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01 dezembro 2014

[KOKYO] Battle Royale (filme)



 Battle Royale (filme)


Atenção: Battle Royale é um filme de teor violento. Fica o aviso.

Battle Royale é um filme japonês de 2000 baseado no livro de mesmo nome, de 1999. Na história, 42 estudantes do nono ano de uma escola, na faixa dos 15-16 anos, são convocados para participar do Ato BR, feito pela Grande República do Leste Asiático (como um Japão ditatorial), que consiste em colocar todos esses estudantes para se matarem num local fechado. Na edição presente no filme, o local é uma pequena ilha. Com regras e objetos, eles tem que matar uns aos outros até restar um, antes que o tempo acabe.

A violência está presente em todo momento do filme. Logo no início, vemos o governo capturando os alunos. Ao chegar na ilha, as primeiras mortes começam a ocorrer. E isso antes do "jogo" começar!

Como expliquei na crítica do livro, há regras. Os estudantes recebem um kit de sobrevivência, onde contém um objeto que será a arma da pessoa. Pode ser desde uma pistola ou metralhadora a simplesmente um leque ou binóculo. Os estudantes também possuem um colar no pescoço, que rastreia seus movimentos e explode caso esteja num quadrante proibido. Sim, há quadrantes proibidos, que aumentam cada vez que o jogo continua. O tempo limite são de 3 dias para sobrar apenas um, caso contrário, todos morrem.

Como era de se esperar, adaptar mais de 600 páginas num filme de duas horas acabou deixando ele corrido demais. Para alguns, isso é ótimo. Para outros, nem tanto. Mas vou discutir isso depois.

As atuações estão na média. Por ter uma quantidade significativa de personagens, precisaram contratar diversos atores, a maioria novatos, o que rendeu algumas atuações boas, outras não. Os mais famosos ficaram nos papéis dos personagens principais. Tatsuya Fujiwara faz Shuya, o personagem principal da história, um estudante que não quer participar daquela loucura. O ator fez o papel de Light Yagami, de Death Note, e de Makoto Shishio, de Samurai X. Aki Maeda faz Noriko, a personagem delicada amiga de Shuya. A atriz fez o papel de Chise, de Saikano. Outro é Taro Yamamoto, que faz o papel de Shogo, misterioso estudante que havia sido transferido para aquela turma. Por fim, temos Takeshi Kitano, que interpreta o sensei Kitano, que cuida e organiza os jogos para aquela turma, em busca de vingança com o que aconteceu no passado. Há muitos outros personagens, mas falar de cada um deles demoraria, e muito.

Durante o filme, os três personagens se unem para buscar um meio de fugir da ilha, que é considerado impossível. Na verdade não só eles como muitos outros. Enquanto uns ficam na sua, matando todos, outros formam grupos, que se dividem em grupos que aceitam qualquer um, grupos que avaliam a pessoa antes de aceitar e grupos que não querem saber de mais ninguém. A mente humana é posto a prova em todo momento, afinal, ninguém é confiável e o estudante sabe que terá que matar o próprio amigo para sobreviver.

Por ser muito corrido, o filme não se aprofunda como deveria e as cenas se tornam puras cenas de massacres e sobrevivência, mas ao mesmo tempo não se rebaixa a algo gratuito, tendo todo um sentido para os acontecimentos. Algo visualmente atraente e terrível, com mortes e sangue para todos os lados. A ação é frenética, qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento, qualquer um pode morrer, independente da suposta importância da pessoa para a trama, é difícil imaginar o que virá a seguir, é morte atrás de morte, perseguição atrás de perseguição, adrenalina pura.

O desenvolvimento é bem feito. Cada vez que o número de estudantes vivos diminui, as coisas tendem a ficarem mais sérias. Acaba seguindo fielmente algumas cenas do livro, já outras modifica algumas coisas devido a cortes, embora tenha mudanças desnecessárias.

O filme como filme, é ótimo. Possui defeitos, mas nem por isso deve ser ignorado. Para quem quer algo mais pesado, mas que ainda tenha um nível máximo de violência e que tenha sentido nas ações, é altamente recomendado. O filme como adaptação, é bom. O grande problema é a mudança da essência de alguns personagens (inclusive tem personagem que é trocado no filme por outro que não tem no livro). Todo o papo de política, revolta, música, amor e cotidiano somem e dão lugar a rápidas conversas e muita ação. De qualquer forma, Battle Royale é um filme que merece ser assistido.

Curiosidade: Quentin Tarantino, famoso por dirigir filmes como Kill Bill, Pulp Fiction, Cães de Aluguel e Sin City, elegeu, em 2009, o filme como o melhor que ele tinha visto. Embora seja algo em constante mudança, foi um marco que fez o filme se tornar mais famoso por aqui.

Nota: 9/10

~Crítica originalmente publicada no portal Kokyo em 12 de novembro de 2014~

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.