Unificação: O Blog do Lucas Cardozo e o Críticas do Lucas Cardozo agora são um só. O blog se tornou um espaço pessoal para rascunhos e afins, além de algumas publicações de alguns sites que já fiz parte.

12 maio 2013

"Estaríamos nós acostumados cada vez mais com grandes doses de violência que nunca acabam?".


Uma matéria publicada no site Omelete (http://omelete.uol.com.br/games/warren-spector-criador-epic-mickey-diz-que-violencia-em-games-tem-que-acabar/) em junho trouxe um diálogo de Warren Spector, criador dos jogos Epic Mickey e Deux Ex, onde ele desabafou sobre a crescente violência nos jogos. Apesar do foco da matéria ser jogos, sabemos que isso vai muito além, chegando aos filmes e livros também.

Warren disse "Este foi o ano em que me decidi sobre duas coisas. Uma delas foi: a ultraviolência tem que parar. Temos que parar de amar isso. Eu não acredito nos argumentos a respeito, mas creio que estamos criando fetiche sobre a violência e em alguns casos combinando com um tipo de aproximação imatura do sexualismo. Eu creio que isso seja mau gosto. Ultimamente tenho pensado que isso vai nos trazer problemas. [Em Deus Ex] nós fomos muito longe. O sangue que voava em câmera lenta, os golpes mortais, as facas nos ombros, gargantas... Sabe, Deus Ex tinha seus momentos de violência, mas eles foram feitos para te deixar desconfortável e eu não vejo isso acontecendo agora. Eu vi na E3 o novo jogo do Hitman, onde você tinha que matar com um gancho de açougue, e tínhamos 25 to Life, um jogo sobre crianças matando policiais. Eu olhei para o meu próprio estande e vi que não era um daqueles momentos 'como nenhum outro'. Eu achava aquilo ruim e agora penso que vai além de ruim.".

Claro, devemos saber separar o que é realmente violento e o que é "levemente violento", como a terrível gafe que o famosíssimo jornal The Gardian publicou, dizendo que jogos como Mario Party, Mario & Sonic At The Olympic Games, Pokémon, Lego e até mesmo Wii Sports eram alguns dos jogos mais violentos dos mais vendidos em 2012 apenas por conter coisas como "violência animada" e "danos cômicos" (http://www.reinodocogumelo.com/2013/05/titulos-como-mario-party-9-e-super.html).

Apesar de tudo, é fato que a violência está cada vez maior. Houve uma época que, por exemplo, Mortal Kombat era considerado muito violento. Hoje em dia não é nada comparado a versão nova do jogo. Doom é a mesma coisa. Nos cinemas temos filmes que exageram no sangue e tentam fazer tudo real. A questão não é evitar, pode-se consumir a vontade, desde que saiba dividir o que é normal e o que é insano. Tudo tem um limite, mas a cada dia que passa, esse limite parece crescer.

Existem muitas obras boas mesmo com a violência exagerada, como o fantástico filme sul-coreano I Saw The Devil, que mostra um policial em busca de vingança contra um assassino que matou sua esposa, onde o assassino tortura as vítimas e o policial decide fazer o mesmo com ele. Podemos citar um mais conhecido, como Premonição, onde as pessoas sobrevivem a um acidente e vão sendo perseguidas pela Morte, e cada pessoa vai morrendo de um jeito violento. Hoje em dia se assiste até com mais calma. Mas... E se voltássemos a uns 10 ou 15 anos? O que pensaríamos? Há filmes que prefiro nem comentar, como Centopeia Humana, isso já entra em psicologia para estudar o estado mental da pessoa que faz esse tipo de produção. Fora esse insano, os outros até que são mais bem aceitos. Alguns não tem tanta sorte e geram polêmicas, como God Bless America, onde um adulto e uma adolescente saem por aí matando todo mundo que pra eles não mereçam viver. Eles atiram no cinema, o cara atira na cabeça de um bebê (nesse caso foi numa imaginação da mente dele), mata a sangue frio uma adolescente patricinha, atropelam um grupo de 'religiosos homossexuais', etc. Apesar da polêmica, o filme teve grande forte de fazer o povo pensar na vida e o que acontece nela.

É bom citar que a violência nas animações também estão crescendo, apesar de nas animações adultas sempre estarem presentes, como Perfect Blue, que, apesar de ser uma obra-prima, chega a ser uma tortura em algumas cenas, como a dramatização de um estupro para uma produção de um filme, sendo mais pesado que muitos filmes com atores reais por aí. Podemos deixar de lado animações mais leves, como Batman O Cavaleiro das Trevas Parte 2, onde o Coringa chega num parque e simplesmente sai atirando na cabeça de todo mundo, ou numa cena onde um cara tá lutando com a Robin e fica preso numa máquina, que o puxa e espirra sangue para todos os lados, ou até mesmo do Coringa pegando fogo e sorrindo. Nesse tipo em questão, a violência animada ainda é baixa e muitos, inclusive eu, acham que deveria aumentar mas sem exagerar. Pode parecer hipocrisia. Não vou dizer que não é mas tb não vou dizer que é. Quem diria que desenhos como Hora de Aventura, que é politicamente incorreto, seria exibido pra crianças? Pode não ter sangue, mas tem violência subliminar que os mais velhos devem perceber.

Só citando rapidamente, temos tb uma cena no livro The Walking Dead A Ascensão do Governador que um cara simplesmente tenta matar a mulher que matou uma pessoa querida, a amarra e pratica atos sexuais com a ideia de que a mulher já está morta. Não vejo isso como algo que deveria ser censurado, pelo contrário, pode ser normalmente liberado desde que não ultrapasse do limite. Estou dando um ar de exagero e ao mesmo tempo tentando defender algo que estou combatendo. O fato é que o mundo está mudando tanto que não sabemos mais o que é o normal. A violência na vida real aumenta tanto que nos acostumamos facilmente com o que vemos na ficção ou vice-versa.

A imagem que usei para destacar foi de uma das minhas hqs preferidas chamada Batman Cacofonia. Na imagem em questão, o Coringa está saindo de uma escola após fazer todo mundo de refém. Logo depois, ele explode a escola com todos dentro. Não preciso dizer que isso causa polêmica né? Principalmente nos Estados Unidos. Tudo bem, não lembro de polêmicas, as pessoas tão mais preocupadas em causar polêmicas em coisas muito mais simples que isso e desnecessárias. Obviamente, de certa forma esse também seria desnecessário.

Bom, poderia citar vários exemplos e fazer um longo texto, mas acho que por enquanto é só. Perceberam a complexidade e delicadeza do tema? Quando apoiei algumas coisas quis mostrar que eu sou como qualquer um e tenho minhas idéias formadas mas também estou no grande paradoxo a la matrix da vida. Quem sabe daqui a algum tempo eu volte a falar mais sobre isso? Espero que gostem e obrigado a quem leu até o fim.



Sobre Mim

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Formado em jornalismo e futuro escritor de livros. Colunista de cultura pop. Cinema, quadrinhos, k-pop. O blog surgiu em 2008 com a proposta de reunir o que eu achava de interessante pela internet e evoluiu até se tornar algo mais original. Atualmente serve como um local de divulgação de links de matérias que escrevo para outros sites, rascunhos e alguns textos aleatórios.