Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

15 abril 2016

[RASCUNHO] Deus Não Está Morto 2

~Publicado originalmente em redes sociais


Deus Não Está Morto 2

Depois de um primeiro filme estereotipado ao extremo que desperdiçou ao máximo seu potencial, pensei em passar longe da franquia, mas a situação imposta na continuação me chamou a atenção e decidi conferir. Que surpresa: Evoluíram muito. Acertaram em umas coisas, erraram em outras, exageraram em outras, mas o filme voltou bem melhor.

Vale citar, porém, que mesmo com essa evolução, há certo reaproveitamento dos elementos do primeiro filme. Por um lado, toda aquela trama paralela sem graça foi retirada (há referência ao carro, mas não passa disso). E nem todos os ateus são maus (a maioria ainda é haha). Por outro, a imagem de que todos os cristãos são bons continua e repetem a base do arco da muçulmana que se converteu e foi abandonada pela família, só que agora é com um chinês.

Uma professora responde uma pergunta de uma aluna envolvendo Jesus. Os pais da garota, juntamente com o Estado, decidem processar a professora. O advogado da professora é ateu, mas vê naquela situação uma injustiça. A trama do filme pode ser considerada puramente vitimista e até mesmo de uma realidade paralela, como já cheguei a ler pela internet. Pois bem. Primeiro devemos entender que é um filme religioso, voltado para o público religioso e que fala de coisas religiosas. Sim, há filmes religiosos aclamados pela crítica e público independente de crenças, como Os Dez Mandamentos de 1956 e O Príncipe do Egito, mas não é o caso de Deus Não Está Morto 2, que entra no quesito "totalmente voltado para o público religioso", engrandecendo o cristianismo, por exemplo. Segundo devemos compreender que o filme tem como base uma mistura de acontecimentos reais. Mas então tudo isso justifica o fato do filme ser do jeito que é? Ironicamente não, mas se não fossem os exageros presentes na trama, sequer teríamos filme. A ideia de uma professora ser processada pq citou Jesus como figura história interligando com King e Gandhi, na vida real, não creio que faria algo do tipo acontecer. Impossível não, mas improvável.

Diferente do primeiro, o foco aqui é mais no julgamento que tudo (chega a ser estranho ter que citar isso, mas no primeiro o debate ficou em segundo plano). As cenas nos tribunais são atraentes e conseguem prender a atenção, seguindo caminhos curiosos. Para um cristão, um prato cheio do evangelho. Para pessoas de outras religiões ou ateus, talvez uma curiosidade. Mas como disse, é um filme totalmente voltado para o público ao qual foi designado, logo o filme sempre estará ao favor dos cristãos, independente do quanto mostre o outro lado.

"O que realmente está em julgamento aqui?", diz uma das perguntas escritas num bloco de notas. Dessa vez não é Deus que está sendo desafiado por existir ou não, e sim Jesus. E aqui entra o ponto mais positivo do filme: Tiveram o cuidado de pesquisar argumentos que tentem provar a existência de Jesus, trazendo até estudiosos da área para depor, tornando assim o julgamento ainda mais interessante. Porém devo ressaltar que provar a existência de Jesus é uma coisa, agora provar a divindade aí já é questão de fé. O filme pode forçar em determinados momentos, mas nesses não há uma insistência em provar a divindade, separando assim seus momentos de fé dentre os cristãos e deles para o mundo e seus momentos de confronto da Bíblia como fato, ou pelo menos de Jesus. Duvido que parte do público note isso, tanto cristão quanto ateu.

O final entretanto soa forçado, mas não desmerece os pontos fortes do filme. O show que no primeiro fez tudo parecer uma propaganda está de volta, mas agora de forma decente. Ufa. Pena que a corrente continua, mais brega que isso não dá. E uma coisa curiosa é que existe uma cena depois disso tudo, antes dos créditos subirem, resgatando partes que o filme não encerrou, dando assim um gancho para uma continuação que parecer ser maior ainda. Deus Não Está Morto 2 pode não ser uma maravilha, mas cumpre o que promete e é feito sob encomenda para seu público, ou parte dele.

Sobre Mim

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.