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02 dezembro 2014

[KOKYO] Michiko to Hatchin – A visão japonesa do Brasil

Uma questão que gera algumas polêmicas é o ponto de vista dos países mundo afora em relação ao Brasil. Obras são feitas mas nunca mostram realmente como o Brasil realmente é, sempre exageram, seja pro bem seja pro mal. Mas deixando um pouco de lado, há uma obra que muitos ainda não conhecem: um anime chamado Michiko to Hatchin (Michiko e Hatchin em português), escrito por Takashi Ujita, dirigido Sayo Yamamoto (seu primeiro trabalho) e produzido pelo estúdio Manglobe, que também tem em seu currículo animes como Cowboy Bepop e Samurai Champloo. O anime estreou no fim de 2008 na TV Fuji. É um anime de comédia, drama, ação e aventura e possui 22 episódios.

A história conta sobre duas mulheres chamadas Michiko Malandro, que escapou da prisão, e Hana “Hatchin” Morenos, que foi salva por Michiko de seus padrastos malvados devido a abusos. Ambas buscam a liberdade e decidem ir atrás de um homem chamado Hiroshi Morenos, pai biológico de Hana e ex-amante de Michiko, para alcançar o que tanto querem, ao mesmo tempo que a polícia as perseguem. O local em que a história se passa é no país fictício Diamandra, só que esse país, que mistura os países da América Latina, se parece muito com o Brasil. Sim, um Brasil na visão dos japoneses, por assim dizer. E lembra demais mesmo.

A trilha sonora ficou por conta do músico brasileiro Alexandre Kassin, com produção de Shinichiro Watanabe. As músicas seguem o estilo brasileiro, como no início do primeiro episódio, onde toca uma música instrumental de samba. A música de abertura se chama Paraíso, do sexteto japonês de jazz Soil & “Pimp” Sessions, que lembra um pouco bossa nova. O início da música lembra demais o clássico brasileiro “Mais que Nada”, que tocou até no recente filme Rio. Apesar do encerramento ser em inglês, o último episódio possui um encerramento especial, com a música em português “Nada Pode Me Parar Agora”, de Kassin.

Logo na abertura já podemos perceber que há um foco de paisagem que lembram as favelas do Rio de Janeiro.  Há favelas, cidade grande e até mesmo lugares desertos, ou seja, é uma mistura de lugares do Brasil mas com foco no Rio, por assim dizer. No encerramento normal, percebe-se uma notícia em português colada num muro e também fotos de lugares mais “simples” do Brasil. No trailer 1 oficial do site do anime, também toca um instrumental que é nada mais nada menos que um samba. Há outras provas pra mostrar que podemos considerar o lugar como o Brasil, tudo espalhado durante o anime, como os orelhões e as calçadas com imagens arredondadas e onduladas. No site oficial podemos encontrar um mapa do Brasil onde podemos ver fotos reais de São Luis, Olinda, Recife, Barreiras e Rio de Janeiro.

Voltando rapidamente ao tema polêmico da imagem do Brasil ao mundo afora, o anime é considerado muito bom por quem assiste, recebendo grandes notas e críticas positivas, e dizem até que o Japão pegou o que nós falamos de ruim e fizeram uma história de qualidade. Não podemos reclamar, temos grandes filmes brasileiros assim, como Tropa de Elite e Cidade de Deus, que se aproveitam do lado negativo e fazem histórias de sucesso. Então fica a dica para quem sempre teve a curiosidade de como seria um anime do gênero.

~Postagem originalmente publicada no portal Kokyo em 19 de novembro de 2012~

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.