍTICA] It - A Coisa

[Repostagem temporária de algumas críticas que publiquei no Geekable].
[Matéria de 2017]

It - A Coisa

Já dizia Billy, de As Terríveis Aventuras de Billy & Mandy: "Palhaços são encarnações do mal supremo. Eles querem ser a espécie dominante no planeta e vão nos destruir quando conseguirem isso. Destruir legal!". Coulrofobia, ou medo de palhaço, é real. Existem estudos sobre o caso, buscando entender o motivo dessa aflição que algumas pessoas possuem. Como o entretenimento não perde a oportunidade, filmes com palhaços malignos ou referências dos mesmos em variadas obras costumam ser lançados.

Quem sofre desse mal, até mesmo filmes como o clássico trash Palhaços Assassinos do Espaço Sideral, de 1988, pode se tornar assustador. Nesse caso nem o Bozo ajuda. Una a ficção com casos reais e pronto, o medo aumenta. E o cinema sabe muito bem como usar as situações ao seu favor. Seriam os casos do ano passado crimes reais, brincadeiras de mal gosto ou todas as opções? Talvez nunca saberemos, mas pegadinhas e ataques reais não faltam. E que tantas matérias do G1 tem a ver com a crítica? Tudo.

"It"

Dentre as diversas obras responsáveis pelo medo de palhaços, temos o livro It, do mestre do terror Stephen King. Lançado em 1986, a obra, com suas mais de mil páginas, logo fez sucesso. Em 1990, sua adaptação já surgia: "It - Uma obra prima do terror".

Na trama do livro e do filme, um dos personagens decide reunir todos os seus amigos do passado para retornar a sua antiga cidade. O motivo? A "coisa" estava de volta e eles precisavam enfrentá-la. Essa "coisa" tomava a forma de um palhaço e foi responsável por diversas tragédias. A história então intercalava entre o período adulto e infantil. A minissérie, que posteriormente foi unida como um filme de três horas, teve sua fama na época, mas hoje perdeu força e ficou ultrapassada, embora tenha seu valor.

Desde 2009 uma nova adaptação estava sendo planejada, mas nunca saía do papel. O diretor Guilhermo Del Toro chegou a demonstrar interesse, mas nada aconteceu. Ao longo dos anos o projeto foi avançando lentamente, como a ideia de dividir a obra em dois filmes com a primeira parte se focando nas crianças e a segunda nos adultos, mas só em 2016 as gravações começaram. Logo o filme ganhou a direção de Andrés Muschietti (Mama).

Apenas a primeira parte

Dito e feito, o Capítulo 1 de It se passa nos anos 80 (data adaptada para a nova versão), onde acompanhamos os personagens ainda crianças. Ignorados pelos adultos e tendo apenas uns aos outros, eles formam o Clube dos Perdedores (ou Clube dos Otários, como a dublagem ama lembrar [pelo menos não soou tão tosco como em Glee - O Filme]).

Definir cada membro do clube é impossível, mas vamos lá: O clube é formado por Bill (Jaeden Lieberher), o líder do grupo, que é gago e também irmão de George, primeira vítima do palhaço no filme; Richie (Finn Wolfhard), o boca suja que sempre faz piada de pinto; Eddie (Jack Dylan Grazer), o protegido pela mãe e que usa bombinha; Stan (Wyatt Oleff), o certinho e medroso; Ben (Jeremy Ray Taylor), o gordinho mais carismático de todos; Bev (Sophia Lillis), a única garota do grupo, que sofre nas mãos das colegas e do pai abusivo; e Mike (Chosen Jacobs), o único negro do grupo, que quer seguir seu rumo na vida mas é vítima de racismo.

São diversos personagens para um só filme, mas existe competência ao trabalhar com tantos. E nem citei todos. Temos as famílias das crianças, os moradores da cidade, etc. Todas as crianças do grupo sofrem nas mãos da gangue de Henry Bowers (Nicholas Hamilton). E não é coisa leve. Logo num dos primeiros ataques, Ben chega a ser cortado com uma faca. A cena é curiosa: Um carro passa pelo local, mas não liga e continua dirigindo. Um balão aparece. É o indício do sobrenatural na cidade de Derry.

O lado digno de um pesadelo que se tornou realidade vem do palhaço Pennywise (Bill Skarsgård). Depois de algumas vítimas, ele passa a assombrar as crianças, materializando seus maiores medos em sua frente. Suas cenas são carregadas de tensão e adrenalina, misturando o clichê do terror, com o não-clichê. As crianças fazem burrice igual o pessoal dos filmes de terror, mas aprendem com os erros e vão se preparando. Tem cenas que levam ao susto, mas também tem cenas que vão muito além disso, mostrando os personagens enfrentando seus medos.

O curioso é que o palhaço não sai por aí apenas matando, o que me leva a crer que ele também se alimenta do medo das crianças. Vale citar que apenas as crianças o veem. Prova disso é a sangrenta e exagerada cena a la O Iluminado da Bev no banheiro, onde seu pai não enxerga nada enquanto ela grita desesperada.

Superar o medo é a resposta

Ou seja: As crianças tem que suportar suas famílias problemáticas, o bullying fora de casa e ainda um palhaço assombrando elas. E mesmo assim estão lá, tentando viver suas vidas, se divertir e aproveitar as férias de verão que está apenas começando. É problemático pensar em It como uma obra de terror e unicamente disso.

Diferente do que muitos possam imaginar graças ao trailer, a história mistura elementos de drama e comédia também. Quando quer assustar, consegue criar um clima macabro. E não é só com o palhaço. Quando quer fazer rir, insere a malícia infantil da juventude perdida, mas não esquece da inocência. Quando quer dramatizar, mostra a perda dessa inocência e os traumas reais. Quando quer misturar, inserindo humor na tensão, por exemplo, conseguem de forma como se fosse a Marvel que deu certo. [nota: é apenas zoeira, gosto da Marvel]

É notável um cuidado ao tratar dos assuntos, mas nem por isso pegam leve apenas por serem crianças. Tentando fugir dos problemas, as cenas em que o clube está reunido é nostálgico e diverte. São crianças sendo o que são, sem medo de ser feliz. Quando estão sozinhas e com problemas, porém, o clima muda, vemos o drama em seus olhos, e essa alternância funciona bem graças ao roteiro e a ótima atuação dos atores. Cada um tem seu jeito de ser e o roteiro sabe trabalhar com eles tanto separadamente quanto em conjunto. Um exemplo é a Bev, que, quando está com os amigos, sorri e se sente feliz, mas em casa vive assustada e recuando para que seu pai não a agrida.

Existem vários paralelos com as situações, sobre o medo, sobre vencer o medo, do que realmente devemos ter medo. Isso é bem bacana. Pennywise representa o imaginário infantil, os pesadelos. O jeito das crianças serem reflete suas vivências em casa. A luta por respeito e a fuga dos problemas fortalecem os personagens. Passar por tanta coisa igual muita gente passa na vida real e ainda ter que aturar algo que desafia os limites da lógica? Algo que sequer sabem se é real ou não? Realmente interessante o resultado. Inclusive tem uma cena que o palhaço chega a perguntar "Eu não sou real o suficiente?", e faz ações com consequências reais que interferem no rumo das coisas.

Polêmica desnecessária

Uma das polêmicas do livro, que os haters e alguns sites de entretenimento estão amando relembrar sempre por trazer público, tem a ver com uma orgia infantil. Afim de unir o grupo perdido nos esgotos da cidade, Bev decide se relacionar com todos os garotos, um de cada vez.

A cena na época deveria ser uma demonstração de amadurecimento, da passagem da criança para o adulto, mas atualmente até mesmo o autor diz que soa estranho. Nenhuma adaptação sequer pensou em adaptar tal cena. A época em que foi escrita era diferente e estamos falando de Stephen King, que escreveu seus maiores sucessos envolvido em bebidas e drogas. Passado é passado. O diretor da nova adaptação já se lamentou por terem pessoas que julgam a obra apenas por isso.

Na vida real, outra polêmica surge: Palhaços reclamando que a obra traz uma imagem negativa deles. King já pediu desculpas pelos ocorridos, mas disse que não se pode julgar a obra, já que crianças sempre tiveram medo de palhaços.

Quanto ao filme em si, ele não tem medo de ser polêmico. Vemos Bev fumando, Richie fazendo as mais diversas piadas maldosas estilo quinta série sobre o tamanho do seu órgão, e por aí vai. Há ainda uma cena com todos tomando banho no lago apenas com roupa de baixo e depois com os garotos babando pela Bev. Do jeito que o mundo está, pensar que nada disso causará rebuliço torna-se complicado, mas no longa é passado pela visão inocente de crianças que querem apenas aproveitar o momento vivendo em seus mundinhos.

Vendo da forma correta

Quem espera um filme de terror, pode sair decepcionado. Nunca foi o foco, por mais que seja usado como venda. Afinal, a empresa tem que vender o produto e um filme sobre um palhaço assassino tem tudo a ver com... "terror", no sentido mais tosco e superficial da palavra. Mas terror não se resume a sustos. É um equívoco que faz muitas boas obras acabarem caindo no desgosto. O jeito é se desapegar dos rótulos comerciais e aproveitar a obra pelo que ela é, como li uma vez pela internet e achei interessante a observação.

Com suas cenas alternando entre o humor, o drama e o terror, ou também misturando, It consegue mostrar com naturalidade, apegado a uma época remota, adicionado ao clima nostálgico e aproveitando o ambiente pequeno, uma história de superação, como já foi reforçado diversas vezes ao longo da crítica. A forma que a trama é conduzida é fantástica e tudo ao seu tempo, sem pressa de chegar logo em determinado acontecimento.

Apegado ao clima oitentista, o longa literalmente traz crianças enfrentando seus medos. E um palhaço das trevas. Alguns podem até lembrar de Stranger Things, ou uma versão mais pesada da série, mas a série é que se inspirou em It. Talvez o novo filme tenha se inspirado em alguns quesitos visuais, mas apenas. Que venha o Capítulo 2 com os personagens adultos nos dias atuais! Já que estão seguindo mais os livros, talvez poderemos ver o universo de It se expandindo para muito além de um mero palhaço de origem misteriosa. Aguardemos novidades.

Curiosidade: Assistiram A Torre Negra? Uma das cenas faz menção a It, onde os personagens estão em algo que outrora foi um parque. Na placa diz "Pennywise". Aliás, na saga de livros, há referências a diversas obras do autor, como se tudo fosse conectado.

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.