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21 fevereiro 2015

[RASCUNHO] Tomorrow Cantabile (dorama)



Depois de começar a assistir e ter toda a empolgação diminuída logo no primeiro epi, insisti em continuar devido a recomendações e comecei a gostar do que estava vendo. Mesmo sendo abaixo do esperado, continuei gostando cada vez mais, até que o fim se aproximou, mas antes que o dorama pudesse terminar, já havia enjoado daquilo. Quando terminou, veio a decepção. Pra quem viu o original, fica difícil não comparar. Eu mesmo evito (em parte) e tento avaliar a obra por si própria e posteriormente por comparação, como uma avaliação extra. Foi difícil. Mas essa nem foi a questão. O dorama é que falhou em alguns momentos.

A trama conta a história de Cha Yoo-Jin, estudante de piano numa escola de música que quer ser maestro de fama internacional. Para isso, ele conta com o fato de ser filho do grande pianista Cha Dong-Woo. O problema é que ele é muito agressivo e fechado, o que começa a afetar sua imagem. Outro problema, o que faz continuar onde está, é seu trauma por avião e mar, devido a um acidente de avião ocorrido quando ele era pequeno. Em meio a isso, Cha Yoo-Jin encontra Seol Nae-Il, uma garota infantil e brincalhona que possui um dom incrível para tocar piano, mas seu jeito de viver e seu desinteresse em melhorar, também devido a trauma, a faz continuar vivendo sem sair do lugar. Eis que o mundialmente famoso maestro Franz Stresemann chega na escola pra mudar tudo.

Avaliando o dorama sem comparar com o original

Posso dizer que é "bom", apenas. O dorama começa tranquilo, sem mostrar todo seu potencial logo de início, desenvolvendo isso nos episódios seguintes, o que acaba se tornando um erro. Os dois primeiros episódios até parte do terceiro não são tão bons a ponto de transmitir aquela vontade de acompanhar o restante do dorama, mas depois as coisas melhoram. Boa parte do dorama presenciamos bons momentos de humor e de drama, mesmo que não inove em nada, trazendo apenas clichês. Mas quem se importa? Clichê pode ser bom quando bem feito. A maior parte disso vem dos personagens secundários, como o violinista Yoo Il-Rak, o tocador de tímpano Ma Soo-Min, a violoncelista Choi Min-Hee e mais alguns outros. Já os personagens principais até conseguem seus bons momentos, embora boa parte venha praticamente da Seol Nae-Il, mas os secundários acabam chamando muito mais atenção que os primários.

Apesar de boa parte ser bem feita e agradar, nem tudo são flores. Um dos principais erros do dorama foi apresentar uma história de orquestra sem uma quantidade significativa de apresentações, que voltarei a falar mais abaixo. Outro problema foi seu final, que se torna entediante e não parece nem um pouco com um final. Na verdade o episódio anterior tem muito mais clima de final do que o último, que mais parece um complemento solto. Para evitar spoilers, não relatarei a situação, mas posso dizer que poderiam ter terminado antes tranquilamente. E aproveitando o episódio final, há um problema terrível: O episódio simplesmente resume eventos importantes construídos ao longo do dorama para focar exclusivamente na relação Yoo-Jin e Nae-Il. É como se todo o conteúdo que construíram até ali que não fosse sobre os dois fosse sem importância.

Avaliando o dorama comparando com o original

Os dois primeiros episódios são muito parecidos com o original, salvo as diferenças. Apenas depois é que o dorama começa a se diferenciar, mesmo seguindo a mesma história e alguns acontecimentos. Embora no fundo seja "mais do mesmo", o que o torna diferente é que ele trilha seu próprio caminho. Tudo bem que no fim de cada 'arco' o resultado é sempre o mesmo que o original, mas ele não se prende a copiar fielmente o original, acrescentando até mesmo novos personagens e novas situações. Gostaria de falar mais a respeito, mas não lembro de tudo sobre o original. Sei que o remake desenvolve mais a relação dos professores, coisa que no original é desenvolvido num conteúdo menor.

O remake também muda algumas características de alguns personagens. Yoo-Jin é menos agressivo que Chiki, por exemplo, mesmo os dois sendo bem idiotas em alguns momentos (como nas agressões a Nae-Il/Nodame), não percebendo que ela ama ele e a tratando sem educação a ponto de faze-la sofrer. Falando em Nae-Il, ela parece como uma garota infantil, assim como a Nodame é, mas a Nodame possui algo diferente que não sei explicar. Sem desmerecer, gostei da Nae-Il assim como gostei da Nodame. Agora a mudança que ficou visível até mesmo para aqueles que não percebem nada foi do maestro Stresemann. No original ele é um velho pervertido, pensando em mulheres e farra, já no remake é apenas um cara romântico e alegre, que busca reconciliar seu amor com a reitora da escola e também aproveitar a vida como bem entender, o que em alguns momentos o coloca numa situação ruim, principalmente quando foge de compromissos.

Um marco de Nodame foram as apresentações orquestrais. Durante essas apresentações, éramos apresentados a história da música, com o nome da música, nome do compositor, o significado daquilo tudo e, as vezes, curiosidades. O tempo todo tínhamos cenas musicais, seja com orquestra, seja com um instrumento apenas (piano, violino, etc). Mesmo que as explicações tomassem conta de parte da música, era agradável ver e ouvir, era como uma aula interativa que prendia a atenção de qualquer um. Infelizmente, Tomorrow diminuiu a quantidade dessas cenas de forma gritante. Há poucas cenas de orquestras e menos ainda de histórias das músicas, se focando muito mais nos casos dos personagens que em todo o resto. Ora, o original conseguiu fazer isso e ainda encheu o público de música.

Outro marco de Nodame, ainda nas apresentações orquestrais, foram a excentricidade e diferenciação da orquestra perante a "concorrência". O original chegou a apresentar Nodame vestida de urso e uma "dança orquestral" com os instrumentos. O remake Tomorrow até teve isso, embora Nodame não tenha se vestido de urso, mas o impacto foi muito menor. Não teve o mesmo clima que o original, que, depois disso, posso arriscar a dizer que é único. Se bem que até as apresentações orquestrais normais no original foram mais atraentes, mas não posso desconsiderar as do remake, que também tiveram seus momentos de glória.

Agora um ponto bastante criticado é o humor. Afinal, qual teve mais humor: Nodame ou Tomorrow? A resposta é: Nodame. Mas qual foi o melhor? Nodame. Então Tomorrow foi pior? Não. Como assim? É aqui que entra o conflito. O humor de Tomorrow é bacana, há momentos realmente divertidos e o remake não faz questão de ficar jogando humor forçado a todo momento. Já o original faz isso, e erra nesse quesito, mas se desconsiderarmos esse fato e levarmos em conta apenas o humor mais "aceitável", ele continua mais humorado que o remake. O grande problema do original foi imitar os clichês típicos de animes, o que resultou em cenas toscas. Realmente fiquei incomodado com a comédia a lá anime do dorama, foi algo que me fez gostar menos do que eu poderia gostar, mesmo gostando do dorama. Nisso o remake fez bem em tirar, até porque se no japonês não ficou bom, imagina no coreano, ia ficar pior ainda, mas faltou em acrescentar um humor melhor.

Conclusão

Mesmo com altos e baixos, Tomorrow Cantabile funciona como um bom remake que poderia ter sido muito melhor, mas ainda assim funciona e é bom. É recomendado para aqueles que são fãs de Nodame ou querem ver algo diferente do mesmo universo, ou quem não aguentou o original. Para esses públicos provavelmente serão mais interessantes. A história adicional criada em Tomorrow Cantabile agrada, mas não quero entrar em detalhes para não estragar a surpresa de quem quiser assistir. O final é decepcionante e cansativo, poderiam terminar de forma bem melhor. Caso continuem o dorama com algum filme, ou até mesmo um segundo dorama, fico a disposição de conferir pra matar a saudade de Nodame, que não pretendo rever tão cedo ("a vida é curta pra ficar revendo dorama" haha), mas dessa vez não esperarei muito do resultado.

Nota 7/10

Para quem curte música clássica e procura um dorama mais sério, recomendo muito Beethoven Virus.

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Sobre Mim

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.